terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A MARCA QUE DEUS COLOCOU EM CAIM

Sabemos que os Povos Antigos ofereciam sacrifícios aos deuses. Mas, ficamos pensando... por que Satanás pensaria em estabelecer Cerimônias e Rituais, Sacrifícios e Oferendas, uma vez que Deus somente iria instituir os Ritos do Tabernáculo, o sistema de Sacerdócio e Sacrifícios muito tempo depois, apenas após a saída do Povo do Cativeiro Egípcio? É que Satanás conhecia algumas Leis Espirituais... sabia que certas coisas não iriam mudar. Portanto, ele poderia adiantar-se, ganhar a "dianteira" em relação a Deus.
           Depois que o Homem e a Mulher foram expulsos do Paraíso, Satanás, tendo vencido a primeira batalha, pôde começar a observar melhor qual seria o comportamento do ser humano depois do pecado original. Seriam fáceis de manejar, ou não? Será que a essência Divina dentro deles faria muita diferença, mesmo depois da perda do "Elo"?
          O que foi que o Diabo viu? Bem... muita coisa, mas a Bíblia destaca a história de Caim e Abel. Sem dúvida, esse foi o segundo ódio incontestável e incomensurável de Satanás! Não bastasse o sucesso com a corrupção do gênero humano, e agora aqueles dois irmãos, Caim e Abel, ofereciam ofertas ao Senhor, o que era uma forma de adoração. Ah, como o Diabo odiou aquilo!
          Como que depois do que tinha acontecido, aqueles homens jovens, filhos de uma primeira geração, cujos pais ainda certamente se lembravam de como era a vida e o relacionamento com Deus no Éden, tinham desejo de agradar Àquele "Ser cruel" que os havia amaldiçoado? Sinal que, mesmo fora da presença permanente de Deus, e agora como mortais, ainda assim o Amor de Deus estava sobre - e dentro — da sua Criação. De uma maneira diferente, mas ainda o Senhor amava e se manifestava aos seus. E os seus, pelo que estava parecendo... ainda buscavam a Sua Face!!!
           Satanás precisava agir novamente. Observou a atitude de Caim e Abel, e logo conheceu o coração do mais velho, por causa das suas atitudes. Óbvio era que o que contava naquela oferenda a Deus era a intenção do coração.
          Abel ofereceu a si mesmo, ofereceu das primícias do rebanho, e da gordura deste, sinal que houve um holocausto. Somente um coração puro e inclinado ao Senhor poderia, naqueles momentos tão iniciais da História, oferecer ao Senhor a gordura de um cordeiro!
          Caim, por sua vez, apenas ofereceu uma oferta do fruto da sua terra. Não era nada especial. Era, talvez um protocolo a cumprir, uma vez que talvez Caim talvez soubesse que Abel queria honrar ao Senhor com aquilo que tinha. Se seu desejo fosse realmente agradar ao Senhor, e não apenas motivado pela competição e inveja (coisa comum entre irmãos que não são bem criados), não ficaria tão irado quando Deus lhe falou, ensinando-lhe o bom caminho e dando-lhe a garantia de que seria tão bem aceito quanto Abel.
           Em Gn 4A-7, observamos a seqüência do episódio:
              "(...) Agradou-se o Senhor de Abel e da sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. Então, lhe disse o Senhor: Porque andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes, mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo".

           Este episódio, por mais antigo e aparentemente sem tanta importância quando comparado à expulsão do Jardim e à morte espiritual do ser humano, não é tão inócuo assim. A maioria de nós nem lembra que Caim matou Abel, com tantas coisas mais importantes a serem compreendidas no Gênesis...afinal, era só uma rixa de irmãos, a primeira de muitas, muitas e muitas. Mas não foi uma rixa sem conseqüências desastrosas - novamente - para toda a Humanidade.
          Você pensa que não? Quer saber como a Irmandade interpreta esses fatos?
          Imagine só o Diabo observando isso! Quando a Palavra fala que "Caim andava irado" é sinal que era uma ira que vinha há vários dias e, certamente, em estado crescente porque bem sabemos a que fim nos levou esse episódio. O coração de Caim, inclinado naturalmente para o orgulho e a inveja, especialmente por ser o Primogênito, transformou-se num terreno farto para a ação do Maligno. Era muito fácil para Satanás ver... e entender o que acontecia.
          Caim não "dominou o pecado" como lhe aconselhou o Senhor, aparentemente não fez a menor questão, pois se julgava injustiçado. Ele se comportou exatamente da maneira como a maioria de nós se comporia hoje: se Deus não diz o que queremos ouvir ficamos de bico, emburrados, e, por orgulho fazemos do nosso jeito mesmo, abrindo as portas para o pecado que jaz ali mesmo, à porta, esperando para entrar, contaminar o coração e fazer com que tomemos as atitudes erradas.
          Assim Caim fez. A Palavra de Deus, o conselho, a exortação feita com Amor e as advertências de nada serviram. Tudo entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Deus havia dito que "o pecado estava à porta; o desejo de Caim seria contra ele". Que desejo? Estaria Deus falando daquele escuso desejo que crescia dia-a-dia, o desejo de livrar-se de Abel?! "A ti cumpre dominá-lo".
          Mas Caim não ligou, não obedeceu, deu vazão à ira, ao pecado, ao desejo de matar. Satanás apossa-se de Caim, e usa da sua fúria utilizando para isso a porta aberta que tinha ele em seu coração: a inveja. O orgulho. O ódio. Caim matou seu irmão - não por acaso, mas de maneira premeditada, dando vazão "ao desejo do seu coração". Porque era demais para ele conviver com o objeto da sua inveja e da sua ira.
           Nem mesmo depois de matá-lo, Caim demonstrou o menor arrependimento, o menor remorso nem que fosse: "Por acaso sou eu tutor do meu irmão?", responde ele a Deus, grosseiramente, quando inquirido por onde andava Abel. Continuava a ira, continuava o orgulho, continuava igual... ou melhor... muito pior do que antes!
          Podemos tomar esse relato como pouco relevante, mas Satanás conseguiu, mais uma vez, o que queria. Imagine a sua exultação ao perceber como era fácil corromper a Criação de Deus, feita à sua imagem e semelhança. A Bíblia não relata, mas é quase certo que o inimigo durante muitos dias alimentou aquela ira, falou e falou como Deus era injusto, cruel, desprezando o que, com tanto carinho, havia entregado em forma de adoração. Que Abel não era melhor do que ele, e já que Deus o amava tanto, porque não facilitar as coisas e enviá-lo logo para os braços do Senhor?!!
           Caim foi amaldiçoado e recebeu uma marca de Deus, uma marca em conseqüência do que tinha feito. Como a Irmandade explica isso? Segundo eles, o que foi a marca de Caim?
          Aparentemente, a marca de Caim era visível, até a Bíblia dá a entender isso por causa do medo que Caim passou a ter de ser morto por quem o encontrasse. Era como se agora houvesse alguma coisa nele, alguma coisa "estranha", tão estranha que seria passível de morte! Mas o negócio vai além.
          Segundo os preceitos da Irmandade, a tal marca de Caim se estendeu para todo homem; todo homem passou a ter. Todo homem tem. Veja só: "Adão",
a raça humana pura, que habitou o Éden, era feita à imagem e semelhança de Deus.
          Embora essa semelhança fosse espiritual, não deixava de ser também emocional e física pois, afinal, o homem também é um ser triúno: corpo, alma e espírito. Portanto, não há sombra de dúvida de que, como os anjos de Deus, a beleza destes primeiros seres humanos deveria ser incomparável, perfeita, espetacular! De fazer babar qualquer modelo fotográfico de hoje em dia (sem querer desmerecê-los, é claro)!
          Desde o tempo dos Gregos e dos Romanos, procura-se desvendar o segredo da beleza... o que torna alguém bonito, ou não? Segundo os antigos, é a simetria facial e corpórea. Existem desenhos, modelos do que seria o homem perfeito, a mulher perfeita, e que medidas teriam eles, que proporções teriam eles.
          A Irmandade em especial dá valor primordial à simetria do rosto. De nada adianta o corpo bonito se o rosto for desagradável; e o que traz essa sensação de alguém ser "agradável" avista é a simetria. Por exemplo, existem pessoas que são ícones de beleza em todo o Mundo; admirados por todos, praticamente sem exceção alguma. Ou seja, não faz parte de um padrão de beleza regional, mas mundial. Quer ver? Todo mundo acha alguns atores e atrizes de Hollywood muito bonitos, e isso vai além da telinha, entendem? O Japonês acha, o Africano acha, o Europeu acha, os Americanos, então... sem comentários! Vai além da Mídia e do que ela possa produzir. Parece ser um "Padrão de Beleza Universal", assumido e reconhecido por todos.
          É como ver um anjo. Mas quem vê um anjo em sua forma original é imediatamente impressionado fortemente pela beleza indescritível, incomensurável, perfeita, em todos os sentidos: o rosto, os olhos, o cabelo, o corpo, a musculatura, a pele, o porte físico...
          Assim, diz a Irmandade (não se esqueça de que agora estamos não mais falando de História, mas tratando de preceitos do Satanismo): depois do feito de Caim a situação piorou um pouco mais para toda a Humanidade. A marca e a maldição de Deus abriram espaço para ser lançada uma contaminação nele. Uma contaminação diferente.
          Perceba: desde a expulsão do Jardim, Satanás já tinha conseguido grandes feitos em relação à Criação. Aliás, é interessante perceber que ele tinha acesso ao Éden, e também ao homem. Mas note qual o único lugar, a única "porta de entrada" de Lucifér àquele intocado Paraíso: justamente o lugar onde Deus havia dito: "Não vá!". Ali era perigoso.
          Deus não podia simplesmente extinguir o Mal, uma vez que ele já existia. Haveria tempo certo para isso! Mas o Senhor alertou sua Criação quanto aos perigos de acercar-se da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, e comer do seu fruto. O resultado seria a morte. A Bíblia é sucinta, mas tenho certeza de que Deus foi bastam e claro, bastante específico, bastante amoroso e explicou muito bem que... "Lá não, meus filhos!".
          Uma vez que isso aconteceu, todo ser humano não somente passou a ter o conhecimento do Bem e do Mal, como também tornou-se habitat do Bem... e do Mal! Ou seja... todo homem é Bom e Mau ao mesmo tempo. Desde que absorveram, introduziram, "comeram" da Arvore, todas as Gerações posteriores daqueles que tinham sido criados à imagem e semelhança de Deus tinham, lá no fundo do ser... uma essência maligna.
          Todo ser humano é capaz de matar, todo ser humano é capaz de destruir, todo ser humano é capaz de roubar... desde que as condições sejam favoráveis para isso. Não foi muito difícil para Satanás e todos os Demônios que o acompanhavam perceberem a fragilidade do Homem afastado de Deus. Todo ser humano "comeu", "absorveu" uma essência do Diabo ao comer do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
          Antes, detentores apenas do Bem em seus corações e em sua essência, agora a coisa tinha mudado de figura. Deus foi obrigado a expulsar o homem do Jardim, antes que, agora contaminado, comesse da Arvore da Vida e vivesse eternamente naquela situação inglória!
          Essa contaminação com a essência do Diabo gerou uma seqüela não somente espiritual, mas em todos os âmbitos. Emocional, mental, e também física. Começou apenas espiritualmente.
          Mas depois que Caim matou Abel... isso se ampliou, atingindo até o corpo físico. Se ele tivesse obedecido a Deus e procurado se acertar, mudar de rumo seu coração... mas não foi o que aconteceu. Amaldiçoado, sem a proteção de Deus... Caim foi tocado, contaminado pelo Diabo... a mesma perda de beleza que Lucifér e os anjos rebeldes receberam, Caim também recebeu de Satanás.
          Foi uma conseqüência natural da manifestação do Mal, e Caim pediu por isso. Depois de amaldiçoado por Deus em conseqüência do assassinato de Abel, da terra que lavrava não conseguiria tirar mais o seu sustento, sendo errante e fugitivo pela terra, lançado longe da presença do Senhor. Ainda que não fosse mais como no Éden, havia a presença do Senhor próxima à Sua Criação, mas ao que parece, sem demonstrar arrependimento algum quando lhe cabia fazê-lo, Caim agora colhia conseqüências irreversíveis em sua vida. E Deus nada mais podia fazer por ele, pois foi alertado e desobedeceu; ficou à mercê dos demônios, de Lucifér... e sofreu uma alteração que se perpetuaria para todo o sempre.
          Mas... por que fugitivo? Por que Caim tinha tanta certeza de ser morto por qualquer que o encontrasse? Indo para longe, não necessariamente as pessoas saberiam quem ele era e o que tinha feito. Então... matá-lo por quê ???
          De acordo com a Irmandade, a contaminação visível que Caim recebeu foi a perda da beleza, a perda da simetria facial, alterações de pele... ou seja... tornou-se um ser bastante "esquisito" para os padrões da época, um ser que talvez assustasse, e portanto, merecesse a morte.
          Mas Deus não queria mais mortes, mais assassinatos, mesmo o de Caim. Por isso, Deus colocou um sinal nele, um sinal que dizia (não sei como, mas assim foi), que quem matasse Caim seria vingado sete vezes.
          Dessa maneira, embora com nossa mente humana talvez achássemos que Deus deveria ter permitido a morte de Caim, fato é que isso não aconteceu. E Caim teve filhos, gerou uma descendência, e repassou a semente que tinha recebido, uma alteração genética por causa da contaminação de Satanás; que foi "homicida desde o princípio".
          Caim também... ele foi o primeiro homicida da História. Mas teve um filho, e em homenagem a ele edificou uma cidade. A semente da maldade de Caim se espalhou, pois na sua quinta geração, Lameque, descendente de Caim, matou dois homens "um porque o feriu, o outro porque o pisou (...)". E esse Lameque já tinha, certamente, recebido Juízo de Deus, pois ao contar suas "proezas" às duas esposas que tinha, diz: "Sete vezes se tomará vingança de Caim, porém de Lameque, setenta vezes". (Toda esta história, desde Caim e Abel, está narrada em Gênesis 4).
          A semente de Caim se espalhou; a sua contaminação, que gerou uma deformidade física, tornou-se genética, permanente. Exatamente como aconteceu com os Demônios que, embora possam por algum tempo expor-se de maneira bela, hoje têm como estado original as deformidades físicas características daqueles que deixaram a presença de Deus através da rebelião.
          A Irmandade afirma que se usarmos de um experimento simples podemos ver a "Marca" em todo ser humano. Usando de um espelho, se observarmos apenas um lado do rosto, termos a impressão de placidez, de bondade; e o outro lado apresenta-se maldoso, cruel.
          Então, essa alteração genética de Caim, e também alterações genéticas outras geradas aos poucos através da corrupção do Gênero Humano começaram a fazer com que, gradativamente, surgissem pessoas mais feias, pessoas deformadas, com um organismo que não é mais perfeito, sujeito cada vez mais a doenças.
          Em outras palavras, queremos dizer que a Marca de Caim é visível, sim, no indivíduo, mas ela é enxergada bem melhor na Sociedade como um todo. É como jogar um grão de açúcar sobre uma mesa; não se vê o grão isoladamente, mas se derramarmos o açucareiro todo, é fácil perceber que a mesa está branca.
          A decadência a que foi-se submetendo o homem, e os horrores da História, segundo a Irmandade, é a Marca visível - totalmente visível- de Caim. Talvez isso não tivesse acontecido de forma tão intensa e a desgraça do ser humano não fosse tão completa se o erro tivesse permanecido apenas no pecado original. Mas a atitude de Caim gerou mais uma maldição irreversível.
          Contudo, a Adão e Eva nasceu outro filho, Sete, que o Senhor lhes concedeu no lugar de Abel. A Sete também nasceu um filho, Enos. E diz a Palavra que "a partir daí começou-se a invocar o Nome do Senhor" (Gn 4:25-26).
          Claro que Abel deve ter orado ao oferecer sua oferta, todavia, este parece ser o primeiro momento em que o Nome do Senhor - Yahweh - foi empregado.
          É interessante notar que a Bíblia separa os descendentes de Caim dos descendentes de Adão, como se Caim já não fizesse parte daquela família.
          Tudo começa de novo no início do capítulo 5 de Gênesis, dizendo que Adão tinha 130 anos quando gerou um filho à sua semelhança, Sete. Esse é o primeiro filho da genealogia de Adão, pois Caim foi boicotado dela, e Abel tinha morrido; depois de Sete, Adão e Eva tiveram "filhos e filhas"; sinal que a ordem de multiplicar-se e povoar a Terra continuava, e Deus abençoou os filhos de Adão e Eva; De Sete veio, futuramente, Enoque, que, por sua vida íntima com Deus não conheceu a morte, pois "Deus o tomou para si".
            Noé foi bisneto de Enoque, e tanto ele quanto seu pai, Lameque, tinham vida com Deus, num mundo em que já imperava a corrupção, a violência, a degradação, a depravação sexual, a bigamia, a mortandade (Gn 5.3-4, 21-29).

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