O alívio da asma
Os novos tratamentos e aparelhos que ajudam a evitar as crises da enfermidade
Michel AlecrimINTERVENÇÃO
A solução para tratar as crises das gêmeas
Natália e Isabela foi submetê-las a uma cirurgia
A nova terapia consiste na introdução de uma cânula muito fina, com um eletrodo na ponta, pela garganta do paciente até chegar ao interior dos pulmões. Lá dentro, o eletrodo emite ondas de calor. “Elas diminuem o espessamento da musculatura ao redor das vias respiratórias, causado pela força que o asmástico faz para tentar respirar e tossir”, explica o médico Adalberto Rubin, que coordenou a pesquisa no País. O método já foi aprovado nos Estados Unidos e começa a ser usado em pacientes americanos.
No Brasil, a técnica aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para fazer parte do arsenal dos médicos. “Fizemos parte de uma pesquisa mundial que comprovou a eficácia do método, mas ainda não podemos oferecê-lo aqui por causa da burocracia”, lamenta o especialista. Para Cleusa, a terapia foi revigorante. “Ainda uso a bombinha, mas vivo melhor, vou à academia e consigo até correr na esteira”, diz ela. Procurada pela reportagem, a Anvisa não se pronunciou.
Segundo o médico Eduardo Costa, do Hospital Pedro Ernesto, no Rio, o omalizumabe é um medicamento a ser dado apenas depois que foram esgotadas todas as possibilidades de terapia com os remédios existentes. “O principal problema é o custo de cerca de R$ 5 mil das aplicações. Mas compensa se levarmos em conta que a pessoa vai parar de gastar com internações rotineiras”, afirma o especialista.
Na maioria dos casos, o acesso a essa medicação tem sido obtido na Justiça, por liminar. O uso de drogas chamadas anticolinérgicas, que agem sobre os nervos que desencadeiam a reação alérgica, também mostrou bons resultados em pesquisa realizada pelo Imperial College, da Inglaterra.
Em algumas situações, o alívio ao sofrimento imposto pela doença pode vir também na forma de uma cirurgia. A administradora Mara Souza, 41 anos, de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, decidiu submeter as filhas gêmeas Natália e Isabela, 4 anos, a uma operação de retirada da adenoide – um tecido de dentro da narina que pode infeccionar e bloquear a respiração. Foi a solução para as crises. “Depois desse procedimento elas estão muito bem e até ganharam peso”, diz Mara.
Fonte: Ministério da Saúde
Fotos: João Castellano/istoe
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