Lição 1- Primeiro
Conselho de Paulo: Experimentem a vontade de Deus!
Texto: Romanos 12.1,2
Texto: Romanos 12.1,2
O
capítulo 12 marca o início da segunda parte da Carta de Paulo aos Romanos.
Normalmente aceitamos que, na primeira parte (capítulos 1 a 11), Paulo tratou das questões
de natureza teológica ou doutrinária. Já na segunda parte (capítulos 12 a 16), o apóstolo cuidou de
assuntos práticos ou vivenciais. Uma outra forma de analisar isso seria dizer
que a primeira é a parte da ortodoxia[1] paulina, e a segunda, a
parte da ortopraxia[2].
Na metade inicial Paulo apresentou o fundamento, a base para os conselhos
pragmáticos que ofereceu na metade final.
É precisamente do
início da parte prática da Carta que extraímos o primeiro conselho de Paulo
para a vida cristã: Experimentem a vontade de Deus!
Nesta primeira lição
nós vamos considerar o significado deste conselho e sua observância em nossos
dias.
Chega de conversa fiada!
Depois
de toda uma ampla exposição sobre a doutrina correta, Paulo iniciou a aplicação
à vida dos seus leitores originais (os cristãos que viviam em Roma) com um
apelo veemente: “Rogo-vos, pois, irmãos,
pelas misericórdias de Deus…” (v.1). Em outras palavras: “Eu insisto que
vocês, com a ajuda de Deus, ajam da seguinte maneira…”.
Vale
a pena observarmos como Paulo era corajoso expositor das Escrituras. Assim como
foi perseguidor corajoso dos cristãos, nos tempos da cegueira farisaica, agora
tornou-se expositor intrépido da Palavra de Deus. É papel de quem ensina ou
prega a Bíblia, não apenas apresentar suas verdades, mas também apontar as
áreas da vida nas quais tais verdades se aplicam e como se aplicam. Pois é na
hora da aplicação que a teologia se transforma em vida. O Dr. Martin
Loid Jones disse: “Precisamos ter luz e
calor, sermão e pregação. Luz sem calor jamais afetará a quem quer que seja;
calor sem luz não tem valor permanente. No que consiste a pregação? Em lógica
pegando fogo! Em raciocínio eloquente! Em Teologia em chamas!”
Se a
Carta de Paulo aos Romanos terminasse no capítulo 11, não passaria de discurso
teológico, de sermão sem pregação, de lógica fria e teologia molhada. Mas os 5
últimos capítulos atearam fogo na teologia. Paulo mostrou-se profundo na
ortodoxia e contundente na ortopraxia.
Como
precisamos disso em nossos dias! Quanta falta faz-nos o púlpito ungido,
corajoso, contundente; quanto necessitamos de professores de EBD com a
capacidade de ensinar lições banhadas em mensagens relevantes, oportunas e
incômodas ao nosso eu secularizado.
Vivemos
dias difíceis, quando o palavrório religioso está roubando o lugar do ensino
fervoroso; quando o blá-blá-blá evangélico está ocupando o espaço da influência
benfazeja de cristãos maduros sobre a vida de discípulos iniciantes. Eis o conselho
de Paulo para a nossa igreja hoje: Chega de conversa fiada! Está na hora de
vocês, cristãos, mostrarem o verdadeiro evangelho por meio de ações concretas,
subsidiadas por condutas íntegras e posturas corajosas, brilhando como
estrelas, diante de uma cultura relativista e malignamente em desordem (veja Fl
12-16). Na trilha para experimentar vontade de Deus passamos necessariamente
pelo desafio de romper com a religiosidade do discurso e enfrentar o mundo com
os valores do evangelho.
É pegar ou largar!
Paulo
entende que a vontade de Deus não era para ser apenas entendida, debatida ou
discutida; precisava ser experimentada. “…
para que experimenteis…” (Rm 12.2). Experimentar aqui (como traz a versão
Revista e Atualizada da SBB, bem como a Versão Revisada da IBB), é tradução do
grego ‘dokimazo’, que significa:
Testar, examinar, provar, verificar, reconhecer como genuíno etc. Eugene Peterson ousou uma tradução alternativa:
“… Descubram o que ele quer de vocês e
tratem de atendê-lo…”(A Mensagem). Notemos que o sentido apontado é o da
vida prática, da realidade cotidiana, da concretude em que precisamos decidir fazer
o que entendemos ser correto diante de Deus e então verificarmos os resultados
desta nossa decisão.
Neste
ponto o cristão vai precisar fazer uma escolha: ou estaciona numa religiosidade
contemplativa e meramente teórica, que em nada altera e nada impacta a vida e a
história; ou avança corajosamente, pela fé, para uma práxis cristã libertadora
(do comodismo farisaico) e construtora (de uma personalidade mais semelhante a
Cristo e de uma sociedade mais consentânea com os propósitos de Deus). Não
existe meio termo: é pegar ou largar.
Acertando o alvo!
Para
experimentar a vontade de Deus nas áreas e nas questões bem práticas do nosso
dia a dia, vamos precisar praticar a dedicação integral das nossas vidas a
Deus. Isso se dá por meio de três atitudes bem simples, mas extremamente
profundas:
1.
Precisamos dedicar a Deus as
nossas ações (Rm 12.1)
Tudo
o que fazemos é por intermédio do nosso corpo. É por ele que vivemos,
pragmaticamente falando. Todas os nossos atos são concretizados pelos membros
do nosso corpo. Assim, ‘apresentar o corpo’ significa praticar ações que subam
até as narinas de Deus como cheiro suave (veja Levítico 29.8); implica adorar o
Senhor com todas as nossas ações.
A pergunta é: As nossas
ações são dignas de serem apresentadas a Deus como adoração e louvor?
2.
Precisamos dedicar a Deus os
nossos pensamentos (Rm 12.2a)
Renovação
da mente implica substituição de paradigmas. Os conceitos, princípios e valores
errados que jazem em nossas mentes, depositados ali sorrateiramente pelo Diabo,
pai da mentira (Jo 8.44), precisam ser substituídos pelas verdades eternas da
Palavra de Deus. Chamamos de libertação o resultado desta substituição (Jo
8.32,36), que se dá em nossas vidas pelo processo que chamamos de santificação.
À medida que a Palavra de Cristo vai habitando em nós e nos libertando das
mentiras de Satanás, forma-se em nós a mente de Cristo (1Co 2.16).
Se
por um lado tudo fazemos por meio do corpo, por outro lado é a mente que
comanda o corpo. Logo, o corpo é servo da mente. Como pensamos determina o que
fazemos e até quem somos (Pv 23.7). Assim que, se a impureza e o mal dominarem
a nossa mente, o nosso corpo será instrumentalizado para o pecado e para a
maldade. Por isso mesmo, o próprio Paulo nos adverte a cuidarmos bem e sermos
seletivos em tudo o que pensamos (Fp 4.8).
A pergunta agora é:
Que tipo de ações são prenunciadas pelos pensamentos que permitimos habitar em
nós?
3.
Precisamos dedicar a Deus as
nossas intenções (Rm 12.2b)
Se o
corpo é controlado pela mente, os nossos desejos também deveriam ser. Mas o
pecado, que marca a nossa natureza humana, luta tenazmente para que os nossos
desejos carnais controlem a nossa mente.
Mas é exatamente quando
dedicamos a Deus as intenções e desejos do nosso coração que a mente de Cristo, em formação em nós,
prevalece sobre a nossa vontade má, imperfeita e amarga, contrastante com a de
Deus, que é boa, perfeita e agradável.
De
forma que, mesmo desejando ou tendo alimentado a intenção de conseguir algo que
colide com o querer divino, eu sigo o exemplo de Paulo e também “… esmurro e reduzo-o à
escravidão…” (1Co 9.27).
Aqui a pergunta a ser
feita é: na nossa vida, as nossas paixões têm controlado a nossa mente e, por
isso, determinado as nossas ações?
Esta
dedicação total, de intenções, pensamentos e ações a Deus, nos fará experimentar
a sua vontade em cada área da nossa vida. Quer no contexto conjugal e familiar,
quer em nossos relacionamentos, na nossa vida profissional e também na nossa
vivência eclesiástica.
O
primeiro conselho de Paulo para a vida cristã é que vivamos uma vida linda,
sempre dedicando nossos desejos, pensamentos e ações ao senhorio de Cristo, que
nos esquadrinha por sua Palavra viva e operosa (Hb 4.12); encarando, dia após
dia, o desafio de experimentar a vontade de Deus em cada aspecto e em cada área
da nossa vida.
Que
consigamos vencer todas as barreiras, para seguir este abençoado conselho,
parando de conversa fiada, dedicando todo o nosso ser a Cristo.
Leituras diárias:
segunda- feira
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1 Coríntios 6.19,20
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terça-feira
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Filipenses 1.20,21
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quarta-feira
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Gênesis
22.1-24
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sábado
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1 João 2.15-17
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domingo
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