sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A Obra do Espírito Santo — Iluminação e Comunhão

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A ascensão do Senhor Jesus é Seu comparecer diante de Deus a nosso favor, a fim de que possamos ser aceitos em Cristo. Que é a ascensão do Senhor? Na Bíblia, a ascensão significa objetivamente apenas uma coisa: ela é para que sejamos aceitos diante de Deus. Hoje, o Senhor Jesus já compareceu diante de Deus (Hb 9:24). Nós também comparecemos diante de Deus Nele. Dessa maneira, Deus nos aceita do mesmo modo que aceitou a Cristo

A obra do evangelho tem três aspectos. Lucas 15 nos mostra três parábolas. Por um lado, vemos o Pai amoroso esperando para receber os pecadores. Por outro, vemos o bom Pastor vindo ao mundo para buscar a ovelha perdida. Vê-se o Pai em casa esperando pelo pecador arrependido e salvo, e vê-se também o Filho vindo ao mundo para salvar pecadores. Mas após a obra do Senhor completar-se e antes de o pecador chegar em casa, há uma outra parábola, que é a da mulher que, paciente e cuidadosamente, procura, com a candeia acesa, a dracma perdida.
Existe a possibilidade de uma imitação por parte da carne na questão da consciência do pecado. A carne pode substituir a atuação do Espírito Santo. Muitas lágrimas em reuniões de reavivamento nada são senão o resultado da carne do homem. Elas não são produzidas pela obra do Espírito Santo no homem. Uma coisa é o homem saber que pecou. Outra coisa, é saber que seu relacionamento com Deus está errado. O Espírito Santo paciente e cuidadosamente ilumina o homem e mostra-lhe que ele está perdido. O que o Espírito Santo faz é mostrar ao homem que sua posição está errada. Então, o primeiro sentimento de alguém que experimentou a obra do Espírito Santo de Deus não é algo relacionado com o pecado, mas o sentimento de que ele está longe de casa. Seu relacionamento com Deus está cortado. Ele desenvolveu um problema com Deus. Ele é um homem perdido.
 Quando o Espírito Santo ilumina o homem, a primeira coisa que Ele faz é mostrar ao homem que ele está numa terra distante. Quando alguém lê a última parábola de Lucas 15, deve observar o que o filho pródigo disse ao pai. Ele não disse que tinha desperdiçado toda a fortuna de seu pai com prostitutas. A primeira coisa que percebeu quando caiu em si, foi que na casa de seu pai havia abundância de pão. Por que, então, ele estava vivendo em meio aos porcos numa terra longíqua e não conseguia sequer matar sua fome com as alfarrobas que eram para os porcos? Quando o Espírito Santo ilumina uma pessoa, ela percebe que tem um problema com Deus, que deixou a casa de seu Pai e que está longe Dele. Meu amigo, quando uma pessoa no mundo chega ao fim de si mesma em sua condição pecaminosa, ela pode, como Judas, tornar-se ciente de seus pecados. Mas sem a luz do Espírito Santo, ela não sentirá que deixou a casa do Pai e que está numa terra distante. Não estou dizendo que os pecados não sejam sérios. Pecados são pecados. Mas a Bíblia nos mostra que o principal pecado do homem reside no fato de ele estar perdido. Ele está posicionado numa base inadequada, mesmo que não esteja em uma condição inadequada. Naturalmente, todos os que estão numa condição inadequada devem estar numa base inadequada. Quando o Espírito Santo nos ilumina, primeiro Ele nos mostra que estamos numa base inadequada. Então Ele nos mostra nossa condição inadequada. Isso é o iluminar do Espírito Santo.

Em João 16:8-9, o Senhor Jesus nos disse que quando o Espírito Santo vier, Ele “convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. Que significa ser convencido do pecado? Fomos convencidos do pecado “porque eles não crêem em Mim”. Desenvolvemos um problema com Ele e entramos em conflito com Ele. Fomos convencidos do pecado porque não vimos Seu sangue e Sua autoridade, porque não satisfizemos às Suas exigências, e porque agora temos um problema com Ele. O maior pecado do homem é recusar-se a crer no Senhor Jesus. O Espírito Santo vem mostrar-nos que desenvolvemos um problema com o Senhor Jesus e com Deus. Nossa posição está errada.

A luz do Espírito Santo ilumina e expõe todas as áreas nas quais você transgrediu em relação aos outros. Ela expõe toda injustiça e todos os pecados ocultos em nossas palavras e pensamentos.
O castigo de Deus é para o Seu curar. A repreensão do Espírito Santo é para o Seu confortar. Deus não se apraz em castigar e punir Seus filhos sem motivo. A única razão pela qual Deus pune é para que o homem possa obter paz. A razão de o Espírito Santo brilhar sobre o homem e mostrar-lhe seus defeitos e suas desobediências é para que o homem aceite toda a obra do Senhor Jesus Cristo na cruz. Sem a iluminação do Espírito Santo, não somos capazes de ver nem mesmo nossos pecados.

A BÍBLIA NOS LEVA A CRER NA RESSURREIÇÃO

 

O Novo Testamento nos diz para crer que Deus ressuscitou a Jesus dentre os mortos. A Bíblia não diz que a cruz ou a morte do Senhor sejam o objeto de nossa fé. Antes, ela diz que a ressurreição é o objeto de nossa fé. Creio que todos conhecemos o versículo em Romanos 10:9: “Se, com a tua boca confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”. Por que a Bíblia não nos pede para crer na cruz do Senhor, mas nos pede para crer em Sua ressurreição? Por que a Bíblia nunca nos pede para crer na cruz do Senhor Jesus, mas nos pede para crer que Deus O ressuscitou dentre os mortos? Devemos considerar um pouco essa questão. Isso é algo muito crucial. Se dependesse de nossa leitura da Bíblia, pensaríamos que a cruz é a coisa mais importante, e que deve haver ao menos uma palavra que diga que devemos crer na morte do Senhor na cruz. Mas não há uma palavra sequer sobre isso. Por que é assim? Um irmão pode alegar que se Cristo não ressuscitou, a nossa fé é vã. É verdade que por duas vezes em 1 Coríntios 15 é dito que se Cristo não ressuscitou, então nossa fé é vã (vs. 14, 17). Mas essa palavra não nos ajuda a resolver o problema. Pelo contrário, torna nosso problema ainda mais difícil. Se não há ressurreição, a nossa fé é vã. Portanto, a ressurreição é algo em que devemos crer. Sabemos que a redenção é uma questão entre Deus e o Senhor Jesus. Não é uma exigência de Deus sobre o homem. A redenção não é algo que o Senhor tenha feito para satisfazer o coração do homem. Ela é o Senhor satisfazendo a exigência de Deus quanto à santidade, justiça e glória. A morte do Senhor e a obra redentora que Ele realizou são transações que se deram entre Deus e o Senhor Jesus. Não é algo que é anunciado como objeto de nossa fé. A base de nossa fé é o fato de Deus haver ressuscitado Jesus, dentre os mortos.

Uma vez que o Senhor Jesus ressuscitou, tudo o que você tem de fazer é crer. Nós cremos na ressurreição. É por isso que a Bíblia exige somente que creiamos na ressurreição; ela não exige que creiamos na cruz. A obra da cruz é transmitida a nós somente para sabermos o que o Senhor fez diante de Deus. É a ressurreição do Senhor Jesus que pregamos e cremos. Ela inclui Sua morte e Sua vida. Uma vez que eu vejo o recibo, imediatamente sei que a quantia é adequada e que todas as notas são genuínas.
Esta noite posso dormir bem porque o Senhor Jesus ressuscitou. Se o Senhor não tivesse ressuscitado, mesmo que Ele tivesse morrido e nos redimido, ainda não poderíamos dormir em paz. Como sei que Seu sangue é suficiente? Como sei que o problema do pecado foi resolvido? Aleluia! Há a ressurreição. Porque fomos justificados, Ele ressuscitou. Portanto, cremos na ressurreição. Não sei quantos estão sentados aqui esta noite que ainda estão preocupados com a salvação, que ainda duvidam e não estão seguros. Quando você se pergunta se confia em Jesus, pode dizer que sim. Quando se pergunta se crê que Jesus morreu por você, também pode dizer que sim. Mas você ainda tem uma pergunta. Você pode pensar que crer em Jesus não é suficiente para ser perdoado dos seus pecados, que você tem de fazer ainda algumas boas obras. Ainda pode pensar isso e aquilo. Mas você só precisa saber de uma coisa. Por que Deus ressuscitou o Senhor Jesus? Por que Deus emitiu um recibo? O fato de Deus querer emitir um recibo para você, prova que a quantia que você depositou está correta. Quando Deus ressuscitou a Seu Filho dentre os mortos, foi uma prova de que a redenção que Seu Filho realizou foi algo correto. Deus não pode fazer nada injusto. A ressurreição prova que a obra do Senhor Jesus é eficaz diante de Deus. Eis por que o Novo Testamento enfatiza tanto nosso crer que Deus ressuscitou Seu Filho dentre os mortos.

A Obra De Cristo — Ressurreição Por Causa de Nossa Justificação

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O Senhor Jesus morreu por nós e por nossos pecados (Rm 5:8; 1 Co 15:3). Também vimos como o Senhor cumpriu a justiça de Deus e, ao mesmo tempo, manifestou a graça de Deus. Aqui precisamos perguntar: Como sabemos que a obra redentora do Senhor Jesus foi realizada? Como sabemos que tal obra foi aceita por Deus? Embora digamos que o Senhor Jesus cumpriu as justas exigências de Deus, que Deus tem a dizer sobre isso? De que modo Deus pode mostrar-nos que Seu Filho realmente cumpriu a obra de redenção e verdadeiramente satisfez Suas exigências? É verdade que o Senhor Jesus morreu por nós e por nossos pecados e que Sua obra foi realizada. Na cruz, antes de morrer, Ele disse claramente: “Está consumado!” (Jo 19:30). É verdade que Ele consumou a obra de redenção que se propôs fazer na terra. Ele foi capaz de dizer que estava consumado. Todos nós que olhamos para Sua salvação também podemos dizer que ela está consumada. Mas como sabemos que a obra de redenção do Senhor é aceitável a Deus quando apresentada diante Dele? Como sabemos que a obra redentora do Senhor Jesus foi aprovada por Deus? É correto dizer que a obra do Senhor passou no teste. Mas que disse Deus? Podemos dizer que Jesus morreu na cruz e cumpriu a obra de redenção. Mas como sabemos que o nosso Deus está plenamente satisfeito com tal obra? Sabemos que a obra de redenção do Senhor é justa para nós. Mas como sabemos que o mesmo é verdade para Deus? Nós dizemos que a obra de redenção é inteiramente justa, mas Deus também diria que ela é justa? Quando olhamos para a cruz, dizemos que todas as coisas estão resolvidas. Mas quando Deus olha para a cruz, aos Seus olhos tudo está resolvido? Temos de perceber que não há maneira de saber se Deus está ou não satisfeito baseado somente na cruz do Senhor Jesus. Não há como descobrir se Deus a considera ou não como a consumação. Se houvesse apenas a cruz, se tivéssemos somente a morte do Senhor por nós, se apenas a cruz permanecesse conosco até hoje e se o sepulcro do Senhor não estivesse vazio, nunca saberíamos o que a morte do Senhor realizou por nós. Ao olhar a obra redentora do Senhor, não há somente o aspecto da cruz, mas também o aspecto da ressurreição.

 A RESSURREIÇÃO DO SENHOR É A PROVA DE QUE DEUS ACEITOU SUA REDENÇÃO

Agora também consideraremos apenas o aspecto objetivo da ressurreição do Senhor. Objetivamente, o Senhor teve uma morte substitutiva por nós; Ele morreu em lugar de todos (1 Pe 3:18; 2 Co 5:14). Ao mesmo tempo, Ele morreu por nossos pecados (1 Co 15:3). Isso é o que a morte do Senhor cumpriu. Qual é, então, o propósito de Sua ressurreição? Deus ressuscitou o Senhor Jesus dentre os mortos como prova de que a obra de redenção foi cumprida. Deus a justificou e a aprovou. Agora Ele está satisfeito.
 O Senhor morreu por nós e a obra foi consumada. A ressurreição do Senhor é o sinal de “Muito Bem” de Deus na obra e na morte do Senhor Jesus. Isso significa que essa morte está agora aprovada. O problema do pecado do homem está agora resolvido. Assim, uma vez que o Senhor ressuscitou, o problema dos nossos pecados está completamente resolvido. Se o Senhor não tivesse ressuscitado, embora a redenção tivesse sido cumprida, nosso coração seria mantido em suspense. Ainda haveria certa inquietação em nós, pois apesar de sabermos que a redenção tinha sido cumprida, não saberíamos se ela tinha sido aceita. Quando percebemos que fomos totalmente redimidos de nossos pecados? Quando vimos que o Senhor Jesus ressuscitou. A ressurreição é a prova. Ela nos mostra que a cruz foi justa e a redenção foi aprovada. A ressurreição é a prova de que a obra da cruz foi aceita e recebida por Deus.
Ele
sofreu a punição da lei e a ira de Deus por nós (Gl 3:13). Mas, se o Senhor Jesus não tivesse voltado, não saberíamos se a obra tinha sido concluída ou não. Não saberíamos se Deus tinha aceito a obra do Senhor. Por essa razão, o Senhor Jesus tinha de voltar. Ele tinha de ressuscitar. Assim nós soubemos que a obra foi realizada. Louvado seja o Senhor. A obra está cumprida. Se ela não tivesse sido cumprida, o Senhor não teria saído e ressuscitado. Sua ressurreição prova que nossos pecados foram totalmente solucionados.
Romanos 4:25 diz: “O qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitou por causa da nossa justificação”. Por que o Senhor Jesus foi entregue? Por causa das nossas transgressões. Se não tivéssemos nenhuma transgressão, o Senhor jamais precisaria ter sido entregue. Foi por causa das transgressões que o Senhor foi entregue ao homem. Do mesmo modo, Sua ressurreição foi por causa de nossa justificação. No grego, as duas frases têm a mesma estrutura. Jesus foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação. Alguns tradutores da Bíblia têm interpretado mal a explicação de Paulo. Eles pensam que a ressurreição é para que o homem seja justificado. Eles pensam que primeiro vem a ressurreição do Senhor, então nossa justificação. Mas o que Paulo estava dizendo e o que o Espírito Santo estava dizendo, é que Ele ressuscitou porque fomos justificados. Resumindo, o Senhor ressuscitou porque fomos justificados. Algumas versões dizem que a ressurreição vem primeiro, então a justificação. Mas o Espírito Santo diz que a justificação ocorreu antes da ressurreição. Primeiro, há a questão das nossas ofensas. Depois há a morte do Senhor. Do mesmo modo, primeiro há nossa justificação, depois há Sua ressurreição. Ele foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação. Isso significa que a ressurreição do Senhor Jesus é a prova da nossa justificação. É porque fomos justificados que Deus ressuscitou o Senhor Jesus. Uma vez que o Senhor satisfez a justa exigência de Deus, Deus O ressuscitou.

 A OBRA DE CRISTO — REDENÇÃO
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A Bíblia diz que Deus amou o mundo de tal maneira que nos deu Seu Filho (Jo 3:16). Deus enviou Seu Filho porque nos amou. Eis por que fomos levados de volta a Deus após o Senhor Jesus ter cumprido Sua obra na cruz. Se Deus não nos tivesse amado e não nos tivesse enviado o Senhor Jesus, o máximo que o Senhor Jesus poderia ter feito era levar as pessoas de volta a Si mesmo; Ele não poderia levar as pessoas de volta a Deus. Graças ao Senhor porque quem nos amou foi Deus. Agradecemos-Lhe porque foi o próprio Deus quem enviou Seu Filho a nós. O Pai é quem foi movido por compaixão. O Pai é quem nos amou. Foi o Pai quem planejou a salvação. Foi o Pai quem teve uma vontade na eternidade passada. Primeiramente, o Pai propôs todas as coisas e, então, o Filho veio. Assim, é errado o homem pensar que há três partes. Há somente duas partes: Deus e o homem. O Senhor Jesus é a dádiva de Deus ao homem. Contudo, essa dádiva é algo vivo e com uma vontade, não sem vida e sem vontade. Graças a Deus porque a salvação é algo entre Deus e o homem. O Senhor Jesus é uma dádiva. Hoje, é a Deus que devemos voltar-nos. Nós nos achegamos a Deus por meio do Senhor Jesus. Essa é a primeira coisa que temos de perceber.

O Senhor morreu na cruz, mas qual o significado de Sua morte? Quem O enviou à cruz? Todos os que lêem os Evangelhos sabem que foram os judeus que O entregaram aos gentios e foram os gentios que O crucificaram na cruz. Se me lembro corretamente, Pilatos era um espanhol. Como podemos dizer que o Senhor Jesus morreu para levar nossos pecados? Ele foi claramente crucificado pelo homem. Em Atos 2:23, Pedro disse aos judeus que eles pregaram Jesus na cruz por mãos de iníquos. Aqui é dito que foram os judeus que pregaram o Senhor Jesus na cruz. Mas que fez o Senhor Jesus na cruz? Antes de ir à cruz, Ele esteve orando no jardim do Getsêmani. Sua oração, junto com suor com gotas como de sangue, foi causada pela perseguição e oposição do homem? Foi porque Judas trouxe homens para prendê-Lo? Ou foi porque Ele tinha de ir à cruz para nos redimir do pecado? Não foi porque Deus fez com que Aquele que não tinha pecado se tornasse pecado por nós e carregasse os pecados de todo o mundo sobre Si, para que Ele pudesse levar nossos pecados sobre o madeiro? Ali, Ele orou: “Pai, se queres, afasta de Mim este cálice” (Lc 22:42).
Que aconteceu na cruz? “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido” (vs. 7-8). Ser cortado da terra dos viventes é morrer. Os que estavam ao pé da cruz quando o Senhor foi crucificado admiravam-se e queriam saber por que esse homem estava sendo crucificado. Eles não sabiam a razão de aquilo estar acontecendo. O profeta disse que “ele não abriu a boca”, e que “como cordeiro foi levado ao matadouro; e como ovelha muda perante os seus tosquiadores”. Quem sabia que Ele estava sendo cortado da terra dos viventes pelo pecado do povo? Quem sabia que era Deus operando Nele para cumprir a obra de redenção? A cruz foi a maneira pela qual o Senhor cumpriu a redenção por meio de Sua morte. O versículo 9 diz: “Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca”. O versículo 10 é muito precioso: “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado”. A cruz é uma obra de Deus. Foi o próprio Deus quem levou nossos pecados na cruz. Foi Ele quem solucionou nosso problema de pecado. Nunca dê qualquer crédito a Judas por entregar o Senhor Jesus aos judeus. Nunca pense que sem Judas o Senhor não poderia ser o Salvador. Mesmo se mil ou dez mil Judas tivessem existido, ainda seriam inúteis. Foi o próprio Senhor Jesus quem suportou nossos pecados.
A Bíblia diz que Jeová foi quem fez Dele uma oferta pelo pecado. Foi Jeová quem pôs sobre Ele a iniqüidade de todos nós. Isso foi algo que Jeová fez. A cruz foi obra de Deus; não foi obra do homem. A cruz é o próprio Deus vindo à terra para levar os pecados do homem. A cruz não é o homem crucificando o Filho de Deus.
Você se lembra do que a Bíblia diz que aconteceu entre a hora sexta e a nona? O sol escureceu (Lc 23:44-45). Os judeus escarneceram Dele, e os gentios conseguiram açoitá-Lo e humilhá-Lo. Mas o sol estava além do controle dos judeus, e os gentios não tinham autoridade para manipular o sol. O homem protestou e tocou trombeta; mas o terremoto não foi algo que Pilatos conseguisse ordenar. Por que o céu escureceu? Esse fenômeno aconteceu porque o próprio Deus veio tomar nossos pecados. Isso não foi algo feito pelo homem. Se tivesse sido algo feito pelo homem, teria Deus aumentado a dor de Seu Filho quando Ele estava pregado na cruz? Deus não teria enviado doze legiões de anjos para vir e salvá-Lo? Tal fato sem dúvida aconteceria se não fosse pela redenção dos pecados. Agradecemos e louvamos a Deus porque foi Seu Filho quem veio para nos redimir dos pecados. Eis por que Ele disse: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” (Mt 27:46). Nenhum cristão por todos estes dois mil anos
disse essas terríveis palavras quando estava para morrer. Por dois mil anos, quer os cristãos tenham morrido em paz quer em aflição, eles foram mais ousados que Ele. Por que o Filho de Deus foi ali rejeitado por Deus? Se tivesse sido meramente a mão do homem e a crucificação pelo homem, essa teria sido a ocasião em que Ele mais precisaria da presença de Deus. Quando o homem conspirou para persegui-Lo e matá-Lo, Deus deveria ter manifestado mais Sua presença. Esse foi o momento mais crucial e Deus tinha de estar com Ele. Por que Deus O abandonou, então? Foi unicamente porque o Filho de Deus tinha se tornado pecado e tinha suportado o julgamento. Essa é a razão de Ele ter clamado: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Deus O desamparara. Nós, que cremos na obra da redenção, sabemos que o trabalhar da cruz foi para que Ele fosse julgado pelo pecado. A cruz do Senhor mostra-nos como o pecado é maligno e quão grande preço Deus pagou pela obra de redenção.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A RESSURREIÇÃO DO SENHOR É A PROVA DE QUE DEUS ACEITOU SUA REDENÇÃO

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Não vamos falar sobre todos os fatos relacionados com a ressurreição do Senhor Jesus, assim como também não detalhamos os fatos relacionados com a Sua morte. Anteriormente falamos apenas sobre o aspecto objetivo de Sua morte. Agora também consideraremos apenas o aspecto objetivo da ressurreição do Senhor. Objetivamente, o Senhor teve uma morte substitutiva por nós; Ele morreu em lugar de todos (1 Pe 3:18; 2 Co 5:14). Ao mesmo tempo, Ele morreu por nossos pecados (1 Co 15:3). Isso é o que a morte do Senhor cumpriu. Qual é, então, o propósito de Sua ressurreição? Deus ressuscitou o Senhor Jesus dentre os mortos como prova de que a obra de redenção foi cumprida. Deus a justificou e a aprovou. Agora Ele está satisfeito.
Muitos de nós temos tido experiência trabalhando com negócios. Suponha que você tenha uma secretária que lhe apresentou um projeto. Após olhá-lo, você pode escrever “Muito Bem” nele. Isso significa que o trabalho está aprovado; está tudo certo. Agora ele pode ser concretizado. O Senhor morreu por nós e a obra foi consumada. A ressurreição do Senhor é o sinal de “Muito Bem” de Deus na obra e na morte do Senhor Jesus. Isso significa que essa morte está agora aprovada. O problema do pecado do homem está agora resolvido. Assim, uma vez que o Senhor ressuscitou, o problema dos nossos pecados está completamente resolvido. Se o Senhor não tivesse ressuscitado, embora a redenção tivesse sido cumprida, nosso coração seria mantido em suspense. Ainda haveria certa inquietação em nós, pois apesar de sabermos que a redenção tinha sido cumprida, não saberíamos se ela tinha sido aceita. Quando percebemos que fomos totalmente redimidos de nossos pecados? Quando vimos que o Senhor Jesus ressuscitou. A ressurreição é a prova. Ela nos mostra que a cruz foi justa e a redenção foi aprovada. A ressurreição é a prova de que a obra da cruz foi aceita e recebida por Deus.

Os Dois Aspectos da Cruz do Senhor

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Aqui há uma questão: O Senhor morreu na cruz, mas qual o significado de Sua morte? Quem O enviou à cruz? Todos os que lêem os Evangelhos sabem que foram os judeus que O entregaram aos gentios e foram os gentios que O crucificaram na cruz. Se me lembro corretamente, Pilatos era um espanhol. Como podemos dizer que o Senhor Jesus morreu para levar nossos pecados? Ele foi claramente crucificado pelo homem. Em Atos 2:23, Pedro disse aos judeus que eles pregaram Jesus na cruz por mãos de iníquos. Aqui é dito que foram os judeus que pregaram o Senhor Jesus na cruz. Mas que fez o Senhor Jesus na cruz? Antes de ir à cruz, Ele esteve orando no jardim do Getsêmani. Sua oração, junto com suor com gotas como de sangue, foi causada pela perseguição e oposição do homem? Foi porque Judas trouxe homens para prendê-Lo? Ou foi porque Ele tinha de ir à cruz para nos redimir do pecado? Não foi porque Deus fez com que Aquele que não tinha pecado se tornasse pecado por nós e carregasse os pecados de todo o mundo sobre Si, para que Ele pudesse levar nossos pecados sobre o madeiro? Ali, Ele orou: “Pai, se queres, afasta de Mim este cálice” (Lc 22:42).
 Quando o Senhor Jesus estava orando no jardim do Getsêmani, Ele pode ter parecido o mais fraco de todos os homens, sem qualquer coragem. Ele orou ao Pai para que passasse Dele o cálice (Lc 22:42). Mas quando saiu do jardim e encontrou muitos homens maus, Ele disse: “Sou eu”, e eles “recuaram e caíram por terra” (Jo 18:6). Por favor, lembrem-se de que Ele não caiu quando se confrontou com os homens maus. Pelo contrário, Ele os fez cair. Mas enquanto Ele estava no Getsêmani, considerando o sofrimento que envolvia tomar os pecados do homem, como é que Aquele que não tem pecado seria feito pecado e como Ele iria tomar sobre Si o julgamento do pecado, Ele orou para que, se possível, o cálice fosse passado de Si. Não fosse pela questão da redenção, o Senhor Jesus nem mesmo seria comparado a um mártir. Quão fortes foram os muitos mártires cristãos quando marchavam para a arena dos leões. Mas o Senhor Jesus rogou que o cálice fosse, se possível, removido Dele. Fisicamente falando, o Senhor Jesus foi imensamente diferente de todos os mártires. Mas para a redenção, para solucionar o problema do pecado, para Deus vir ao homem e levar o pecado do homem, até mesmo Ele teve de pedir que, se possível, o cálice fosse removido. A Bíblia diz que Jeová foi quem fez Dele uma oferta pelo pecado. Foi Jeová quem pôs sobre Ele a iniqüidade de todos nós. Isso foi algo que Jeová fez. A cruz foi obra de Deus; não foi obra do homem. A cruz é o próprio Deus vindo à terra para levar os pecados do homem. A cruz não é o homem crucificando o Filho de Deus.
 A cruz do Senhor mostra-nos como o pecado é maligno e quão grande preço Deus pagou pela obra de redenção.
Além de Isaías 53, podemos encontrar outro testemunho claro da Escritura. Romanos 3:25 diz que Deus propôs Cristo como propiciação. Isso também mostra claramente que a obra foi feita por Deus. Deuteronômio 21:23 diz-nos que o que é levantado no madeiro é maldito de Deus. Quando o Senhor foi pregado na cruz, Ele não foi maldito do homem. Antes, Ele foi maldito de Deus. Eis por que Ele pode livrar-nos da maldição. Em 1 João 4:10 é dito que Deus nos amou e enviou Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Foi Deus quem enviou Seu Filho como propiciação. Não foi o homem quem O crucificou. Em 2 Coríntios 5:21 também é dito: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós”. Isso foi algo que Deus fez. A cruz é o trabalhar de Deus. Foi Deus quem enviou o Senhor Jesus para passar pela cruz. Atos 2:23 menciona tanto o aspecto de Deus como o aspecto do homem. “Este [homem] entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos”. O Senhor Jesus foi morto pelos judeus por mãos de iníquos. No entanto, tal morte foi de acordo com o desígnio de Deus. Isso mostra-nos que tudo foi feito por Deus. Nós temos pecado e o pecado somente pode ser tratado por Deus. Por essa razão, Deus veio ao mundo para ser um homem. Enquanto homem, Ele foi verdadeiramente justo. Mas essa justiça não foi imputada a nós. Foi a morte do Senhor Jesus que nos livrou da maldição da lei (Gl 3:13). Ele não nos livrou do pecado enquanto estava vivo, mas quando morreu. Na cruz, foi Deus quem O crucificou, não o homem. A mão do homem é inútil. Foi Deus quem aproveitou a oportunidade ali para manifestar o pecado do homem.

Redenção e Substituição

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Agora temos de fazer uma pergunta. Uma vez que o Senhor Jesus morreu na cruz e uma vez que Deus O fez propiciação, como, então, podemos ser salvos? Qual a diferença entre redenção e substituição? São fatores semelhantes? Temos de reconhecer que a obra do Senhor Jesus é uma obra de redenção. Mas o resultado dessa obra redentora é a substituição. A redenção é a causa e a substituição é o resultado. A extensão da redenção é muito grande. Mas a extensão da substituição não é tão grande assim. É muito interessante que a Bíblia nunca diz que o Senhor Jesus morreu pelos pecados de todos. Ela somente diz que o Senhor Jesus morreu por todos (2 Co 5:14). Sua obra redentora foi para satisfazer as justas exigências de Deus. Quando o Senhor cumpriu a redenção na cruz, essa obra de redenção não tinha absolutamente nada a ver com o homem. Quero impressioná-los fortemente com esta palavra: a redenção não está absolutamente relacionada conosco. A obra de redenção é entre Deus e o pecado. Que é a obra de redenção? É o próprio Deus vindo ao mundo para resolver o problema do pecado. Uma vez que o problema do pecado foi resolvido, a obra da redenção foi cumprida.
Deus veio e lidou com nossos pecados. O Senhor Jesus satisfez as justas exigências de Deus para que nós pudéssemos receber a substituição do Senhor Jesus. Sua redenção é uma preparação abstrata. Pelo crer Nele, essa redenção se torna uma substituição para nós. Diante de Deus, não foi uma substituição, mas uma redenção. É importante saber isso. Se não tivermos clareza desse assunto, ficaremos confusos a respeito de muitas outras doutrinas. A redenção é para Deus e a substituição é para nós. A redenção é para satisfazer as exigências de Deus e a substituição é para recebermos o benefício. O que Ele cumpriu foi redenção; o que nós recebemos é substituição. Eu não quero dizer que não haja tal ensinamento como substituição na Bíblia. Sem dúvida, há tal ensinamento. Mas todos os ensinamentos na Bíblia concernentes à substituição são escritos para os cristãos. Eles não são escritos para incrédulos. Para os gentios, dizemos que Jesus morreu por eles e cumpriu a redenção. Para os cristãos, dizemos que o Senhor Jesus os substituiu tomando seus pecados.

Então, o Novo Testamento diz: “Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos” (1 Pe 3:18). Ele mesmo carregou em Seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados (1 Pe 2:24). Tudo isso foi feito por nós. Na noite em que o Senhor Jesus foi traído, Ele tomou o cálice e deu graças, e o deu aos discípulos, dizendo: “Porque isto é o Meu sangue da aliança, que é derramado por muitos, para perdão de pecados” (Mt 26:28). Foi por muitos, não por todos. No futuro, veremos incontáveis pessoas, com palmas nas mãos, lavados pelo sangue (Ap 7:9, 14). Graças ao Senhor. Ele cumpriu a redenção por Sua própria causa, para que nós pudéssemos ser substituídos. Nada podemos dizer a não ser agradecer-Lhe e louvá-Lo.

O Senhor Jesus é Deus e Homem para o Cumprimento da Redenção

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A primeira coisa que temos de ver é que o Senhor Jesus é Deus. Podemos dizer que somente Deus pode levar o pecado do homem. Nunca considere o Senhor Jesus como uma terceira pessoa vindo para sofrer uma morte substituta. Não pense que Deus seja uma parte, nós outra parte e o Senhor Jesus a terceira parte. A Bíblia nunca considera o Senhor Jesus como uma terceira parte. Pelo contrário, ela O considera como a primeira parte. Podem ter-lhe dito que o evangelho é comparado a um devedor, um credor e o filho do credor. O devedor não tem dinheiro para quitar seu débito; o credor, sendo muito severo, insiste no pagamento. Mas o filho do credor se prontifica a pagar o débito em lugar do devedor e o devedor fica livre.
A Bíblia diz que Deus amou o mundo de tal maneira que nos deu Seu Filho (Jo 3:16). Deus enviou Seu Filho porque nos amou. Eis por que fomos levados de volta a Deus após o Senhor Jesus ter cumprido Sua obra na cruz. Se Deus não nos tivesse amado e não nos tivesse enviado o Senhor Jesus, o máximo que o Senhor Jesus poderia ter feito era levar as pessoas de volta a Si mesmo; Ele não poderia levar as pessoas de volta a Deus. Graças ao Senhor porque quem nos amou foi Deus. Agradecemos-Lhe porque foi o próprio Deus quem enviou Seu Filho a nós. O Pai é quem foi movido por compaixão. O Pai é quem nos amou. Foi o Pai quem planejou a salvação. Foi o Pai quem teve uma vontade na eternidade passada. Primeiramente, o Pai propôs todas as coisas e, então, o Filho veio. Assim, é errado o homem pensar que há três partes. Há somente duas partes: Deus e o homem. O Senhor Jesus é a dádiva de Deus ao homem. Contudo, essa dádiva é algo vivo e com uma vontade, não sem vida e sem vontade. Graças a Deus porque a salvação é algo entre Deus e o homem. O Senhor Jesus é uma dádiva. Hoje, é a Deus que devemos voltar-nos. Nós nos achegamos a Deus por meio do Senhor Jesus. Essa é a primeira coisa que temos de perceber.

A OBRA DE CRISTO — REDENÇÃO

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Pela graça de Deus, vimos nos capítulos anteriores deste livro, o que é a salvação de Deus. Este é o sexto capítulo. Espero fazer uma breve revisão do que tratamos nos cinco capítulos anteriores e, então, continuaremos. Vimos o pecado, a lei, o amor de Deus, Sua graça e Sua justiça. Vimos como o homem se tornou pecador e como a lei veio expor os pecados do homem. Vimos também que embora esteja provado que o homem é pecador, Deus ainda o ama. Deus não somente nos amou, mas Ele também nos mostrou misericórdia e graça. Vimos também que a graça de Deus se manifestou, qual é a natureza dessa graça, como ela ocorreu e que ela nunca pode ser misturada com esforço humano. No capítulo A Justiça de Deus, vimos que, apesar do amor de Deus e de Seu desejo de nos dar graça, havia um obstáculo para a vinda da graça até nós. Se uma única coisa ficasse sem ser tratada, a graça de Deus não poderia ter vindo até nós. Embora a graça esteja, agora aqui, para prevalecer, ela predomina apenas pela justiça (Rm 5:21). A graça não pode prevalecer por si só. Assim, o Senhor nos mostrou como a justiça foi manifestada. Sua justiça lidou com nossos pecados. Ao mesmo tempo, ela nos capacita a receber graça de Deus. Vimos isso nos capítulos anteriores. Agora,
prosseguiremos com o evangelho de Deus e Sua salvação.
Mencionamos como a salvação realizada por Deus por intermédio do Senhor Jesus manifestou a graça de Deus. Ao mesmo tempo, ela satisfez as justas exigências de Deus. Agora, enfocaremos a obra do Senhor Jesus. Esse assunto é excelente e doce. Ele trata da maneira pela qual o Senhor Jesus cumpriu a salvação de Deus. Vimos como o Senhor Jesus satisfez a exigência de Deus e como Ele manifestou a graça de Deus. Ao mesmo tempo, precisamos ver como o Senhor Jesus satisfaz o coração do cristão a fim de que também possamos ser satisfeitos com Sua obra. Como diz um hino que cantamos: “O coração de Deus está satisfeito com a obra do Senhor Jesus, e nosso coração também descansa com Sua obra”. Deus está satisfeito e nós estamos satisfeitos. Se o tempo permitir, espero poder tratar desses dois aspectos.

A OBRA DE CRISTO — REDENÇÃO

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Pela graça de Deus, vimos nos capítulos anteriores deste livro, o que é a salvação de Deus. Este é o sexto capítulo. Espero fazer uma breve revisão do que tratamos nos cinco capítulos anteriores e, então, continuaremos. Vimos o pecado, a lei, o amor de Deus, Sua graça e Sua justiça. Vimos como o homem se tornou pecador e como a lei veio expor os pecados do homem. Vimos também que embora esteja provado que o homem é pecador, Deus ainda o ama. Deus não somente nos amou, mas Ele também nos mostrou misericórdia e graça. Vimos também que a graça de Deus se manifestou, qual é a natureza dessa graça, como ela ocorreu e que ela nunca pode ser misturada com esforço humano. No capítulo A Justiça de Deus, vimos que, apesar do amor de Deus e de Seu desejo de nos dar graça, havia um obstáculo para a vinda da graça até nós. Se uma única coisa ficasse sem ser tratada, a graça de Deus não poderia ter vindo até nós. Embora a graça esteja, agora aqui, para prevalecer, ela predomina apenas pela justiça (Rm 5:21). A graça não pode prevalecer por si só. Assim, o Senhor nos mostrou como a justiça foi manifestada. Sua justiça lidou com nossos pecados. Ao mesmo tempo, ela nos capacita a receber graça de Deus. Vimos isso nos capítulos anteriores. Agora,
prosseguiremos com o evangelho de Deus e Sua salvação.
Mencionamos como a salvação realizada por Deus por intermédio do Senhor Jesus manifestou a graça de Deus. Ao mesmo tempo, ela satisfez as justas exigências de Deus. Agora, enfocaremos a obra do Senhor Jesus. Esse assunto é excelente e doce. Ele trata da maneira pela qual o Senhor Jesus cumpriu a salvação de Deus. Vimos como o Senhor Jesus satisfez a exigência de Deus e como Ele manifestou a graça de Deus. Ao mesmo tempo, precisamos ver como o Senhor Jesus satisfaz o coração do cristão a fim de que também possamos ser satisfeitos com Sua obra. Como diz um hino que cantamos: “O coração de Deus está satisfeito com a obra do Senhor Jesus, e nosso coração também descansa com Sua obra”. Deus está satisfeito e nós estamos satisfeitos. Se o tempo permitir, espero poder tratar desses dois aspectos.
O Senhor Jesus é Deus e Homem para o Cumprimento da Redenção
A primeira coisa que temos de ver é que o Senhor Jesus é Deus. Podemos dizer que somente Deus pode levar o pecado do homem. Nunca considere o Senhor Jesus como uma terceira pessoa vindo para sofrer uma morte substituta. Não pense que Deus seja uma parte, nós outra parte e o Senhor Jesus a terceira parte. A Bíblia nunca considera o Senhor Jesus como uma terceira parte. Pelo contrário, ela O considera como a primeira parte. Podem ter-lhe dito que o evangelho é comparado a um devedor, um credor e o filho do credor. O devedor não tem dinheiro para quitar seu débito; o credor, sendo muito severo, insiste no pagamento. Mas o filho do credor se prontifica a pagar o débito em lugar do devedor e o devedor fica livre.
A Bíblia diz que Deus amou o mundo de tal maneira que nos deu Seu Filho (Jo 3:16). Deus enviou Seu Filho porque nos amou. Eis por que fomos levados de volta a Deus após o Senhor Jesus ter cumprido Sua obra na cruz. Se Deus não nos tivesse amado e não nos tivesse enviado o Senhor Jesus, o máximo que o Senhor Jesus poderia ter feito era levar as pessoas de volta a Si mesmo; Ele não poderia levar as pessoas de volta a Deus. Graças ao Senhor porque quem nos amou foi Deus. Agradecemos-Lhe porque foi o próprio Deus quem enviou Seu Filho a nós. O Pai é quem foi movido por compaixão. O Pai é quem nos amou. Foi o Pai quem planejou a salvação. Foi o Pai quem teve uma vontade na eternidade passada. Primeiramente, o Pai propôs todas as coisas e, então, o Filho veio. Assim, é errado o homem pensar que há três partes. Há somente duas partes: Deus e o homem. O Senhor Jesus é a dádiva de Deus ao homem. Contudo, essa dádiva é algo vivo e com uma vontade, não sem vida e sem vontade. Graças a Deus porque a salvação é algo entre Deus e o homem. O Senhor Jesus é uma dádiva. Hoje, é a Deus que devemos voltar-nos. Nós nos achegamos a Deus por meio do Senhor Jesus. Essa é a primeira coisa que temos de perceber.
Segundo, se houvesse três partes, o Senhor Jesus não teria sido qualificado a morrer por nós. É verdade que quando o Senhor Jesus morreu por nós, a justiça de Deus foi cumprida e os pecados humanos foram perdoados. Mas foi justo para o Senhor Jesus? Suponha que tenhamos dois irmãos aqui. Suponha que um dos irmãos tenha cometido um crime capital e tenha sido condenado à morte. O outro irmão quis muito morrer por ele e, por isso, foi executado em seu lugar. Ele é inocente, e também uma terceira parte. Agora, ele morre em lugar do outro. A Bíblia nunca nos mostra que o Senhor Jesus morreu por nós deste modo. Ela nunca nos mostra que Deus tinha uma exigência, que Sua lei tinha de ser satisfeita e que para que o homem cumprisse a exigência da lei, o Senhor Jesus veio para cumprir a lei de Deus.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Por que o homem diz que pode ser salvo pelas obras da lei quando nem mesmo sabe o que ele é? 

 



É porque o homem não sabe quão maligno ele é; ele não sabe que é carnal. Uma vez que o homem se tornou carne, existem três coisas nele que são imutáveis: sua conduta, sua lascívia e sua vontade. Por ser carnal, o que quer que ele faça é pecado e é maligno. Ao
mesmo tempo, sua lascívia interior está ativamente tentando-o, provocando-o a pecar o tempo todo. Além disso, a vontade e o desejo do homem rejeitam Deus. Uma vez que a conduta do homem é contrária a Deus, sua concupiscência incita-o a pecar e a sua vontade é rebelde contra Deus, não há possibilidade de o homem ter as obras da lei e ser obediente a Deus. Portanto, é impossível que o homem satisfaça a exigência de Deus por meio da justiça da lei.
Não temos somente nossa conduta exterior, mas também temos a concupiscência em nosso corpo; e não temos somente a concupiscência em nosso corpo, mas também temos a vontade em nossa alma. Você pode ser capaz de lidar com sua conduta, mas quando a concupiscência desperta dentro de você, mesmo que não consiga produzir uma conduta exterior pecaminosa, ela existe em você e provoca-o o tempo todo. E, mesmo que você odeie sua lascívia e se esforce ao máximo para lidar com ela, a sua vontade é totalmente incompatível com a de Deus. Nas profundezas do coração, o homem é rebelde contra Deus e quer crucificar o Senhor Jesus. Por um lado, a cruz significa o amor de Deus; mas por outro significa o pecado do homem. A cruz significa o grande amor que Deus tem ao tratar com o homem; mas ela também significa o tremendo ódio que o homem tem de Deus. O Senhor Jesus foi crucificado não apenas pelos judeus, mas também pelos gentios. A vontade do homem para com Deus nunca mudou. A vontade do homem está em total inimizade contra Deus.

Não Conhecer a Intenção de Deus ao dar a lei

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O homem acha que pode ser salvo pelas obras da lei porque nunca leu a Bíblia nem viu a luz ou a revelação celestial. Ele nunca compreendeu o desejo e a intenção de Deus. Ele nunca compreendeu o caminho da salvação. Se deseja saber se pode ou não ser salvo pelas obras da lei, você precisa primeiro perguntar por que Deus deu a lei. Somente depois de descobrir o propósito de Deus em dar a lei, é que você saberá se pode ou não ser salvo pelas obras da lei.
Diante de mim está um púlpito. Se lhes perguntar o que é isso, alguns podem responder que é uma cadeira alta. Uma garotinha pode responder que é uma cama faltando dois pés. Outro pode dizer que isso é uma cômoda porque existem gavetas nela. Se perguntasse a um irmão, ele poderia dizer que isso é uma estante, porque se pode colocar livros nela. Se perguntasse a dez pessoas, poderia obter dez respostas diferentes. Um vendedor de livros, por exemplo, pode dizer-me que é um perfeito balcão para vendas. Cada pessoa teria uma resposta diferente segundo sua própria experiência e conceito. Contudo, se você quer saber o que isso realmente é, em primeiro lugar precisa perguntar à pessoa que o fez. Se ela disser que isso é uma cômoda, então é uma cômoda. Se ela lhe disser que é uma estante, então é uma estante. Se disser que é um púlpito, então, sem dúvida, é um púlpito. Da mesma forma, se me perguntar ou a qualquer outro qual é a função da lei, você está perguntando à pessoa errada. A lei foi dada por Deus, por isso temos de perguntar a Deus qual a sua função. Uma vez que Deus nos diga qual a Sua intenção em dar a lei,
saberemos se o homem pode ser salvo pelas obras da lei ou não. Portanto, precisamos gastar algum tempo para examinar a Bíblia sobre essa questão. Precisamos ver passo a passo como a lei veio. Temos de ver historicamente a partir do registro da Bíblia por que Deus deu a lei ao homem.

A Lei não É o Pensamento Original de Deus

 

 A primeira coisa que devemos ver é que a lei não foi de modo nenhum a intenção original de Deus. A lei foi acrescentada posteriormente; ela foi introduzida para satisfazer certas necessidades urgentes. Ela foi produzida para cuidar de coisas que foram introduzidas ao longo do percurso. A lei não estava na intenção original de Deus; a graça estava. Em 2 Timóteo 1:9-10 é dito: “Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho”. Aqui o apóstolo Paulo diz-nos que Deus tinha um pensamento, e que esse pensamento começou antes dos tempos eternos, antes da criação do mundo. Esse era o pensamento original de Deus. E que tipo de pensamento era? Paulo diz que essa graça foi-nos dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos. Antes dos tempos eternos, antes de o homem pecar, e até mesmo antes da criação do mundo, Deus já havia tomado a decisão de dar-nos Sua graça por meio de Cristo Jesus. Portanto, a graça era o pensamento original de Deus. Era algo que Deus planejou desde o início de tudo.
Por que Deus quis dar-nos a graça? Paulo diz que Deus “nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça”. A vontade de Deus é dispensar Sua graça, e essa graça nos salva. Ele nos salvou e nos chamou com santo chamamento para que desfrutemos Sua glória. É isso que a graça de Deus está fazendo. Ele desejou salvar-nos e chamar-nos com santo chamamento segundo o Seu propósito, segundo o que Ele planeja fazer. Aqui Paulo foi muito cuidadoso; ele acrescentou uma frase para mostrar-nos se a lei está ou não de acordo com o propósito de Deus. Ele diz: “Não segundo as nossas obras”. A salvação de Deus não é de acordo com o quanto podemos fazer por Deus; não é segundo o quanto de responsabilidade podemos assumir diante Dele. Pelo contrário, é Deus vindo cumprir algo por nós, e é Deus dando-nos Sua graça. Essa graça sempre esteve relacionada com o Seu plano. Assim, lembremo-nos de que antes dos tempos eternos, o pensamento de Deus era a graça, não as obras nem a lei.
Paulo continua: “Que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus”. Essa graça não havia sido manifestada até agora. Portanto, vejam que, embora essa graça estivesse planejada há muito tempo, foi somente quando o Senhor Jesus veio que conhecemos o que realmente a graça era. Que faz essa graça por nós? Prossigamos lendo: “O qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho”. Quando o Senhor Jesus foi manifestado, Ele aboliu as obras bem como o resultado das obras. O resultado de obras más é a morte. Mesmo que você tenha feito as piores obras, o máximo que a lei pode fazer é exigir a sua morte. Após sua morte, a lei nada mais pode fazer.
Você poderia perguntar: “Que acontece se minhas obras não violaram a lei? Ainda assim preciso morrer?” Sim, você precisa. Mas o Senhor também anulou a morte. O Senhor aboliu as obras e também a morte. Esse é nosso evangelho, o qual foi planejado antes dos tempos eternos, embora não tenha sido manifestado até o aparecimento do Senhor Jesus. Assim, o pensamento fundamental de Deus era a graça.
Após o homem ter sido criado, tanto Adão como Eva pecaram e se rebelaram. O pecado entrou no mundo por meio de um homem. Mas Deus não deu a lei ao homem naquele tempo. Mesmo por um período de aproximadamente mil e seiscentos anos após o homem ter pecado, Deus não deu a lei ao homem. Deus não teve exigências com o homem naquele período. Deus permitiu à história que tomasse seu curso natural. Então um dia, quatrocentos e trinta anos antes de Moisés instituir a lei, Deus falou a Abraão, o pai da fé, e escolheu-o para ser aquele por meio de quem Cristo viria ao mundo. Deus escolheu Abraão e deu-lhe a grande promessa de que todas as nações seriam abençoadas pelo seu descendente (Gn 12:3; 22:18). Note que descendente é singular, não plural; é um descendente, não muitos descendentes. Paulo explicou no livro de Gálatas que este descendente refere-se ao Senhor Jesus (Gl 3:16). Quando falou a Abraão, foi a primeira vez que Deus revelou Seu propósito que fora planejado antes dos tempos eternos. Deus lhe contou Seu propósito de antes dos tempos eternos, de que por meio de seu descendente, Jesus Cristo, as nações seriam abençoadas. Abraão era um idólatra, contudo Deus o escolheu e deu-lhe uma promessa. Ele foi o primeiro homem a não ter obras; ele era uma pessoa de fé. Portanto, Deus desvendou Seu propósito diante dele.

A Justiça de Deus



 Nos primeiros capítulos, vimos que o homem pecou e que a salvação de Deus é baseada no fato de o homem ter pecado. Se o homem não tivesse pecado, não haveria necessidade de salvação. Uma vez que o homem pecou, Deus deu a lei para mostrar-lhe que ele pecou. A lei de Deus veio ao mundo a fim de que as transgressões humanas abundassem. No princípio, o homem tinha apenas pecado; ele não tinha transgressões. Mas quando a lei veio, o homem não só possuía pecado, mas também transgressões. Após transgredir, o homem percebe que é um pecador. Graças ao Senhor, porque apesar de termos pecado e transgredido, Deus, que é amor, propôs-se a dar-nos graça e misericórdia. Ele propôs fazer algo para nós a fim de resolver os problemas que não podemos resolver por nós mesmos.
Neste capítulo, contudo, devemos ver algo mais. Apesar de Deus nos amar e mostrar-se misericordioso para conosco e apesar de pretender plenamente nos dar graça, há algo que torna muito difícil para Deus fazê-lo. Deus não pode conceder-nos graça instantaneamente; Ele não pode dar-nos vida eterna diretamente. Há um dilema que Deus deve resolver antes de poder conceder-nos graça. O problema, o qual a Bíblia menciona freqüentemente, é a própria justiça de Deus.
A expressão justiça de Deus tem confundido muitos teólogos há séculos. Se lermos a Bíblia sem conceitos nocivos ou noções preconcebidas, Deus nos mostrará o que é a Sua justiça. Podemos ver essa questão claramente sem muita dificuldade. Neste capítulo, desejamos ver, pela graça de Deus, o que é a justiça de Deus. Em outras palavras, esperamos ver a dificuldade que Deus encontra quando Ele nos salva.

 

 

Sua Salvação Combinada com Sua Justiça.

 

Se Deus vai salvar-nos, Ele deve fazê-lo de modo que combine ou se ajuste a Ele mesmo. Se Deus vai dar-nos salvação, Ele não pode dar-nos de maneira que contrarie Sua natureza, Seu método e Sua maneira. Somos pecadores cheios de transgressões e, por isso, não temos nenhuma noção de justiça. Se quiséssemos ser salvos, provavelmente usaríamos todos os meios possíveis, quer retos ou tortuosos, bons ou maus. Tentaríamos mil e uma maneiras para sermos salvos. Desde que sejamos salvos de alguma maneira, isso já nos basta. Não nos preocupamos se o procedimento é adequado ou se o método está certo. Desde que sejamos salvos, estamos satisfeitos. Nem mesmo atentamos de onde vem a salvação e se está ou não certa. Nesse sentido somos como ladrões. O que preocupa um ladrão é conseguir dinheiro. Ele não se preocupa de onde o dinheiro vem. Desde que ganhe dinheiro, fica satisfeito. Ele não tem o conceito do certo e do errado; ele não tem o conceito de justiça e de injustiça. Mas devemos perceber que a salvação não é somente uma questão de sermos salvos, mas de Deus salvar-nos. Embora desejemos ser satisfeitos não importando como somos salvos, Deus não pode dizer que tudo o que implica na salvação se resume em salvar-nos, sem se importar se a maneira pela qual somos salvos está correta ou não. Deus, sem dúvida, deseja dar-nos graça e salvar-nos. Indubitavelmente, Ele quer dar-nos Sua vida. Deus é cheio de amor, e Ele está mais do que desejoso de que sejamos salvos. Mas se Deus vem salvar-nos, Ele tem de fazê-lo de modo excelente. Por isso, o fato de Deus nos salvar é um grande problema. Deus realmente deseja salvar os homens. Mas qual o método a ser usado por Ele para que o homem possa ser salvo da maneira justa? Que método há que seja o mais racional? Que método há que se compare com Sua própria dignidade? É fácil ser salvo, mas é difícil ser salvo justamente. Eis por que a Bíblia fala muito sobre a justiça de Deus. Ela nos diz repetidamente que Deus salva o homem de maneira compatível com Sua justiça.
Que é a justiça de Deus? A justiça de Deus é o modo de Deus agir. Amor é a natureza de Deus, santidade é a disposição de Deus e glória é o próprio ser de Deus. Justiça, no entanto, é o proceder de Deus, Sua maneira e Seu método. Uma vez que Deus é justo, Ele não pode amar o homem meramente conforme o Seu amor. Ele não pode conceder graça ao
homem meramente conforme Ele quer. Ele não pode salvar o homem meramente conforme o desejo do Seu coração. É verdade que Deus salva o homem porque o ama. Mas Ele deve fazê-lo de um modo que esteja de acordo com Sua justiça, Seu proceder, Seu padrão moral, Sua maneira, Seu método, Sua dignidade e Sua majestade.

A Vinda de Cristo COMO a Exigência de Deus em Justiça

 

 A vinda do Senhor Jesus Cristo à terra foi a exigência de Deus em justiça; não foi a exigência de Deus em graça. Essa é uma palavra muito séria. Se houvesse amor sem justiça, o Senhor Jesus não teria necessidade de vir à terra e a cruz teria sido desnecessária. Por causa do problema da
justiça, o Senhor Jesus teve de vir. Sem justiça, Deus poderia salvar-nos do modo que quisesse. Ele poderia ignorar nossos pecados ou perdoá-los levianamente. Ele poderia adotar uma atitude permissiva em relação aos nossos pecados ou ficar completamente alheio a eles. Se Deus dissesse: “Já que todos pecaram, desta vez Eu deixo passar; apenas não pequem novamente”, não haveria necessidade nenhuma para um Jesus de Nazaré no primeiro plano. Além da exigência da justiça, não era necessária a vinda de Jesus de Nazaré. A vinda de Jesus de Nazaré foi uma exigência da justiça.
Quando o pecado entrou no mundo, o governo de Deus foi danificado. Sua ordem determinada no universo foi quebrada; Sua glória foi esmagada; Sua santidade foi profanada; Sua autoridade foi rejeitada e Sua verdade foi distorcida. Quando o pecado entrou no mundo, Satanás riu e os anjos testificaram que o homem tinha falhado e caído. Se Deus tivesse de julgar o pecado sem misericórdia, Ele agiria sem amor. Mas, se Ele ignorasse os pecados do homem sem julgá-los, Ele agiria sem justiça. Porque Deus ama ao mundo e ao mesmo tempo é justo, Ele teve de enviar o Senhor Jesus até nós. Por ser justo, Ele teve de julgar o pecado. Porque Ele é amor, Ele teve de suportar o pecado do homem em seu lugar. Devo enfatizar essas duas declarações: Deus deve julgar porque é justo. E Deus sofre o julgamento e a punição devidos ao homem, porque Ele é amor. Sem julgamento, não vemos justiça; com julgamento, não vemos amor. Contudo, o que Ele fez foi suportar o julgamento em nosso lugar. Dessa forma, Ele manifesta tanto Seu amor como Sua justiça em Jesus Cristo.


 A Cruz Manifesta a Justiça e o Amor de Deus 

 Assim, a cruz está onde a justiça de Deus é manifestada. A cruz nos mostra o quanto Deus odeia o pecado. Ele está determinado a julgar o pecado. Ele estava disposto a pagar preço tão alto como o de ter Seu Filho pregado na cruz. Deus não estava disposto a desistir de Sua justiça. Se Deus estivesse disposto a esquecer Sua justiça, a cruz teria sido desnecessária. Por não estar disposto a abandonar Sua justiça, Deus preferiu que Seu Filho morresse.

A cruz também é o lugar onde o amor de Deus é manifestado. O peso dos nossos pecados deveria estar sobre nós. Se não o suportamos, é injusto. Mas suportar tal carga é demais para nós. Por isso Ele veio e a carregou por nós. O fato de Deus dispor-se a suportar a carga mostra-nos Seu amor. O fato de Deus ter, na verdade, suportado tal fardo, demonstra a Sua justiça. Deus fazer-nos levar a punição é justiça sem amor. Deus não nos fazer levar a punição é amor sem justiça. Por Ele tomar a punição e levá-la por nós, há tanto justiça como amor. Aleluia! A cruz cumpre tanto a exigência da justiça, como a exigência do amor. Nossa salvação hoje não é “mercadoria contrabandeada”; não a recebemos de modo fraudulento ou impróprio. Nós não fomos salvos ilegalmente. Fomos salvos de modo claro e definitivo por meio do julgamento.
Para nós, o perdão é gratuito, mas para Deus não há tal coisa como perdão gratuito. Para Ele, o perdão vem somente após a redenção dos pecados. Por exemplo, se você infringir a lei, e o tribunal exigir que pague uma multa de mil dólares, você deve pagar a multa para que seu caso seja encerrado. Da mesma maneira, fomos salvos somente após sermos julgados na cruz. Nossa salvação vem após sofrermos o julgamento pelo pecado em Cristo. É uma salvação que vem apenas mediante o julgamento. Aleluia! Nós fomos julgados; então, depois disso, fomos salvos. O amor de Deus está aqui e a justiça de Deus também está aqui.
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Deus é Obrigado a Perdoar-nos por Causa da Justiça?

Portanto, antes de o Senhor Jesus vir à terra e ser morto na cruz, seria correto Deus recusar-se a nos salvar. Deus podia não nos salvar. Se Deus não nos tivesse dado Seu Filho, tudo o que podíamos dizer era que Deus não nos amava. Nada poderíamos dizer além disso. Mas porque Deus verdadeiramente nos deu Seu Filho e pôs nossos pecados sobre Ele a fim de que pudéssemos ser redimidos de nossos pecados, Deus nada pode fazer senão perdoar nossos pecados quando nos achegamos a Ele por meio do sangue do Senhor Jesus e mediante Sua obra. Aleluia! Deus tem de perdoar nossos pecados! Você percebe que Deus é obrigado a nos perdoar? Se vai a Deus por intermédio de Jesus Cristo, Deus é obrigado a perdoar seus pecados. Foi amor que levou Seu Filho à cruz, mas foi justiça o que levou Deus a nos perdoar.
João 3:16 diz: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito”. Por amor, Deus nos deu Seu Filho Unigênito. Mas em 1 João 1:9 é dito: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. A obra da cruz foi cumprida para nós mediante o amor de Deus. Mas hoje quando vamos a Deus por meio da obra consumada de Jesus Cristo, Deus tem de nos perdoar baseado em Sua fidelidade e justiça.
Assim, se o Senhor Jesus não tivesse vindo, Deus estaria desobrigado de nos salvar. Mas agora que o Senhor Jesus foi morto, mesmo que Deus não tivesse prazer em salvar-nos, rigorosamente falando, Ele ainda teria de fazê-lo. Se Ele recebesse o dinheiro poderia recusar-se a devolver a nota promissória? Deus não pode ser injusto, porque se for injusto, Ele próprio se torna um pecador. Por isso, Deus é obrigado a perdoar a todos os que vêm a Ele por meio do sangue do Senhor Jesus. Aleluia! Deus não pode recusar-se a perdoá-los. Quero gritar que isso é o evangelho! Uma vez que Deus nos deu Seu Filho, Ele se comprometeu. Você pensa que podemos restituir a Deus agora? Hoje, por meio do Senhor Jesus, não apenas podemos pagar a Deus, mas temos mais do que precisamos para pagá-Lo. Temos um excedente; pois onde o pecado é abundante, a graça é superabundante. O pecado é abundante. Mas a graça no Filho de Deus é mais abundante, até mesmo superabundante. Por essa razão é que unicamente por meio do Senhor Jesus podemos ser salvos.
Cada um deve admitir que não há nada injusto com Deus quando vamos a Ele por meio do Senhor Jesus e quando Ele nos dá vida e perdoa nossos pecados. O nosso coração nunca pode dizer que Deus, ao perdoar nossos pecados, salvou-nos ilicitamente quando deixou impunes nossos pecados, tolerando e justificando aos que crêem em Jesus. Nunca podemos dizer que Deus lidou irresponsavelmente com nossos pecados. Pelo contrário, devemos dizer que Deus nos salvou do modo mais justo. Nossa salvação é uma salvação adequada e íntegra. Os nossos pecados foram julgados; portanto, fomos salvos. Ninguém pode dizer que Deus nos salvou adotando procedimentos injustos. Antes, devemos dizer que Deus nos salvou pelos mais justos procedimentos.
A JUSTIÇA DE Deus MANIFESTADA À PARTE Da LEI
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Agora vamos voltar a Romanos 3. Os versículos 19 a 26 são uma passagem bastante difícil na Bíblia. Mas após termos visto sobre a justiça de Deus e a justiça que o Senhor Jesus cumpriu, Romanos 3:19-26 é maravilhoso. O versículo 19 diz: “Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz, para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus”. Por que Deus deu a lei ao homem? Ela foi dada para que o homem nada tivesse a dizer diante de Deus, para que toda boca pudesse ser fechada. Deus quer mostrar ao homem que todos são pecadores e que todos pecaram. Não há um que seja bom. O versículo 20 diz: “Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”. O propósito final e máximo da lei de Deus foi mostrar ao homem que ele é um pecador. O propósito da lei não foi para que o homem fosse salvo por meio dela. A lei tem um tom totalmente condenatório.
A lei diz que o homem deveria ser condenado, deveria morrer e deveria perecer.
Se a questão parasse aqui, não haveria evangelho e tudo estaria terminado. Mas a questão não pára aqui. O homem não pode viver pela lei, mas Deus tem outros meios. Se você não puder devolver o dinheiro, Deus tem outras maneiras para devolvê-lo por você. As duas primeiras palavras no versículo 21 são maravilhosas; elas demonstram uma grande virada nessa questão: “Mas agora”. Graças ao Senhor porque há essa virada! “Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus”. A justiça de Deus foi originalmente manifestada na lei. Mas se esse fosse o caso agora, estaríamos condenados. Que significa dizer que a justiça de Deus foi manifestada na lei? Significa que tudo o que você devia a Deus, você tinha de pagar. Se pecasse, você tinha de perecer. Se transgredisse, você deveria ir para a perdição. Assim, a lei deveria manifestar a justiça de Deus. Punir os pecadores seria a atitude mais justa que Deus deveria ter. Mas, graças ao Senhor, a justiça de Deus não é mais manifestada na lei. Se Sua justiça fosse manifestada na lei, Deus teria de julgar os pecadores. Mas a justiça de Deus se manifesta sem lei, e sendo assim, o julgamento recai sobre o próprio Deus. O final do versículo 21 diz: “Testemunhada pela lei e pelos profetas”. Mesmo os profetas no Antigo Testamento, incluindo Davi e todos os outros profetas, testificaram a mesma coisa.
Como a justiça de Deus é manifestada? O versículo 22 diz: “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem; porque não há distinção”. Mas já que todos pecaram e carecem da glória de Deus (v. 23), como podemos obter a graça de Deus? Os versículos 24 e 25 dizem que somos “justificados gratuitamente (...) mediante a redenção que há em Cristo Jesus; a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação”. Deus enviou Jesus para redimir-nos de nossos pecados e O propôs como propiciação. Creio que todos nós sabemos o que é o propiciatório. O propiciatório é a tampa da arca no tabernáculo do Antigo Testamento; foi o lugar onde Deus concedeu graça ao homem. Todo lugar na terra é manchado pelo pecado. Mas esse lugar, e somente esse lugar, é sem pecado. Agora Jesus tornou-se o propiciatório. Como Ele se tornou tal lugar? Por meio de Seu sangue como garantia. Deus propôs Jesus como o propiciatório e, agora, pelo sangue de Jesus, posso achegar-me a Deus por fé. Deus não pode fazer outra coisa senão derramar graça sobre mim. Somente após Deus ter feito isso, posso dizer que Sua tolerância e Seu deixar os pecados impunes no Antigo Testamento foram justos; e somente após Deus ter feito isso, posso dizer que o fato de justificar os que crêem em Jesus no Novo Testamento também é justo. Somos salvos hoje não porque Deus encobriu nossos pecados, mas porque Deus tratou com nossos pecados. Diante de Deus, não somos devedores perdoados, mas devedores quitados que estão perdoados.
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Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê."
Romanos 10:3,4

A maioria das pessoas hoje é ignorante; primeiro quanto à justiça de Deus e depois quanto ao fato de que o Senhor Jesus cumpriu a justiça de Deus. As pessoas não sabem que a justiça de Deus é manifestada sem lei. Elas ainda tentam exercer justiça diante de Deus. Elas são como o homem que deve dez mil talentos. Não há absolutamente como pagar o débito. O homem ainda tenta economizar alguns centavos descendo do bonde uma parada antes, esperando assim economizar para pagar sua dívida. Ele ainda está calculando, esperando economizar um pouco aqui ou ali, fazer isto ou aquilo, a fim de conseguir um pouco de dinheiro para pagar a dívida. Ele ainda quer dizer ao seu credor que embora deva dez mil talentos, tem alguns centavos consigo. Ele não percebe que a soma total já foi enviada à sua casa.
O homem não tem ideia do que Deus realizou por intermédio de Seu Filho. Por isso, o apóstolo Paulo nos diz qual atitude o homem deve tomar. Com respeito à justiça de Deus, precisamos atentar para duas passagens na Bíblia. A primeira passagem está em Romanos 10. Os versículos 3 e 4 dizem: “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê”. Eu amo estes dois versículos. Quando lemos tais versículos relacionados com o evangelho, nosso coração deve animar-se. Esses versículos dizem que os judeus não sabiam que a justiça de Deus tinha sido firmada; eles ainda estavam procurando estabelecer sua própria justiça. Eles faziam o máximo que podiam para ser bons, para trocar suas obras pela salvação e para trocar sua justiça pela vida e tudo o que Deus lhes tem dado. Mas Paulo disse que todos os que procuram estabelecer a sua própria justiça não se sujeitam à justiça de Deus. Não se sujeitar à justiça de Deus é não se sujeitar à obra que Deus cumpriu em Seu Filho Jesus. A justiça de Deus é consumada em Seu Filho Jesus. A cruz de Jesus é tanto uma manifestação do amor de Deus como o cumprimento da justiça de Deus. Na cruz de Jesus, a justiça de Deus foi cumprida. Se algum homem quiser estabelecer sua justiça hoje, ele estará negando a suficiência da obra do Senhor na cruz. Nunca pense que podemos acrescentar algo à obra que o Senhor Jesus cumpriu. Nunca pense que podemos ajudá-la ou remendá-la um pouco. Todos os que buscam estabelecer sua própria justiça não se sujeitam à justiça de Deus. Se alguém envia uma soma de dinheiro à minha casa para pagar um empréstimo que me fez e ainda tento economizar alguns trocados para saldá-lo, eu realmente estou desprezando o que ele me deu. Todos os que buscam estabelecer sua própria justiça estão blasfemando contra Deus.
Por que “o fim da lei é Cristo”? O fato de Cristo ser o fim da lei significa que Cristo inclui tudo o que a lei tem. Em outras palavras, Deus não lhe deu somente dez mil talentos; todo o dinheiro do mundo foi dado a você. Como pode você economizar uns poucos trocados? O fim da lei é Cristo. Como achará outra justiça maior? Se um homem é muito grande e ocupa toda a cadeira, será que você pode apertar-se com ele na mesma cadeira? O fim da lei é Cristo. Como você vai estabelecer sua justiça? Louvamos ao Senhor porque Ele nos deu o melhor! Gostaria de dizer uma palavra forte numa maneira mais reverente: Deus “esgotou” Sua onipotência em Seu Filho Jesus. O fim da lei é Cristo. Todo o que crer Nele deve receber justiça. Os que crêem em Jesus são obrigados a receber. Não há possibilidade de não receberem. Eu gosto dessa idéia. É impossível não sermos salvos. Deus nos deu Seu Filho, o qual não apenas possui o pouco que você necessita, mas possui todas as coisas. Deus nunca pode desamparar-nos, os que cremos em Seu Filho. Deus não tem como nos rejeitar. Todos os que vão a Deus por meio do Filho devem receber justiça. Não há o que discutir; a garantia é certa.

A Justiça da Salvação

 Resultado de imagem para a justiça da salvação

Uma coisa que devemos saber é que antes de o Senhor Jesus morrer, seria injusto Deus perdoar nossos pecados, mas depois da Sua morte seria igualmente injusto Deus não perdoar nossos pecados. Sem a morte do Senhor Jesus, o perdão de Deus seria injustiça de Sua parte; Ele nunca poderia fazê-lo. Com a morte do Senhor Jesus, Ele continuaria igualmente injusto se não quisesse perdoar. Por favor, lembre-se, uma redenção sem sangue é injusta. Por outro lado, quando alguém tem o sangue e lhe é negada a salvação, isso também é injusto.
Uma vez, fui com um irmão a Quiuquiam. Enquanto estávamos viajando no barco e partilhando a Palavra com outros, comecei a falar com uma pessoa sobre nossa fé. Ao mesmo tempo, nosso irmão falava com outra pessoa, que era muçulmana. Durante a conversa, nosso irmão perguntou ao homem se ele tinha algum pecado. O homem tentou dizer-lhe quão bom é o islamismo e quão grande foi Maomé. Mas nosso irmão disse: “Não estou lhe perguntando sobre essas coisas. Minha pergunta é esta: „Você tem algum pecado?‟ Ele confessou que sim. Nosso irmão então lhe perguntou: “Então, que vai fazer sobre isso? Há algum modo de você ser perdoado?” O homem respondeu que se ele quisesse ser perdoado, tinha de sentir remorso no coração e fazer o bem, e fazer isto e aquilo e muitas outras coisas. Depois que o homem relacionou todas as coisas que deveria fazer, nosso irmão disse: “Este é exatamente o ponto da controvérsia. Você disse que quando alguém peca, o remorso pode trazer-lhe o perdão. Mas eu digo que quando alguém peca deve haver punição. Sem punição, não pode haver perdão. Você acha que um sentimento de remorso trará perdão a alguém. Mas digo que o perdão somente vem pelo julgamento. Se eu pecar nesta cidade e fugir para um país distante, posso ter remorso lá e praticar muita caridade. Posso ser um bom homem lá. Mas nada disso removerá meu pecado. Seu Deus é um Deus que perdoa sem julgamento. Mas meu Deus é um Deus que perdoa somente após julgar”. O muçulmano então perguntou: “Então, como você pode ser perdoado?” “É por isso que”, disse nosso irmão, “você precisa crer em Jesus. Somente crendo em Jesus você será perdoado. Seus pecados foram julgados no Senhor Jesus e quando crer Nele, você será perdoado”. Aqui está a justiça de Deus. Hoje os homens consideram se Deus é amor ou não. Eles não percebem que Deus não é apenas amor, mas Ele também é justo. Não é que Deus queira somente perdoar os pecados do homem. Ele tem de perdoá-los de maneira que não conflitem com Sua natureza e Sua justiça. É isso que os homens não vêem.




As Aplicações da Justiça de Deus

 

Devemos agora perguntar: como a justiça de Deus é aplicada a nós? A justiça de Deus é aplicada a nós de duas formas. A justiça de Deus pode primeiro ser aplicada dando paz ao nosso coração. Os sentimentos são indignos de confiança; por isso, podemos não confiar nos sentimentos de Deus. O amor é igualmente indigno de confiança. Se o amor de alguém mudar, ninguém pode culpá-lo ou culpá-la por isso. Mas podemos valer-nos da justiça e fazer reclamações baseados na justiça. Se Deus somente
nos ama, Ele pode poupar-nos do julgamento dos pecados ou pode deixar-nos facilmente, se for algo que Ele consiga fazer. Mas como será se um dia Deus não estiver mais satisfeito conosco e não quiser continuar conosco? Se Deus não nos amasse mais e se tornasse bravo e insatisfeito conosco, nós sofreríamos. Sob tais circunstâncias, não poderíamos ter qualquer segurança a respeito de Deus e nosso coração nunca estaria em paz. Mas agora que Deus nos deu Sua justiça, estamos em paz, pois sabemos que nossos pecados foram julgados na pessoa de Cristo. Assim, podemos ter uma consciência ousada e uma segurança definitiva quando nos achegamos a Deus, e nosso coração pode ter paz. A paz não pode ser obtida pelo amor; a paz somente pode ser obtida por meio da justiça. Embora, em realidade, o amor de Deus seja confiável, do ponto de vista humano, ele não é tão confiável quanto a justiça de Deus. Logo que uma pessoa começa a crer em Deus, ela deve aprender a confiar mais em Sua justiça do que em Seu amor. Mais tarde, enquanto progride, ela deve aprender a confiar mais no amor de Deus do que em Sua justiça. Tal confiança pertence a um estágio avançado da vida cristã. Essa é a vida de pessoas como Madame Guyon. Mas, no começo, devemos tomar a justiça como a base de nossa fé. Sem justiça, a fé não tem base. Graças a Deus que nossos pecados foram perdoados. Agradecemos-Lhe porque Ele nunca mais nos julgará. Como o hino diz:
Não cobra duas vezes Deus: Primeiro de Seu Filho e Depois então de mim. Nosso coração está tranqüilo, pois nossos pecados foram julgados.
A justiça de Deus tem outra aplicação: Ela nos leva a perceber a repugnante natureza do pecado. A fim de preservar Sua justiça, Deus se dispôs até mesmo a sacrificar Seu Filho na cruz. Deus preferiu antes sacrificar Seu Filho à Sua justiça, Sua verdade e Sua lei. Deus não faria algo que fosse contrário à Sua natureza. Assim, podemos ver quão repugnante é o pecado. Se Deus não pode ser indiferente ao pecado e prefere antes julgar Seu Filho para tratar com o pecado, também não podemos ser indiferentes em relação ao pecado. Aos olhos de Deus, Seu Filho pode ser sacrificado, mas o pecado não pode deixar de ser tratado. Todo o que crê no Senhor Jesus deve ver então que nenhum pecado pode ser ignorado. A atitude de Deus em relação ao pecado é muito rígida. Agora todos os nossos pecados estão perdoados. O Senhor Jesus morreu, fomos perdoados, e todas as coisas estão resolvidas. Neste ponto, gostaria de fazer mais uma ilustração. Um dia, eu estava no Parque Hsiao-feng lendo minha Bíblia. De repente, o céu escureceu e houve um trovão. Parecia que ia chover imediatamente. Fechei a Bíblia rapidamente e corri até uma pequena casa atrás do parque. Mas pouco depois a chuva ainda não havia chegado e, então, fui para casa apressadamente. A caminho de casa, o céu ainda estava bem escuro; trovejava e as nuvens estavam muito carregadas. Ainda assim a chuva não caiu. Nenhuma gota caiu sobre mim em todo o caminho para casa. Em outra ocasião, algum tempo mais tarde, fui de novo ao mesmo parque para ler. Dessa vez, também o céu escureceu como da vez anterior. Começou a trovejar novamente e as nuvens estavam pesadas e densas. Então, considerei minha experiência anterior, fiquei calmo e caminhei lentamente. Mas infelizmente, dessa vez, a chuva veio e me molhei. Não tive escolha a não ser correr para a pequena casa outra vez. Quando cheguei na casa, a chuva desabou. Não sabia quão forte a chuva seria. Mas, finalmente, o céu clareou, as nuvens se dispersaram, cessaram os trovões e voltei para casa. Dessa vez, assim como na anterior, não caiu uma gota de chuva enquanto voltava para casa. Mas deixe-me fazer-lhe uma pergunta: Em qual ocasião meu coração teve mais paz? Em ambas as ocasiões a chuva não caiu sobre mim quando eu voltava para casa. Mas em qual das vezes tive mais paz? Foi da primeira ou da segunda vez? Embora na primeira vez não tenha chovido a caminho de casa, não sabia quando a chuva viria; em decorrência disso, meu coração ficou de sobreaviso. Na segunda ocasião, também não houve chuva a caminho de casa, mas meu coração estava em paz, porque a chuva já tinha passado e o céu estava claro. Muitas pessoas esperam que a graça de Deus encubra seus pecados. Elas são como eu em minha primeira volta ao lar. Embora não haja chuva, a escuridão ainda se mantém, troveja e as nuvens são densas. Seu coração ainda fica ansioso. Elas não sabem o que lhes acontecerá. Mas graças ao Senhor, pois a salvação que recebemos é algo que já “passou pela chuva”. É uma salvação que “passou pelo trovão”. Nossa “chuva” já foi derramada no Calvário, e nosso “trovão” já aconteceu no Calvário. Agora, tudo passou. Regozijamo-nos não somente porque nossos pecados foram perdoados, mas porque eles foram perdoados após terem sido tratados. Eles não foram encobertos. Deus tratou com o problema dos nossos pecados. A ressurreição de Seu Filho tornou-se a evidência dessa obra. Hoje é dia de graça. Mas devemos lembrar-nos de que a graça reina pela justiça (Rm 5:21). A graça não pode vir diretamente; ela deve vir pela justiça. A graça de Deus não vem a nós diretamente. Ela vem a nós pelo Calvário. Hoje, alguns dizem que se Deus
nos ama, Ele pode perdoar-nos sem julgamento. Isso seria a graça reinando sem justiça. Mas a graça está reinando pela justiça. A graça precisa da justiça do Calvário antes de poder reinar. Hoje, nosso receber da graça está unicamente baseado na justiça de Deus. Nossos pecados são perdoados após terem sido tratados. Quando vemos a cruz, é correto dizer que ela é a justiça de Deus. É também certo dizer que ela é a graça de Deus. A cruz significa a justiça de Deus e ela também significa a graça de Deus. Para Deus, a cruz é justiça; para nós, ela é graça. Hoje quando vemos a cruz, nosso coração descansa, pois sabemos que a graça que recebemos foi recebida mediante a maneira justa de Deus. Sabemos que a nossa salvação é clara, completa, adequada e justa. Nossa salvação não vem mediante contrabando ou fraude. Pelo contrário, ela vem pelo julgamento sobre o pecado. Louvado seja o Senhor! A cruz resolveu o problema do pecado e a ressurreição confirmou que a solução é de fato verdadeira.