LIÇÃO 8 –
SUPERANDO OS PROBLEMAS INTERNOS
Texto: Neemias 5.
“Devemos
nos determinar a dar passos sérios, consistentes, para aprofundar nossa
comunhão e unidade.” (Gregory R. Frizzell)
Introdução
Os
problemas internos podem paralisar qualquer organização, incluindo as igrejas. O
pastor e escritor norte-americano [1]Gregory
R. Frizzell declarou que: “O nosso
inimigo está sempre buscando maneiras para quebrar a unidade, danificar o
vínculo da paz e distrair os crentes do evangelismo e de missões”. Em nosso
dia a dia ministerial precisamos praticar o ensino de Jesus: “vigiem e orem para
que não caiam em tentação” (Mt 26.41). Não podemos perder tempo, por isso
devemos trabalhar com os olhos abertos para impedir que situações negativas se
alojem em nosso meio.
O Capítulo 5 do livro de Neemias nos
fornece uma estratégia eficaz para identificarmos e superarmos os problemas
internos visando manter o ânimo de todos diante dos desafios.
O PROBLEMA
A população em Jerusalém havia aumentado
rapidamente devido ao grande número de pessoas envolvidas na restauração dos
muros. A pobre condição financeira da maior parte dos edificadores havia sido
agravada pela fome e pelas exigências rigorosas do trabalho de construção. Não
havia tempo para cultivar a terra, e a comida precisava ser comprada. O jeito
era recorrer aos empréstimos. Os nobres e os oficiais haviam se transformado em
agiotas inescrupulosos, que estavam se aproveitando dos trabalhadores, seus
próprios compatriotas. Os judeus mais pobres estavam hipotecando suas casas e
dando até mesmo seus filhos como garantia. Alguns já serviam como escravos e
possivelmente algumas filhas estavam sendo abusadas (v.5). Levantou-se então um
grande clamor entre o povo, que veio a exigir uma ação imediata do líder
Neemias.
A REAÇÃO DE NEEMIAS (v.6)
Neemias ficou furioso porque o povo havia
ignorado a Lei. Os problemas internos estavam sendo causados porque eles não
estavam seguindo as instruções de Deus para o seu povo. Um judeu não deveria escravizar outro judeu.
A bênção do Senhor estaria sobre eles à medida que praticassem a justiça uns
com os outros (Lv 25.35-40; Dt 23.19,20).
Neemias pensou antes de agir. Sua ação foi
baseada no raciocínio e temor ao Senhor. Sua raiva foi canalizada para a ação,
não uma ação destemperada, destrutiva e pecaminosa, mas positiva e construtiva.
Ele sugeriu aos judeus que, motivados pelo temor a Deus, buscassem uma relação
mais justa em relação aos seus irmãos (v.9). Isso evitaria comentários
externos. Neemias fez uma proposta que tinha a ver com seu próprio estilo de
vida. Os versos de 14 a
19 nos dão uma ideia da forma como escolheu viver em meio ao desafio.
O plano de Neemias contra as ameaças
internas envolveu as seguintes ações:
1°)
Identificação e enfrentamento do problema (vv.6 e 7a).
2°)
Atuação direta no foco do problema (v.7b).
3°)
Conscientização das pessoas envolvidas quanto ao padrão de Deus (v.9).
4°)
A determinação de alvos práticos para corrigir o problema. (vv.10,11).
5°)
A Consagração da decisão ao Senhor (vv.12,13).
OS PROBLEMAS INTERNOS NA IGREJA
Jesus disse que a união dos seus servos
seria um grande testemunho acerca do plano de Deus (Mt 5.16; Jo 17.20-23).
Pedro exortou-nos a um procedimento correto (1Pd 2.11,12). É um fato que os
problemas internos surgirão na caminhada ministerial. Nós precisamos estar
atentos para agir rapidamente, impedindo que eles se alojem, paralisando a obra
e se transformando em justificativa para que as pessoas continuem longe de
Deus.
VERDADES SOBRE PROBLEMAS
INTERNOS
1ª) Nem todos os problemas têm
origem na própria igreja – Infelizmente convivemos com situações
cujo foco está fora do ambiente eclesiástico. Problemas cuja origem muitas
vezes pode ser a família, saúde psicológica, finanças, trabalho,
espiritualidade, etc. São situações pessoais que são “importadas” para o dia a dia
da igreja, causando graves danos à comunhão. Precisamos pedir sabedoria a Deus
para discernir, olhando além dos fatos e conscientizando cada membro da igreja de
que determinados problemas pessoais devem ser compartilhados com pessoas sábias
e espirituais (Tg 5.13-16; Hb 13.16,17, Pv 18.1). “Para os primeiros cristãos, “koinonia” não era a comunhão enfeitada de
passeios patrocinados pela igreja. Não era chá, biscoitos e conversas
sofisticadas no salão social depois do culto. Era um compartilhar incondicional
de suas vidas com outros membros do corpo de Cristo” (Ronald J. Sider)[2].
2ª) Muitos
problemas têm origem no abandono da Palavra – Quando deixamos de lado o
nosso manual de fé e prática, a Bíblia, passamos a agir no escuro e segundo
nosso próprio coração, que é enganoso (Jr 17.9). Nunca devemos fazer pouco caso
de coisas que ofendem a Deus e desonram o seu santo nome. Uma das principais
razões por que a Bíblia foi escrita é preparar-nos com antecedência,
ensinar-nos de antemão a reagir a muitas das situações que encontramos na vida (Salmos:
93, 105 e 119.11). Na lição 11, daremos maior ênfase à importância da Palavra
de Deus.
3ª) Alguns problemas fazem
parte de uma cultura maligna – Esse é um assunto difícil de
ser admitido e consequentemente de ser tratado. Mas sabemos que algumas
histórias negativas se repetem em “nossos arraiais”, revelando um ciclo de
destruição e estagnação. São as ações que ao longo dos anos destroem o ânimo de
muitos e atrapalham o crescimento da igreja. Uma boa leitura sobre este assunto
é o livro “Liberando o fluir do avivamento”, de Gregory R. Frizzell,
distribuído pela Ordem dos Pastores Batistas do
Brasil. Vejamos dois casos revelados no Novo Testamento.
·
Ananias
e Safira (At 5.1-16) – Foi a tentativa por parte do inimigo de
introduzir a hipocrisia no seio da igreja. Houve uma reação rápida e espiritual
por parte da liderança (v.3). O resultado foi o desenvolvimento saudável da
igreja (vv.11,12) e o respeito externo (vv.13,16).
·
Diótrefes
(3Jo
9,10) – O apóstolo João teve de resistir
pessoalmente e alertar os irmãos quanto aos males que este homem causava no
desenvolvimento da igreja. 1) Ele queria ser o centro das atenções; achava-se o
dono da igreja. 2) Ele falava mal dos líderes. 3) Ele impedia o acesso dos
novos irmãos.
CONCLUSÃO
Todas as vezes que a vontade de Deus for
ignorada no seio da igreja haverá prejuízos. Não podemos fazer nada de
significativo para Deus, desconectados da sua vontade (Jo 15.5). A forma como
tratamos nossos familiares e os nossos irmãos em Cristo revela o nosso “grau”
de espiritualidade (1Tm 5.8; Hb 12.14, 1Jo 1.7). Em tempos de problemas
internos, espera-se de uma liderança espiritual que tome atitudes como as de
Neemias, que após pensar e orar agiu para restaurar a comunhão. De nada teria
adiantado o esforço de Neemias se os demais judeus não tivessem admitido mudar
o modo de agir. Lembremos que “se nada
muda, nada muda”.
A paz só reinará num ambiente eclesiástico
onde líderes e liderados entenderem que fazem parte do mesmo corpo, estão
servindo ao mesmo Deus, que estão indo para o mesmo lugar (o céu) e
compartilham a mesma missão. Numa igreja saudável pastores, diáconos, líderes e
demais membros sabem até onde vai a responsabilidade de cada um, respeitam-se
mutuamente, focam na obra e não nos problemas durante a caminhada.
PARA DISCUSSÃO EM CLASSE
1)
Quais os fatores que mais contribuem para os problemas internos?
2)
O que pode impedir um irmão de pedir ajuda ao outro?
3)
O que fazer para tratarmos os problemas ao invés de atacar pessoas?
LEITURA DIÁRIA
segunda
– Hebreus 12.12-15
terça
– 1Pedro 3.8-17
quarta
– 1João 1.5-7
quinta
– Gálatas 6.1-10
sexta
– Mateus 5.1-16
sábado
– Mateus 5.38-48
domingo
– João 17
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