segunda-feira, 20 de agosto de 2012


LIÇÃO 8 – SUPERANDO OS PROBLEMAS INTERNOS
Texto: Neemias 5.

“Devemos nos determinar a dar passos sérios, consistentes, para aprofundar nossa comunhão e unidade.” (Gregory R. Frizzell)

Introdução

   Os problemas internos podem paralisar qualquer organização, incluindo as igrejas. O pastor e escritor norte-americano [1]Gregory R. Frizzell declarou que: “O nosso inimigo está sempre buscando maneiras para quebrar a unidade, danificar o vínculo da paz e distrair os crentes do evangelismo e de missões”. Em nosso dia a dia ministerial precisamos praticar o ensino de Jesus: “vigiem e orem para que não caiam em tentação” (Mt 26.41). Não podemos perder tempo, por isso devemos trabalhar com os olhos abertos para impedir que situações negativas se alojem em nosso meio.
    O Capítulo 5 do livro de Neemias nos fornece uma estratégia eficaz para identificarmos e superarmos os problemas internos visando manter o ânimo de todos diante dos desafios.

O PROBLEMA

   A população em Jerusalém havia aumentado rapidamente devido ao grande número de pessoas envolvidas na restauração dos muros. A pobre condição financeira da maior parte dos edificadores havia sido agravada pela fome e pelas exigências rigorosas do trabalho de construção. Não havia tempo para cultivar a terra, e a comida precisava ser comprada. O jeito era recorrer aos empréstimos. Os nobres e os oficiais haviam se transformado em agiotas inescrupulosos, que estavam se aproveitando dos trabalhadores, seus próprios compatriotas. Os judeus mais pobres estavam hipotecando suas casas e dando até mesmo seus filhos como garantia. Alguns já serviam como escravos e possivelmente algumas filhas estavam sendo abusadas (v.5). Levantou-se então um grande clamor entre o povo, que veio a exigir uma ação imediata do líder Neemias.

 A REAÇÃO DE NEEMIAS (v.6)

   Neemias ficou furioso porque o povo havia ignorado a Lei. Os problemas internos estavam sendo causados porque eles não estavam seguindo as instruções de Deus para o seu povo.  Um judeu não deveria escravizar outro judeu. A bênção do Senhor estaria sobre eles à medida que praticassem a justiça uns com os outros (Lv 25.35-40; Dt 23.19,20).   
   Neemias pensou antes de agir. Sua ação foi baseada no raciocínio e temor ao Senhor. Sua raiva foi canalizada para a ação, não uma ação destemperada, destrutiva e pecaminosa, mas positiva e construtiva. Ele sugeriu aos judeus que, motivados pelo temor a Deus, buscassem uma relação mais justa em relação aos seus irmãos (v.9). Isso evitaria comentários externos. Neemias fez uma proposta que tinha a ver com seu próprio estilo de vida. Os versos de 14 a 19 nos dão uma ideia da forma como escolheu viver em meio ao desafio.
   O plano de Neemias contra as ameaças internas envolveu as seguintes ações:
1°) Identificação e enfrentamento do problema (vv.6 e 7a).
2°) Atuação direta no foco do problema (v.7b).
3°) Conscientização das pessoas envolvidas quanto ao padrão de Deus (v.9).
4°) A determinação de alvos práticos para corrigir o problema. (vv.10,11).
5°) A Consagração da decisão ao Senhor (vv.12,13).

OS PROBLEMAS INTERNOS NA IGREJA
 
   Jesus disse que a união dos seus servos seria um grande testemunho acerca do plano de Deus (Mt 5.16; Jo 17.20-23). Pedro exortou-nos a um procedimento correto (1Pd 2.11,12). É um fato que os problemas internos surgirão na caminhada ministerial. Nós precisamos estar atentos para agir rapidamente, impedindo que eles se alojem, paralisando a obra e se transformando em justificativa para que as pessoas continuem longe de Deus.
 
VERDADES SOBRE PROBLEMAS INTERNOS

1ª) Nem todos os problemas têm origem na própria igreja – Infelizmente convivemos com situações cujo foco está fora do ambiente eclesiástico. Problemas cuja origem muitas vezes pode ser a família, saúde psicológica, finanças, trabalho, espiritualidade, etc. São situações pessoais que são “importadas” para o dia a dia da igreja, causando graves danos à comunhão. Precisamos pedir sabedoria a Deus para discernir, olhando além dos fatos e conscientizando cada membro da igreja de que determinados problemas pessoais devem ser compartilhados com pessoas sábias e espirituais (Tg 5.13-16; Hb 13.16,17, Pv 18.1). “Para os primeiros cristãos, “koinonia” não era a comunhão enfeitada de passeios patrocinados pela igreja. Não era chá, biscoitos e conversas sofisticadas no salão social depois do culto. Era um compartilhar incondicional de suas vidas com outros membros do corpo de Cristo” (Ronald J. Sider)[2].
 
2ª)   Muitos problemas têm origem no abandono da Palavra – Quando deixamos de lado o nosso manual de fé e prática, a Bíblia, passamos a agir no escuro e segundo nosso próprio coração, que é enganoso (Jr 17.9). Nunca devemos fazer pouco caso de coisas que ofendem a Deus e desonram o seu santo nome. Uma das principais razões por que a Bíblia foi escrita é preparar-nos com antecedência, ensinar-nos de antemão a reagir a muitas das situações que encontramos na vida (Salmos: 93, 105 e 119.11). Na lição 11, daremos maior ênfase à importância da Palavra de Deus.
 
3ª) Alguns problemas fazem parte de uma cultura maligna – Esse é um assunto difícil de ser admitido e consequentemente de ser tratado. Mas sabemos que algumas histórias negativas se repetem em “nossos arraiais”, revelando um ciclo de destruição e estagnação. São as ações que ao longo dos anos destroem o ânimo de muitos e atrapalham o crescimento da igreja. Uma boa leitura sobre este assunto é o livro “Liberando o fluir do avivamento”, de Gregory R. Frizzell, distribuído pela Ordem dos Pastores Batistas do Brasil. Vejamos dois casos revelados no Novo Testamento.
·         Ananias e Safira (At 5.1-16) – Foi a tentativa por parte do inimigo de introduzir a hipocrisia no seio da igreja. Houve uma reação rápida e espiritual por parte da liderança (v.3). O resultado foi o desenvolvimento saudável da igreja (vv.11,12) e o respeito externo (vv.13,16).

·         Diótrefes (3Jo 9,10) – O apóstolo João teve de resistir pessoalmente e alertar os irmãos quanto aos males que este homem causava no desenvolvimento da igreja. 1) Ele queria ser o centro das atenções; achava-se o dono da igreja. 2) Ele falava mal dos líderes. 3) Ele impedia o acesso dos novos irmãos.

CONCLUSÃO

   Todas as vezes que a vontade de Deus for ignorada no seio da igreja haverá prejuízos. Não podemos fazer nada de significativo para Deus, desconectados da sua vontade (Jo 15.5). A forma como tratamos nossos familiares e os nossos irmãos em Cristo revela o nosso “grau” de espiritualidade (1Tm 5.8; Hb 12.14, 1Jo 1.7). Em tempos de problemas internos, espera-se de uma liderança espiritual que tome atitudes como as de Neemias, que após pensar e orar agiu para restaurar a comunhão. De nada teria adiantado o esforço de Neemias se os demais judeus não tivessem admitido mudar o modo de agir. Lembremos que “se nada muda, nada muda”. 
   A paz só reinará num ambiente eclesiástico onde líderes e liderados entenderem que fazem parte do mesmo corpo, estão servindo ao mesmo Deus, que estão indo para o mesmo lugar (o céu) e compartilham a mesma missão. Numa igreja saudável pastores, diáconos, líderes e demais membros sabem até onde vai a responsabilidade de cada um, respeitam-se mutuamente, focam na obra e não nos problemas durante a caminhada. 

PARA DISCUSSÃO EM CLASSE

1) Quais os fatores que mais contribuem para os problemas internos?
2) O que pode impedir um irmão de pedir ajuda ao outro?
3) O que fazer para tratarmos os problemas ao invés de atacar pessoas?



  LEITURA DIÁRIA

segunda – Hebreus 12.12-15
terça – 1Pedro 3.8-17
quarta – 1João 1.5-7
quinta – Gálatas 6.1-10
sexta – Mateus 5.1-16
sábado – Mateus 5.38-48
domingo – João 17



[1] FRIZZELL, Gregory R. Liberando o fluir do avivamento. OPBB. 2008.
[2] SIDER, Ronald J. Cristianismo Genuíno. United Press. 1999. 

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