segunda-feira, 20 de maio de 2013


O Salmo 128 e as Bênçãos Para a Família
O primeiro e o segundo verso trazem uma promessa para o marido. O homem que teme a Deus e anda nos caminhos do Senhor é feliz, tem paz, é abençoado. Deus lhe dará os meios de sustentar a sua casa, pois foi o próprio Deus quem determinou que o mantenedor da casa fosse o marido. Desta forma, a promessa para ele é poder usufruir dos frutos de seu trabalho com a sua família, pois Deus garante a provisão, nada lhe falta.
Precisamos entender que há uma ordem nas coisas que Deus faz. Em relação à família, foi determinado que o homem fosse a cabeça, não a mulher. Não estou sendo machista ou coisa do tipo, está na Bíblia. Isso foi estabelecido desde a queda do homem relatada no livro de Gênesis 3, quando o Senhor determinou que o homem viveria do suor de seu rosto. Se um lar é controlado e mantido pela mulher, algo está errado (não estou dizendo que ela não possa trabalhar).
Segundo, há promessas para a esposa. A mulher deste homem que teme a Deus será como uma “videira frutífera”. Ela será como uma árvore onde podemos recorrer por causa de seus frutos. Podemos entender os frutos aqui como o fruto do Espírito: Paz, Alegria, Longanimidade, Domínio Próprio, Fidelidade, Amor, Benignidade, Bondade e Mansidão. Quando o marido ou os filhos estão aflitos, eles poderão recorrer à mulher que os nutrirá através dos frutos. Vale ressaltar que para uma árvore ser frutífera, ela deve ser plantada em bom solo (ou o marido temente a Deus). Se ele cuida bem da sua mulher, ela produzirá os frutos mais tarde.
Em Provérbios 14:1 Salomão disse que a mulher sábia edifica a sua casa, enquanto que a tola destrói com suas próprias mãos. Assim, você que é mulher de Deus, aprenda a dar frutos em seu lar. Use de sabedoria para contornar as adversidades na sua casa lar e mantê-la edificada.
A terceira promessa é para os filhos. Eles serão como plantas de oliveira, ou seja, também produzirão frutos. Mas isso depende de como são cuidados. Os filhos representam a descendência deste casal. Como professor, vejo muita coisa absurda devido à má educação que as crianças recebem de seus pais. Uma das coisas que mais me assustam é a arrogância dos filhos, que se acham o centro de tudo e querem suas vontades satisfeitas. São filhos cujos pais não lhes impõem limites, muitas vezes porque não são criados por eles, mas por babás ou empregadas. Muitos simplesmente dão “presentes” aos filhos sem ao menos pensar no que aquilo vai resultar, pois só pensam em manter o filho quieto.
Você que é filho, aprenda a honrar os seus pais, porque é o primeiro mandamento com promessa de bênção. Respeite os seus pais em tudo e obedeça-os, mesmo que você ache que eles estão “pegando no seu pé”. Lembro-me que simplesmente o olhar da minha mãe me fazia me colocar na minha posição de filho e obedecê-la. Eu ficava chateado muitas vezes, mas depois aprendi que era para o meu bem.
Querido (a), se você é pai ou mãe, tome muito cuidado com a sua família. Ela é um presente de Deus para nós, é a base de tudo. Não substitua a atenção e o carinho por computador ou videogame para o seu filho. Orem juntos. Um lar unido na presença de Deus é um lar vitorioso. Orem usando as palavras deste Salmo, crendo que as promessas nele contidas são para vocês.
Salmo 128 é escrito aos homens como as cabeças das famílias. O Espírito Santo promete que homens que temem o Senhor produzirão famílias tementes a Deus que resultarão em uma sociedade, um país temente a Deus. Há uma sensação de divino decoro quando um homem se levanta como a cabeça (diferente de tirano!) da família (1 Coríntios 11:3, Efésios 5:23)
1 Cor 11:3 Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.
Efésios 5:23 Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.
 Verso 1: 1 Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos.    Bem-aventurança vem para aqueles que têm duas coisas: no coração, uma postura de temor do (e ao) Senhor; na vida, uma postura de obediência. Temer ao Senhor é mais que apenas mostrar reverência e respeito. É entender que Deus é santo --perfeitamente reto, justo, e verdadeiro -- em tudo que faz, e que algum dia terá que nos levantar diante d’Ele e dar conta de nossas vidas. Há um medo extremamente solene associado com este pensamento. Bem-aventurança vem para aqueles que permitem ao Senhor penetrar seus pensamentos, planos e decisões de agora, porque a eternidade já vem assomando à frente.

Pelo lado positivo (o que é, e suas vantagens): quando entendemos quem é Deus e para onde toda a História humana está indo, somos motivados a obedecer a Deus e achar e seguir o Seu desejo para nossas vidas, como é revelado na Sua palavra (II Pedro 3:10ss.).
Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão.    Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade,    Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo,se fundirão?    Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.

 Pelo lado negativo (o que não é, e suas desvantagens): Aqueles que realmente têm reverente medo do Senhor (O temem), entendem as consequências da desobediência e são movido à ação pela compreensão de Deus. Nossas famílias têm que ter um compromisso mais alto para com a vontade de Deus do que para com nosso próprio conforto pessoal, segurança, e felicidade.

Verso 2: 2 Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.         Nós seremos recompensados plena e infalivelmente na infinita eternidade, tão próxima, mas já começamos a ser recompensados nesta vida. A garantia de Deus é de vida, paz, provisão e felicidade; é que nosso sustento será suficiente, e bênçãos e prosperidade serão nossas. Isto não significa que nós seremos ricos ou sem problemas, mas significa que Deus fará todos os tipos de graça disponíveis para nós (2 Coríntios 9:8). E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda  a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra;

Verso 3a: A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; ...      a sua esposa produzirá frutos, bênçãos. Da mesma maneira que vinhas produzem fruto que pode ser usado em uma variedade de modos (uva fresca,passa, suco fresco de uva, suco fervido e concentrado, suco pasteurizado e conservado, vinagre de uva, etc.), assim também uma esposa tem muitas funções eé muitas bênçãos na casa. É significante que David enfoca o papel dela como esposa e não como mãe ou outra qualquer coisa (“a tua esposa” tem ênfase diferente de a “mãe de teus filhos, a dona responsável e administradora da casa,  etc”.); o Espírito Santo priorizou a relação de marido/esposa antes da relação pai/mãe/filhos!!! Este é um importante equilíbrio a manter.Maridos, querem fazer seus filhos felizes? Amem suas esposas (como Cristo amou a igreja e deu Sua vida em resgate por ela, etc. Não há possibilidade de você fazer seus filhos felizes se você não fizer seu cônjuge feliz!)

Verso 3b: ... os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa.      Seus filhos, criados nos caminhos do Senhor, serão uma grande bênção.Também, estarão enchidos, cheios de promessas de esperança. Um broto de azeitona, o começo de uma planta nova, está cheio de promessas; assim são nossas crianças:
Salmo 127:4 Como flechas na mão de um homem poderoso, assim são os filhos da mocidade.
Provérbios22:6 Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer         não se desviará dele.
Temos que criar nossos filhos levando-os da total dependência em nós (como pequeninos) até a total independência de nós (como adultos) e dependência em Deus, com uma segurança confiante que Deus cuidará por eles.

Verso 4: 4 Eis que assim será abençoado o homem que teme ao SENHOR.    Deus,através de Davi, está repetindo uma verdade fundamental, por ênfase. É como se dissesse “Eu disse isto uma vez, e eu direi isto novamente, para você gravar bem.” (Repetindo o coro da canção.)

Versos 5-6:
5 O SENHOR te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém emtodos os dias da tua vida.   
6 E verás os filhos de teus filhos, e a paz sobre Israel.
Deus promete longevidade, bênçãos, e paz.
Deus é entusiasta pela família, é Ele que a criou, a ama e enfatiza, mas ela não é um fim em si mesmo; Ele deseja que causemos um incessante e profundo impacto na comunidade ao nosso redor. Para nós, o avanço do Reino de Deus é a meta, e bem-aventurança é o subproduto.
Mat. 6:33 Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

Ler e exortar
 (1) os maridos a assumirem o papel de líder espiritual dos filhos (além de líder espiritual da esposa) e (2) afazerem cultinho diário em casa, bem simples, adaptado à idade das crianças:Deut11:18-21
18 ¶ Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos.
 19  E ensinai-as a vossos filhos, falando delas (a) assentado em tua casa, e (b) andando pelo caminho, e (c)deitando-te, e (d) levantando-te;
 20  (e) E escreve-as nos umbrais de tua casa,e nas tuas portas;
 21  Para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o SENHOR jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra.
(Cultinho em casa, sim, mas também falar da Palavra nas 4 situações nãoplanejadas!)




Ataque conjunto contra o câncer

Equipes integradas por especialistas de diversas áreas e novas drogas que impedem o crescimento dos tumores elevam as chances de cura a um patamar inédito. E isso só foi possível quando se descobriu que a doença é muito mais complexa do que se sabia

Mônica Tarantino e Monique Oliveira
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Um dos mais formidáveis progressos registrados pela medicina nos últimos anos se deu no entendimento do que é o câncer, doença que acometerá 27 milhões de pessoas no mundo na próxima década e cerca de 619 mil brasileiros em 2025, conforme estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O conceito mais atual a seu respeito dá conta de que ela é muito mais complexa do que se pensava e que não pode ser considerada uma só enfermidade. “São várias doenças que têm, em comum, o fato de serem um agrupamento de células similares com alterações no seu código genético”, explica o oncologista Paulo Hoff, diretor clínico do Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp) e do Hospital Sírio-Libanês, ambos em São Paulo. “Cada tumor é diferente do outro”, enfatiza o médico.
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Essa constatação – uma das mais importantes na história da luta da ciência contra a doença – está imprimindo uma revolução na maneira de combatê-la. Nos hospitais, por exemplo, as equipes responsáveis pelo atendimento ao paciente estão abrindo espaço para profissionais como biólogos moleculares, capacitados a identificar com mais precisão a natureza do tumor. Nos centros de pesquisa, integram os mesmos estudos patologistas e bioengenheiros, matemáticos e geneticistas. Nos laboratórios das indústrias farmacêuticas, a busca agora não é mais por um remédio único que, com uma cartada só, ataque vários tumores ao mesmo tempo. Procura-se hoje o contrário: drogas com o poder de atingir substâncias únicas, associadas a tumores específicos, e também medicações para agir sobre engrenagens envolvidas na proliferação das células doentes, como seu metabolismo e os tecidos ao seu redor. É assim que está se criando a nova forma de curar o câncer.
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O ponto de partida para as transformações em andamento foi a descoberta do peso da genética no surgimento e desenvolvimento da doença. Sabia-se que os genes tinham influência, mas só depois da divulgação dos resultados do genoma humano, em 2003, ficou claro que eles são mais decisivos do que se supunha. Por vários motivos. O primeiro: há uma quantidade impressionante de genes sendo associados a diferentes tumores. Essas informações estão permitindo, por exemplo, o estabelecimento de programas de prevenção mais focados e eficazes. No Brasil, há um ótimo exemplo disso. A oncogeneticista Maria Isabel Achatz, do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, monitora 102 pacientes portadores de uma mutação no gene TP53. É o maior grupo do mundo em acompanhamento em um único centro médico. A alteração deixa os indivíduos mais predispostos a ter alguns tipos de tumores ao longo da vida. “São pessoas que precisam de acompanhamento para que a doença seja detectada no início”, diz a especialista. Desse modo, podem ser tratadas de forma menos agressiva e com maiores chances de cura.
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O maior conhecimento genético está levando também à criação de exames reveladores. Na Alemanha, o teste BreastNextTM avalia 14 genes relacionados aos cânceres de mama e ovário. Outros investigam uma gama maior de genes para tumor colorretal e há opções com o poder de ler em média 35 mil genes, indicando alterações associadas à enfermidade e outras com interpretação ainda desconhecida para a medicina.
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A detecção de indivíduos com maior risco promove a disseminação do aconselhamento genético. Nos principais centros de tratamento do mundo, já existem serviços destinados a orientar pacientes sobre suas chances de realmente desenvolver a enfermidade por causa de genes mutados. Por aqui, há opções em universidades e hospitais de referência. Para expandir esse alcance, oncogeneticistas criaram a Rede Nacional de Câncer Familial (hereditário). A entidade está avaliando os custos da aplicação na rede pública de testes genéticos para rastrear a predisposição a 12 tipos. “Queremos capacitar hospitais e serviços para ter geneticistas que atendam pacientes com história familiar de câncer”, diz Marisa Breitenbach, coordenadora de pesquisa do Inca.
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Decifrar qual gene está vinculado a que tumor também abriu a porta para que a ciência começasse a identificar as consequências dessas associações. Que proteínas são fabricadas – ou deixam de ser liberadas – por causa da influência genética? Cada resposta obtida torna mais fácil arquitetar remédios capazes de solucionar os problemas criados pelos genes. Um dos mais novos dessa categoria é o crizotinibe (Pfizer), indicado para combater um tipo raro de tumor de pulmão (não pequenas células – NSCLC) porque corrige um desequilíbrio causado por alterações provocadas pela mistura de genes batizada de EML4-ALK, associada ao tumor. O medicamento está em uso na Europa e nos Estados Unidos e no Brasil aguarda liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na mesma linha há o pertuzumabe e o trastuzumabe-entansina (Roche), para tratar o câncer de mama metastático em mulheres que apresentam mutação no gene HER2 (também esperam liberação pela Anvisa), e o olaparibe (AstraZeneca), em fase final de pesquisa contra o tumor de ovário.
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Outro resultado igualmente importante do aprofundamento das informações sobre câncer e DNA é a constatação de que o perfil genético do tumor é determinante para o tratamento. Hoje, tão fundamental quanto saber o órgão atingido é conhecer as mutações genéticas às quais ele está vinculado. Além disso, contam as características de DNA de cada paciente e como elas influenciam a resposta à terapia. Um remédio pode funcionar para um, e não para outro, mesmo que os dois apresentem tumores iguais. “Quanto mais específica a droga, mais específico é o paciente que irá recebê-la”, diz Luiz Fernando Reis, diretor de pesquisa do Hospital Sírio-Libanês. Cientes do desafio, os pesquisadores investem no desenvolvimento de testes para distinguir quem realmente irá se beneficiar da droga em questão. Atualmente, há exames do gênero para medicações contra tumor de mama, pulmão, melanoma, rins, colorretal e certos tumores do sistema nervoso central. Fora do Brasil há maior variedade relacionada a remédios ainda não aprovados aqui.
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O enfrentamento mais abrangente do câncer foi fortalecido ainda após a identificação de novos fatores relacionados ao crescimento das células doentes. O chamado microambiente tumoral é um deles. Trata-se da avaliação das características do tecido ao redor do tumor para saber em que medida ele estimula sua evolução. “A estratégia é modificar o contexto no qual as células tumorais estão inseridas”, afirmou à ISTOÉ Mina Bissell, chefe da divisão de ciência do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, dos Estados Unidos, uma das mais renomadas pesquisadoras de câncer de mama do mundo. Um dos primeiros remédios a agir no microambiente tumoral foi o regorafenibe (Bayer). Nos EUA, foi autorizado para o tratamento do câncer de cólon. 

Uma condição que também facilita a proliferação das células doentes é seu metabolismo diferenciado. Para se multiplicar sem freio, elas acabam se valendo de um estoque fenomenal de glicose, o combustível usado normalmente por toda célula para funcionar. E também recorrem a substâncias das quais extraem energia como o aminoácido glutamina. Grupos de pesquisadores estão trabalhando para encontrar meios de impedir a utilização das duas substâncias – glicose e glutamina – pelas células tumorais.
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Exploram-se ainda os aspectos ligados à imunidade. A proposta é fazer com que mecanismos normais do sistema imunológico aprendam a reconhecer a célula doente, o que não ocorre normalmente no câncer. Um dos medicamentos em uso no País, o ipilimumabe (Bristol-Myers Squibb), combate o melanoma, o mais agressivo dos cânceres de pele, por essa via. “A tendência é dar remédios que curem, sem a necessidade de cirurgias e mutilações”, afirma Antonio Carlos Buzaid, chefe do Centro Avançado de Oncologia do Hospital São José, em São Paulo. 

Uma das linhas mais recentes em pesquisa investiga o que os pesquisadores chamam de “assinatura” do tumor. Descobriu-se que as células tumorais despejam na corrente sanguínea fragmentos de seu próprio material genético (o DNA tumoral). Esse material, acreditam os cientistas, pode servir como indicativo de várias situações. Uma delas é apontar se o tratamento está fazendo efeito. Outra seria auxiliar no diagnóstico extremamente precoce da doença, em um estágio que até hoje a medicina não foi capaz de atingir.
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Toda essa complexidade que caracteriza a doença está desencadeando o surgimento de um esquema de trabalho interdisciplinar no qual os oncologistas e cirurgiões trabalham cada vez mais integrados a equipes compostas também por oncogeneticistas, patologistas e bioquímicos. O grupo maneja informações fundamentais para determinar qual será o roteiro da terapia de cada paciente. O papel de cada membro do timetambém ganha contornos mais atuais. “Antes fazíamos o diagnóstico para conhecer as características do tumor e seu estágio. Agora, procuramos genes que ajudam a definir os medicamentos que serão dados”, diz Isabela Cunha, responsável pelo Departamento de Patologia Molecular aplicada ao diagnóstico do Hospital A. C. Camargo.
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E cresce a aproximação entre os médicos e os cientistas que estão no laboratório. “A troca de informações e sua aplicação no tratamento são cada vez mais essenciais”, diz o biólogo e bioquímico Emmanuel Dias-Netto, do Centro Internacional de Pesquisa do hospital paulista. No cotidiano, Dias-Netto, que participou dos principais estudos internacionais do genoma, é peça-chave na discussão de casos intrincados de cânceres hereditários. Em seu laboratório, há máquinas que sequenciam o genoma inteiro de um tumor ou do paciente em um dia. Mas é um recurso ainda usado em caráter experimental e reservado a raros casos.
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A nova dinâmica já se reflete em mudanças na estrutura física dos principais hospitais. No Hospital do Câncer de Barretos, no interior de São Paulo, foram abolidos os consultórios individuais para ver pacientes. No dia destinado ao atendimento dos doentes com tumores de cabeça e pescoço, por exemplo, os especialistas dessa área ficam em uma sala coletiva onde se consultam mutuamente sobre os casos. Lá estão oncologistas clínicos, cirurgiões, radioterapeutas, especialistas em quimioterapia. Na hora de examinar alguém, vão a um consultório onde são aguardados pelos pacientes e por seus prontuários. Para o mesmo andar destinado a esse ambulatório também foi remanejado o serviço de odontologia. “Isso agiliza o atendimento e permite que ele seja mais completo”, diz Vinícius Vasquez, diretor clínico do Hospital de Barretos. O modelo foi adaptado do hospital MD Anderson, nos EUA. 

Ver-se diante do fato de que o câncer não pode ser tratado com uma só receita também obrigou a medicina a tornar mais maleável a sua definição de cura da doença. Segundo o conceito clássico, podia se dizer curada a pessoa que estivesse cinco anos sem a enfermidade. Hoje, com o conhecimento a respeito das peculiaridades de cada tumor, isso não é mais aplicável a todos os casos. “Em cânceres de estômago e pulmão, que são muito agressivos, é possível falar em cura quando a doença não se manifesta depois de cinco anos após o tratamento. Mas para alguns tipos de câncer de mama esse prazo é maior”, diz Rafael Kalics, diretor do Instituto Oncoguia, entidade de apoio aos pacientes.
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Apesar das diferenças, é incontestável que a medicina alcançou um patamar histórico de vitória. Segundo o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, há 38 anos, naquele país, metade das pessoas com câncer era curada. Hoje, são 68%. Entre as crianças, a taxa média de cura era de 62%. Atualmente, está em 81%. Nos casos de tumor de tireoide flagrados no começo, as estatísticas americanas mostram que, após cinco anos, 99,9% dos pacientes estão livres da doença. 

É sabido também que dificilmente haverá uma única fórmula que cure todos os gêneros de tumor. “O caminho será o da personalização do tratamento”, diz o oncologista Stephen Stefani, do Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. Tudo isso graças ao avanço na compreensão da enfermidade. “E quanto mais estudarmos de que forma as células envelhecem, mais saberemos sobre a doença”, garantiu à ISTOÉ Phillip Sharp, prêmio Nobel de Medicina em 1993 e hoje diretor do Laboratório de Estudos do Câncer do Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos.

Fontes: Laboratórios Amgen, AstraZeneca, Bayer, Boehringer Ingelheim do Brasil, GlaxoStmithKline, Pfizer, Eli Lilly e Roche
Fotos: Pedro Dias/ag. istoé; tininho jr./ag. istoé
Fotos: Pedro Dias/ag. istoé; roberval a. oliveira/foto central; Kelsen Fernandes
Fotos: João Castellano/Ag. Istoé; pedro dias/ ag. istoé

quarta-feira, 1 de maio de 2013



Lição 4 – A universalidade do evangelho

Texto bíblico: Gálatas 2.1-10
Texto áureo: Mateus 24.14

As últimas instruções do Cristo ressurreto aos discípulos, antes de ascender aos céus, sugere à missão cristã um projeto de alcance ousado: da Judeia (centro judaico), passando por Samaria (território hostil) até os confins da terra (mundo gentílico), todos deveriam ouvir o evangelho e receber uma oportunidade de salvação (At 1.8).

Para a igreja cristã, entretanto, nascida num berço judaico, esse não foi um caminho fácil de ser percorrido. A mentalidade exclusivista dos judeus (At 10.28) e o apego à lei de Moisés (At 15.1) faziam com que os primeiros cristãos corressem o risco de se tornarem um novo tipo de judeus.

Atento a tudo isso, Deus dirigiu a história da igreja para realizar a missão em toda a sua plenitude (Rm 2.11; 3.29). Assim, ele garantiu a universalidade do evangelho, fazendo com que o nome de Jesus fosse anunciado por todo o Império Romano. Estava montada a plataforma para a tarefa evangelística mundial.

Quais as condições para a universalidade do evangelho? Quais os principais resultados da primeira reunião apostolar? Esse caráter global do evangelho significa que todos serão salvos?

O alcance mundial da proclamação do evangelho depende, entre outros fatores, das seguintes condições:

1ª condição: pessoas experientes na fé

As ruas eram menos perigosas há 30 anos, na cidade onde cresci. Eu e as crianças do bairro nos reuníamos durante o horário das novelas, para nos socializarmos. A minha predileção era o 3 x 3. As atividades eram variadas, mas, ali, face a face, medíamos forças, debatíamos assuntos cotidianos, competíamos. Quanto mais competentes eram os participantes, melhor era o resultado final.

A lembrança remete ao 3 x 3 ocorrido em Jerusalém, naquela conferência informal, mas, também, urgente para a evangelização do mundo. De um lado, três dos apóstolos de Cristo: Pedro, Tiago e João. Do outro, três notáveis evangelistas: Paulo, Barnabé e Tito.

Havia catorze anos que Paulo cumpria sua missão de pregar o evangelho entre os gentios. Em momento algum do seu ministério, até essa ocasião, ele foi convocado ou chamado a explicar-se perante os doze apóstolos. Paulo tomou a iniciativa do encontro, em obediência à orientação de Deus (Gl 2.2).

Paulo descreve os apóstolos que o antecederam como “colunas” da igreja (Gl 2.9a), pessoas de autoridade, principalmente, no campo da exposição do evangelho da salvação (At 8.4). Apesar disso, Paulo não considerava sua compreensão do evangelho em nada inferior à dos primeiros apóstolos (Gl 2.6).

Nessa conferência amigável, Paulo foi acompanhado por Barnabé e Tito, dois de seus mais importantes colaboradores.

Barnabé (sobrenome que significa “filho da consolação”) é um indivíduo de valor no campo intelectual e que possuía boa formação bíblica (At 13.1-3). Ele chamava-se José, era da descendência da tribo de Levi e natural da ilha de Chipre. Lucas retrata-o como alguém despojado (At 4.36,37), com visão espiritual aguçada (At 9.27) e grandemente respeitado no círculo cristão de Jerusalém (At 11.22-24).

Tito, certamente, um cristão gentílico (Gl 2.3), é um dos filhos na fé de Paulo e seu grande colaborador (Tt 1.4; 2Co 8.23). Para aquela reunião, Tito representava a prova viva do poder do evangelho entre os não judeus.

Os primeiros apóstolos reconheceram a autoridade apostolar de Paulo e Barnabé para expor o evangelho, ao oferecer-lhes a destra da comunhão (Gl 2.9b). Desse modo, tornaram-se instrumentais à universalidade do evangelho.

Hoje, a igreja do Deus vivo continua convocada para realizar a tarefa missionária em escala mundial. Sua nobre condição de coluna e firmeza da verdade (1Tm 3.15) revela, entre outros, os procedimentos seguintes:
● a conversão a Cristo é o ponto de partida da missão (Jo 15.16; Tg 1.18);
● a Palavra de Deus compõe o instrumento preciso para a tarefa missionária (At 12.24; 13.48; 15.35);
● à igreja compete respeitar e honrar aqueles que, em caráter ministerial, dedicam-se com amor à palavra e ao ensino do evangelho (1Tm 5.17).

O caráter apoteótico dos shows evangélicos mostra-se muito atraente aos cristãos. O mesmo não se pode dizer, pelo menos quantitativamente, dos cultos doutrinários e dos estudos bíblicos dominicais na EBD. O que isso revela em relação às futuras gerações cristãs?

2ª condição: uma estratégia missionária

Em Gálatas 2.7-9, pode-se perceber a inicial ordenação geográfica do testemunho evangélico. Pedro recebeu o encargo do evangelho da circuncisão, isto é, de pregar aos compatriotas judeus. Já a graça de Deus na vida e na vocação de Paulo, reconhecida pelos apóstolos, abriu-lhe as portas para o apostolado dos gentios (o evangelho da incircuncisão).

Da reunião de Paulo com os apóstolos, resultou um consenso: “o mesmo evangelho deveria ser pregado tanto aos judeus como aos gentios, baseado nas mesmas condições, ainda que houvesse diferentes esferas de serviço”.  Esses termos refletem o que denominamos universalidade do evangelho.

Alguns acontecimentos dirigidos por Deus permitiram a concordância mútua, dentre os quais, destacamos:

1) O encontro entre Pedro e o gentio Cornélio. Nessa ocasião, por meio de uma visão, Deus revelou ao apóstolo que devia quebrar a barreira étnica e anunciar o evangelho (At 10);

2) A aprovação pelos demais apóstolos da atitude de Pedro em relação a Cornélio, que os levou a glorificar a Deus por sua graça concedida aos gentios (At 11.1,18);

3) O surgimento da primeira igreja gentílica, em Antioquia da Síria, onde os discípulos foram pela primeira vez chamados “cristãos”. Para averiguar a mistura religiosa entre judeus e gentios, a igreja de Jerusalém enviou Barnabé, que muito se alegrou (At 11.19-26);

4) A reunião de Barnabé e Paulo em Antioquia. Durante um ano inteiro trabalharam ali, fortalecendo a fé daqueles irmãos e, assim, fazendo daquela igreja um centro avançado de apoio missionário (At 13.1-3).

É o intento divino salvar todo aquele que crê, sem distinção de etnia, cor ou origem (Rm 10.12). Para tal, Deus agiu e ainda age estratégica e eficazmente (Gl 2.8; 1Ts 2.3b).

A igreja precisa acatar as orientações do Senhor e lançar mão das oportunidades que ele oferece. Em nível local, algumas estratégias usadas por Deus para capacitar seus filhos são as conferências, os congressos e os encontros de caráter missionário. Em escala mundial, a soma de forças pelas igrejas, em prol de uma Junta Missionária, possibilita o melhor avanço do cristianismo.

O despreparo na Palavra de Deus afeta diretamente a missão evangelística. Como mudar esse quadro negativo?

3ª condição: persistência diante das dificuldades de percurso

É comum o mesmo perfume apresentar cheiros diferentes quando aplicado em pessoas diferentes. Isso acontece porque os odores corporais são únicos e resultam de vários fatores, como a alimentação, as características pessoais, os lipídios e ácidos graxos que a pele exala.

Essa verdade aplica-se ao “bom perfume de Cristo”, que revela em todo o mundo a declaração de intenções para salvar, da parte de Deus (1Tm 2.4). A fragrância do conhecimento de Deus reage diferentemente de pessoa para pessoa. Ainda que o evangelho manifeste em todo o mundo essa fragrância, muitos optam por não acolher essa proposta amorosa e, por isso, não podem ser salvos (2Ts 2.10).

Aquele que se propõe evangelizar não pode frustrar-se a cada ato de resistência. Isso representará perda de foco e, com o tempo, trará para o pregador um desânimo perigoso. Para isso, é preciso uma postura humilde, a atitude de quem está apto para entender a honra de ser o instrumento das insondáveis riquezas de Cristo, pela pregação (Ef 3.8).

O que podemos depreender da leitura de 1Coríntios 3.6,7, no que se refere à eficácia da pregação do evangelho?

Conselhos úteis


O fato de o evangelho dirigir-se a todas as pessoas não significa que todas as pessoas serão salvas. A razão disso é simples: o pecado também tem alcance universal (Rm 3.9-12). Nem todos os pecadores reagem conforme o esperado – arrependimento e fé – trazendo para si a condenação (1Co 1.18; 2Co 4.3). Mas isso em nada diminui a necessidade da pregação do evangelho, a tempo e fora de tempo (Cl 4.5).