domingo, 6 de maio de 2012


Lute contra o mundanismo.

A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão.
John Wesley
O dia 20 de março de 1995 ficará para sempre na memória dos japoneses.
Nesse dia, a seita Verdade Suprema, usando um tipo letal de gás, contaminou a rede subterrânea do metrô
de Tóquio, liberando uma quantidade suficiente para matar 12 pessoas e expor outras 5 mil aos seus efeitos.
Um gás invisível, mas extremamente letal.
Assim é o mundanismo –– uma arma poderosa usada por Satanás que tem solapado a estrutura familiar
e levado muitas famílias para longe de Deus. Chega em nossa mente e em nosso coração de forma sorrateira, subtraindo a santidade que Deus deseja para pessoas e famílias.
O Dicionário Houaiss define “mundano” como aquele que busca satisfação nos bens e prazeres deste mundo.
Mas veremos mais adiante que o conceito de mundano e de mundanismo transcende a mera definição
dessas palavras nos léxicos. O ideal de Deus: nossa santificação
O ideal de Deus para sua igreja e a família é a santificação; isso porque, em primeiro lugar, ele é santo.
O Novo dicionário da Bíblia afirma: “Santidade, tanto no Antigo como no Novo Testamento, é atributo que, no seu sentido mais elevado, se aplica a Deus. Denota, em primeiro lugar, o fato de estar separado da criação e de estar acima da mesma. Dessa maneira, estabelece a transcendência de Deus. Yahweh é o Santo que faz contraste violento com os deuses falsos (Êx 15.11) e com a criação inteira (Is 40.25)”.
A santificação só é possível quando se percebe que o Deus a quem adoramos e servimos é santo (Lv 19.2; 1Pe 1.16). Sem essa percepção, a santidade no lar fica prejudicada e impossível de ser vivenciada.
Ainda sobre a santidade cristã, convém afirmar que se trata de um imperativo dado por Deus (1Ts 4.3,7;
1Pe 1.16). Frustrar as expectativas de Deus a esse respeito denota um ato de negligência e uma atitude contrária à vontade de Deus para nossa vida e a dos membros de nossa família. A origem do mundanismo
A origem do mundanismo está em Gênesis 3, quando a Bíblia relata a queda da humanidade. A partir desse
Estudo 03  14 momento, o homem procurou amar o mundo, não o Pai, buscar o prazer da carne e dos olhos, que a Bíblia chama de “concupiscência”, e viver uma vida de arrogância e orgulho, que a Bíblia
identifica como “soberba da vida”. Ao exortar os cristãos a não amarem o mundo nem o que nele há (1Jo
2.15,16), a Palavra de Deus está se referindo a não esposar seus valores e conceitos, não seguir seus caminhos incertos e, tampouco, experimentar os enganosos prazeres que o mundo oferece. Em síntese, devemos nos afastar de tudo quanto Deus odeia e que ofende a sua santidade. A palavra “mundo” aqui usada por João tem, na língua grega, a ideia de sistema e pode significar a humanidade organizada
em rebelião contra Deus. Esse sistema pode estar presente, como Watchman Nee, em seu livro Não ameis o mundo, bem lembrou, na música, na pintura, no teatro, na dança, na escultura, na literatura, nas ciências, na política, no comércio, nas leis, na educação, enfim em todas as áreas de interesse em que o homem se faz presente. Quando se busca os valores do mundo, há naturalmente o desejo de incluir os desejos impuros da carne  (concupiscência da carne), que é a busca desenfreada da gratificação sensual (1Co 6.18; Fp 3.19; Tg 1.14) e também dos olhos, que é a cobiça, o desejo desenfreado de coisas atraentes aos olhos, que no seu âmago é um desejo que não vem de Deus e, por consequência, não tem a aprovação dele. Em termos práticos, pode ser, por exemplo, contemplar pornografia, valorizar literaturas picantes ou se divertir com cenas teatrais nas quais a imoralidade reina, cobiçar bens materiais para o simples desfrute egoístico,
tanto quanto a mera fama ou o sucesso que o mundo oferece. No que tange à “soberba da vida”, a ideia é cultivar o orgulho, a arrogância ou a altivez. Denota o fanfarrão que exagera o que possui a fim de pressionar as pessoas.

O mundanismo na Bíblia 
No Antigo Testamento há vários relatos que servem de alerta para o povo de Deus hoje. Quando Deus
orientou o povo de Israel a tomar posse da terra prometida, deixou claro que não deveria, de forma alguma,
contaminar-se com as práticas repugnantes dos povos que habitavam aquela região (Dt 18.9).
Os profetas denunciaram várias vezes que o povo de Israel estava desobedecendo a Deus ao praticar atos
contrários à vontade dele. Basta lembrar o caso de Oseias. O resgaste que ele fez de sua mulher, que o deixara, adúltera, amada por outrem, é um exemplo vivo, porém triste, de como Israel havia sido infiel para com seu Esposo, Deus, e como este estava disposto a demonstrar novamente seu amor por essa nação, resgatá-la de sua decadência moral e espiritual, e tomá-la de volta em seus braços (Os 3.1-3).
O livro de Esdras, por exemplo, relata um comportamento estranho do povo que bem retratava um claro exemplo de mundanismo (veja Ed 10.2).


No Novo Testamento, um caso contundente de mundanismo pode ser observado na igreja de Corinto. Essa
igreja, infelizmente, tornou-se um exemplo negativo de como o mundanismo pode penetrar nas igrejas e
nas famílias. Verificamos como essa igreja foi tolerante com o mundanismo em seu seio. Paulo relata um caso de incesto envolvendo um membro dessa comunidade (leia com atenção 1Coríntios 5). Anteriormente, Paulo já havia repreendido os membros da igreja de Corinto, chamando-os de “carnais e mundanos” (1Co 3.3).
Às vezes pensamos que o problema estava somente na igreja de Corinto como instituição, mas devemos sempre nos lembrar que o mundanismo de Corinto estava encrustado, acima de tudo, nas pessoas e nas famílias que faziam parte da igreja. Havia naquela igreja famílias como as de Cloé, Crispo, Gaio, Estéfanas (1Co 1.11,14-16).
Além dos pecados de divisão, partidarismo, incesto, Paulo também afirma que havia na igreja de Corinto casos de prostituição (1Co 6.13-17) e ordenou que a imoralidade sexual (1Co 6.18), atitudes divorcistas (1Co 7.13) e tantas outras práticas pecaminosas (1Co 6.9-11) fossem abandonadas.
As consequências do mundanismo 
Quando o mundanismo se infiltra nas famílias e, por conseguinte, nas igrejas, prejuízos tremendos são contabilizados. O mundanismo fere a santidade de Deus e Deus se entristece quando um crente, um casal, uma família abrigam no seu interior palavras, pensamentos e atitudes mundanas. Por isso Paulo exorta novamente os crentes de Corinto a aperfeiçoarem a santidade no temor de Deus (2Co 7.1). Mais adiante, o autor de Hebreus afirma que sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
Leva à derrota Quando uma família abriga o pecado, o mundanismo, em seu seio, a obra e o avanço da  igreja são prejudicados.
Basta lembrar o caso de Acã. O povo de Israel só voltou a experimentar a vitória quando o pecado foi
revelado, a tenda purificada e todos se santificaram (Js 7). Mundanismo na família é um entrave para o avanço, a expansão, da igreja de Cristo. Outro exemplo está na vida de Davi. Seu ato mundano, de possuir
uma mulher que não era dele, praticando assim adultério, foi o primeiro passo para experimentar derrotas
tremendas em sua família e em seu reinado (2Sm 12.9-12). Deus o perdoou daquele ato imundo, mas as
consequências não tardaram a vir e foram severas demais para ele. Enfraquece o testemunho cristão
Ainda lembrando o caso de Corinto, uma frase que muitas vezes passa despercebida é: “Por toda parte se ouve que há imoralidade entre vocês, imoralidade que não ocorre nem entre os pagãos” (1Co 5.1). Que palavras duras essas que Paulo escreveu a respeito daqueles crentes! O mundanismo enfraquece o testemunho da igreja. Como enfrentar o mundanismo
O papel da igreja
–– Pregar mais sobre a santidade de Deus
Cabe à igreja, por meio de seus pastores e líderes, abordar com mais 16 constância e veemência o valor e a
necessidade de viver uma vida santa aos olhos de Deus e do mundo (1Ts 4.1-8). Santidade no falar (Ef 4.29). A palavra “torpe”, no grego, tem a ideia de “podre”. Santidade no pensar (Cl 3.2) e no olhar (Jó 31.1; Sl 101.3). –– Denunciar e condenar o pecado e a necessidade de arrependimento Concomitantemente, a igreja, pastores e líderes devem denunciar e condenar todo tipo de pecado. Mesmo
que isso não seja agradável aos ouvidos do povo, não se deve abdicar dessa tarefa dada por Deus (2Tm 4.2).
Com a mensagem de condenação do pecado, a igreja deve seguir o exemplo de João Batista: pregar o arrependimento (Mt 3.1,2).
–– Exercer a disciplina

Acã e sua família foram disciplinados (Js 7.19-26). Davi foi disciplinado
por Deus por meio de Natã (2Sm 12.7-11). Paulo recomendou que aquele membro da igreja de Corinto
praticante de incesto fosse disciplinado (1Co 5.2-5). Escrevendo aos gálatas, o apóstolo lembrou que um pouco de fermento leveda toda a massa (1Co 5.7,8; Gl 5.9).
–– Buscar o avivamento
A história já provou que o avivamento é o fogo de Deus que vem sobre a igreja e as famílias. Pecados
são confessados, famílias inteiras se arrependem e a santidade de Deus domina igrejas e famílias. Mas para
que isso aconteça é preciso, tal como Habacuque, clamar a Deus pelo avivamento (Hc 3.1,2).

O papel da família
–– Cultivar a Palavra
A família deve cultivar a leitura da Palavra de Deus de forma individual e coletiva (Sl 119.11). A leitura individual da Bíblia, aliada ao culto familiar, se constituirá em ferrolhos contra a entrada do mundanismo no lar.
–– Não abrigar o pecado no seio familiar
O caso de Acã já foi citado. Mas há outra personagem que foi influenciada pelo mundanismo de sua época: Ló. É impressionante como Ló e sua família hesitaram em deixar Sodoma, uma cidade tão mundana, a ponto de serem arrastados, tirados à força, pelos anjos para que não perecessem (Gn 19.15-17).
–– Ensinar às futuras gerações os valores absolutos da Palavra de Deus
Os pais devem ensinar os valores absolutos da Palavra de Deus aos seus filhos.
Não só porque as novelas tratam o adultério com algo normal que deixou ou deixará de ser pecado. O mesmo acontece em relação ao homossexualismo, roubo etc. A exortação de Paulo aos romanos é relevante para hoje e sempre (Rm 12.1,2)
–– Decidir viver uma vida familiar de serviço exclusivo a Deus
Assim como Josué, a família cristã deve tomar uma decisão clara de serviço
e dedicação única e exclusiva ao Senhor (Js 24.14,15).
–– Estar atenta
Nas guerras antigas, os inimigos se infiltravam através das fendas dos muros. Hoje o mundanismo chega aos nossos lares por meio da música, 17
2ª- feira – Gênesis 19.15-17
Lendo este texto, como a família pode se comparar a Ló em relação ao convívio bem de perto com práticas mundanas?
3ª-feira – Josué 7
No versículo 21, Acã menciona ter ficado com uma bela capa babilônica, trazendo sobre si e o povo as consequências desse ato. Em que sentido o termo “capa babilônica” poderia ser aplicado hoje em relação ao mundanismo?
4ª-feira – 2Samuel 12
Deus perdoa o pecado quando ele é confessado, mas não isenta o pecador das consequências dele.
5ª-feira – 1Coríntios 5.1-5
Como a igreja deve disciplinar os crentes e famílias que abrigam o mundanismo no coração?
6ª-feira – 1Tessalonicenses 4.1-8
Como uma família pode buscar a santidade cristã tendo por base este texto?
Sábado – 2Timóteo 4.2-5
Na sua opinião, a igreja de Cristo tem pregado contra o pecado ou tem sido tolerante para com ele?
Domingo – 1João 2.15-17
Em termos práticos, quando um cristão ou uma família se torna refém da cobiça da carne, dos olhos e da ostentação dos bens?
Questões para discutir em grupo Leitura Bíblica Semanal
1. Em sua opinião, a igreja e as famílias que dela fazem parte estão influenciando o mundo com os princípios da Palavra, ou estão sendo influenciadas pelos princípios de uma sociedade sem Deus?
2. O que tem contribuído para que o mundanismo penetre nos lares e nas igrejas?
3. Como as famílias podem ajudar a igreja na luta contra o mundanismo?
• O que você aprendeu com este
estudo?
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• Que propósito você assumiu em sua vida depois deste estudo?
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das novelas, de revistas, filmes, internet etc. Duas coisas são importantes para que as mensagens mundanas
não tenham efeito sobre o comportamento dos membros da família: espírito crítico e decisão de não permitir
que tais dardos do mundanismo alcancem o lar e atinjam o coração do marido, da esposa e dos filhos.
Conclusão
A luta contra o mundanismo é antiga e continuará até a volta de Cristo (Ap 18.3). Se a igreja e a família
se unirem nessa batalha, o Reino de Deus será engrandecido, Deus se alegrará e o avanço do evangelho se
dará de forma mais rápida, abreviando assim a volta de Cristo. Então, no céu estaremos eternamente livres
de qualquer traço de mundanismo
(Ap 22.15).

Um comentário:

  1. Esta e uma menssagem sempre atual gracas a Deus.Sejam abencoados em nome de Jesus.

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