quarta-feira, 27 de julho de 2016

“O TEMPO NÃO PARA”

Eclesiastes 3.1-22

De fato, o tempo não dá trégua para ninguém.
O tempo é algo preciso, é algo milagroso, é algo que não pode ser desperdiçado.
O tempo é:
 1) Inelástico: não aumenta e nem diminui;
 2) Indispensável: é necessário para que aconteçam todas as demais coisas, e
 3) Irreversível: não volta atrás. O tempo é o mesmo para todos, já a sua administração
é outra coisa. É pessoal e intransferível!
Cada ano que recebemos de presente para vivermos possui:
1) 31.536.000 segundos; 2) 525.600 minutos; 3) 8.760 horas, e 4) 365 dias. Olha quanto tempo
recebemos na virada de cada ano! E só de pensar sobre isso, o tempo vai passando.

1 – Tudo tem o seu tempo determinado.

Deus é a causa incausada, disse o filósofo Aristóteles. O motivo pela qual tudo existe e está fundamentado. Todas as coisas são conhecidas previamente pelo Eterno, estão rigorosamente debaixo do seu controle e há tempo para tudo acontecer. Tudo tem o tempo próprio, a hora adequada, o momento certo, a situação apropriada. Há tempo para plantar e colher (v. 2), há tempo de derrubar e de edificar (v.3), há tempo para ajuntar pedras e espalhar pedras (v. 5), há tempo de guardar e tempo de jogar fora (v.6), e há ainda tempo para muitas outras coisas. “Tudo tem o tempo determinado” refere-se às estações tanto da natureza quanto da vida humana (zeman, isto é, tempo determinado).
É o mesmo termo usado em Neemias 2.6. Seja a natureza ou qualquer outra coisa, todas as coisas
estão dispostas diante de Deus e sob seu Senhorio.
A arte da vida não está em saber disso, porque isso é simples.
A grande questão da nossa vida está em sabermos lidar com o tempo, pois requer de nós sabedoria e
discernimento. Há muitas pessoas que vivem sem regras e sem leis, pois não acreditam na soberania
absoluta do Criador e o Seu relacionamento conosco.
Olhar como os mais vividos fizeram, orar a Deus a fim de encontrar serenidade na alma e buscar orientação em Suas palavras podem nos ajudar a trilhar o nosso caminho na vida, no tocante à administração do tempo.
Receita pronta ninguém tem para saber administrar o tempo com perfeição, pois o mesmo é um fenômeno que passa necessariamente por três exercícios interessantes:
paciência, esperança e fé. O tema do tempo é filosófico, subjetivo, no entanto, ninguém pode correr
dele. Nossos caminhos serão felizes quando desenvolvermos a habilidade de discernir o tempo para
todas as coisas.

2 – O tempo para todo propósito debaixo do céu.

Tempo e propósito não estão numa batalha. Pensar sobre o tempo é pensar também sobre a razão,
o propósito de todas as coisas. A palavra propósito é a tradução da palavra hebraica cheephetz, que
significa desejo, inclinação, desígnios, intenções humanas. À medida que correspondemos ao Criador, descobrindo o propósito para a vida, vamos vivendo bem.
Em Eclesiastes 3.11 vemos que “tudo fez Deus no seu devido tempo”, e acrescenta no versículo 14:
“tudo quanto Deus faz durará eternamente”.
Podemos, então, dizer que Deus fez “tudo” certo e da “melhor” maneira. Nada ficou para ser
feito, melhorado ou acabado.
Precisamos pensar em três princípios para a boa administração do tempo:
1) Alvo: fazer a coisa certa;
2) Prioridades: fazer na hora certa;
3) Planejamento: fazer da maneira correta.
A maneira como tocamos a nossa vida é influenciada pelos nossos alvos. Os alvos que projetamos são influenciados pelas nossas prioridades.
E, para atingirmos isso, devemos ter planejamento. Quando esses princípios estão em dia, podemos vislumbrar caminhos seguros e equilibrados. A orientação divina deve ser o nosso alvo. Nossas prioridades serão influenciadas com isso. O nosso planejamento não irá faltar, pois nossa fé não é burra.
O tempo que temos usado com propósito nos ensina a sermos prudentes (Ef 5.15), a saber aproveitar as oportunidades (Ef 5.16) e a administrar bem o próprio tempo (Sl 90.12).

3 – O tempo de todas as coisas.

1. Tempo de nascer e de morrer –
É comum ouvirmos nas mais diversas doutrinas religiosas que o dia do nascimento e da morte de uma
pessoa já está determinados. Salomão, que depositava no Criador a sua forma de enxergar todas as
coisas, entende que a vida humana está guardada em Deus. Ainda sobre nascer e morrer, temos a realidade do plantio: “tempo de plantar e tempo de arrancar o que plantou”.
Na agricultura, obedecer as estações estabelecidas pelo Criador é de vital importância para um bom
plantio. Todas as coisas acontecem e Deus previamente conhece. A vontade do Eterno sempre acontece! Nascer e morrer, bem como, plantar e arrancar são experiências determinadas por Ele.
2. Tempo de matar e tempo de curar – Todos nós sabemos que as nossas guerras político-religiosas
e de outras naturezas preservam esse tempo de matar por toda a parte, mas a realidade do tempo
de curar não pode ser ignorada. Os judeus acreditavam muito na cura divina, sem o uso de medicamentos, a cura pela cura, tendo Deus como a causa. Temos também aqui o tempo de derribar e o tempo de edificar. Podemos fazer um paralelo: há várias construções e edificações (curar), mas também o tempo de destruir e derribar (matar).
Construir e destruir são marcas da humanidade decaída pelo pecado!
3. Tempo de chorar e tempo de rir – Chorar pelas calamidades, tristezas, enfermidades e decepções
fazem parte da vida, uma vez que são consequências inevitáveis do pecado. Todavia, rir faz parte
dos planos divinos para a nossa vida. Quantas e quantas vezes sorrimos e até choramos de alegria?
Aqui também temos o tempo de prantear e tempo de saltar de alegria.
Nossa vida é ciclo após ciclo repleta dessas experiências!
4. Tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras – Em toda construção é preciso espalhar
pedras de um terreno pedregoso e apenas usar as realmente adequadas ao empreendimento. Não dá
para construir uma vida com qualquer pedra, precisamos selecionar as mais firmes, para não tombarmos diante dos ventos e tempestades.
O sábio também percebeu na vida o tempo de abraçar e o tempo de se afastar do abraço, isto é,
de construir relacionamentos e de romper com os mesmos.

5. Tempo de buscar e tempo de perder – Aqui o sentido é puramente material, ou seja, ganhar
ou perder vantagens, aproveitar ou não as oportunidades, perder ou ganhar riquezas. Aqui temos
também o tempo de guardar e o tempo de lançar fora. Esses são os períodos que vivemos em nossa
vida: ora aproveitar o que conquistamos, ora perder aquilo que suamos para conseguir. Eis as
contradições do tempo!
6. Tempo de rasgar e tempo de remendar – Os termos aqui são familiares à prática da costura, no
entanto, se aplica a tudo o que na vida podemos começar, por algumas razões parar, mas novamente
recomeçar. Nossa vida é repleta deste ciclo. Mas também temos o tempo de falar e o tempo de ficar
calado. Precisamos desenvolver o equilíbrio entre o momento em que se deve falar, sem nos esquecer do momento que é melhor o silêncio.
7. Tempo de amar e tempo de odiar – É impossível não vivermos o tempo de amar, sobretudo, amar
os nossos familiares, os que nos fazem muito bem e estão conosco para o que der e vier. Infelizmente,
também vivemos a experiência do aborrecimento, da briga, do ódio, de vivermos dias de lutas. Esse
ódio é a causa do tempo de guerra, enquanto o amor é a causa do tempo de paz. A vida é feita de ciclos de amor, mas também de aborrecimentos.
Que nunca nos falte o amor e a paz!

Para pensar e agir:

1 – Como está o seu tempo? O tempo é uma medida que não muda. É igual a todos. O que muda
não é o tempo, mas o uso que fazemos dele, a forma como o compreendemos, a ideia que temos dele.
Nós somos os únicos responsáveis pelo nosso tempo.
2 – Como você tem tratado o seu tempo? Tempo é dádiva. É milagre. É oportunidade. É trabalho. Para vivermos bem, não podem faltar: planejamento, alvo e prioridade, buscando sempre em todas essas coisas a orientação do alto. Olhando a vida dos nossos pais na fé, homens fracos e falhos, mas dependentes e experientes, homens e mulheres de batalha e de fé!
3 – Seu tempo hoje é sinônimo de felicidade, apesar das lutas? O tempo que temos precisa ser tratado
com sabedoria, investindo o máximo possível em construções eternas, onde podemos reclinar a
nossa cabeça no travesseiro da felicidade!

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