sexta-feira, 16 de setembro de 2011

UM CORPO SEDUZIDO PELAS INFLUÊNCIAS EXTERNAS

UM CORPO NÃO SEDUZIDO PELAS INFLUÊNCIAS EXTERNAS
TEXTO BÍBLICO: Gálatas 1.6-11

Introdução

É difícil ser igreja nos dias atuais. Alguns podem discordar dessa afirmação, mas se olharmos à nossa volta e pensarmos sob o ponto de vista dos “não crentes” vamos acabar refletindo e até mesmo concordando com eles em algumas coisas. Como convidar alguém para participar de um culto em nossas igrejas, na expectativa de que o visitante que ainda não conhece o evangelho possa ouvir a mensagem e entendê-la como mensagem de Deus? Como aconselhar alguém com as verdades bíblicas, se vemos e ouvimos todos os dias sobre pessoas ligadas ao evangelho fazendo coisas horríveis? Como igreja, como combater os pensamentos mundanos, secularizados sobre a conduta, a fé, a moral e a vida como um todo, se dentro dos nossos “espaços” religiosos o mundanismo vem crescendo? Temos percebido que as igrejas têm sido seduzidas não pela Palavra, mas por palavras.

I- A sedução do relativismo existencial
Em Colossenses 2.6-8 o apóstolo Paulo orienta que os santos de Deus, separados do pecado e do mundo para a vida na graça, devem viver em conformidade com aquele que os resgatou, sendo firmados na fé, edificados em amor e cautelosos quanto às influências externas.
Sempre houve opiniões divergentes sobre o que é a vida e o que ela vale. O culto ao prazer não é coisa da modernidade, mas nos últimos tempos essa ideia tem sido amplamente divulgada. Ninguém quer sofrer nada. Ninguém pode passar por nenhum aperto, por nenhuma enfermidade, nenhuma dificuldade. A vida tem que ser sempre de vitórias, de alegrias e prazer incontáveis. Quando alguém diz que é preciso fazer algum sacrifício pelo outro, esse alguém é quase execrado. E o sacrifício pelo evangelho, esse nem pensar! Queremos cultuar em santuários lindos, agradáveis, confortáveis, com uma boa música, uma programação vasta, variada, que atenda às expectativas de todos, mas sem que nos custe qualquer coisa (2Sm 24.24). Temos nos tornado cristãos das festividades, dos encontros sociais, dos espetáculos da fé, mas sem a essência da vida. Estamos preocupados com assemelhar a nossa imagem à imagem dos bem-sucedidos da sociedade, só com o diferencial da fé que dizemos abraçar (Lc 12.20).
Há também aqueles que “passam pela vida em brancas nuvens”. Não conseguem pensar além da sua casa, da sua família e da sua igreja. Confundem a rotina da vida com a própria vida (Lc 10.40). Estes são disciplinados, boas pessoas, honestas, trabalhadoras, mas não deixam o evangelho dar sentido à vida, abrir os olhos da alma. A vida é mais que prazer, é mais que dever (rotina), é o carinhoso sopro do Criador compartilhando a sua vida conosco (Gn 2.7).

II- A sedução do relativismo moral
A integridade moral e espiritual é resultado da graça de Cristo pela mensagem do evangelho (1Co 1.18-21), poder de Deus.
Lutero ensinou certa vez que fora de Cristo o nosso Deus é um fogo que consome; reage a tudo que é contrário à sua santidade, não tolerando perversidade religiosa nem corrupção moral ( Rm 1.16-32).
Numa ocasião, ouvi uma entrevista com uma conhecida figura do mundo artístico brasileiro. O entrevistador perguntou-lhe sobre o que ela pensava da sociedade e ela respondeu que não se importava com a opinião desta, porque não era verdadeira nas suas palavras, que vivia mudando de opinião a respeito das coisas. Completou ela: – Falo os mesmos palavrões que falava antigamente. Antes me consideravam uma pessoa desprezível; hoje dizem que sou patrimônio cultural.
Essa pessoa aprendeu que não se pode ter a vida moldada pela moral estabelecida pela sociedade que, a cada época defende uma moralidade. Cada um faz o que acha certo, não aceitando regras ou leis. Cada um diz ter o seu conceito de verdade, honestidade, ética. Tudo é permitido, tudo é lícito e, se é lícito, posso fazer o que quiser sem dar satisfação a quem quer que seja; pode ser pai, mãe, família, igreja, estado, etc.; esquecendo-se que, mais do que dar satisfação, “cada um dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.12) da vida que dele mesmo recebeu.
Muitos estão nas nossas igrejas e afirmam que, se fomos salvos e não perdemos a salvação, dá para fazer o que bem quiser, sem que nada aconteça. Que a carne (corpo) é má, foi feita para ser “maltratada e vai ser destruída”, então podem beber, drogar-se, relacionar-se sexualmente antes do casamento, adulterar, prostituir-se, abortar ou fazer qualquer outra coisa contra essa “maldita carne”, pois o que interessa a Deus é o espírito e eles defendem que estão bem com Deus, esquecendo-se do que a Bíblia diz (1Co 6.20, 7.23; 3.16).
O cuidado com o falar, com o trato, com a honestidade nos relacionamentos são vistos como coisas do passado, e como tais devem ser descartadas, mas a Palavra imutável de Deus nos alerta (Mc 10.19; Tt 2.10; Lc 3.14).
Há também os que querem adaptar o evangelho ao momento social, substituindo as verdades absolutas pelas necessidades contemporâneas. Essa mentalidade tem levado muitos à destruição e nossas igrejas têm sido fortemente contaminadas por ela. Mais uma vez a Bíblia nos adverte contra tais atitudes (2Co 4.2).


III- A sedução do relativismo da fé
A admoestação bíblica é pelo equilíbrio da fé e sua centralidade na Palavra, para desviar-se dos equívocos, dos exageros e dos “doutores conforme as suas próprias concupiscências”, sendo prudente, pagando o preço pelo evangelho e cumprindo a sua missão de agente da graça em um mundo de tantas oscilações (2Tm 4.1-4).
Nos últimos tempos, observamos o renascimento do sentimento religioso. Há uma avalanche de “fé”. As igrejas concorrem com os bares e “botequins”: em cada esquina há sempre uma. Pode até parecer algo pejorativo, mas todos têm presenciado esse fenômeno: igrejas que surgem da noite para o dia, mudam de lugar, mudam de nome, mudam a liturgia, tudo fazem para atrair um número cada vez maior de adeptos. Por isso muitos afirmam: o importante é ter fé, não importa fé em quê e o tipo de fé: fé crença (Tg 2.19).
A essência do evangelho que víamos permanecer em determinadas denominações tem desvanecido. Alguns estão enveredando-se pela sedução do crescimento fácil, pela pregação de um evangelho que não preceitua mudança nem compromisso e pela imitação da postura de “igreja-empresa” e de “profissionais da fé”. Parece-nos que o alerta que o apóstolo Paulo nos deu não vem sendo observado (Gl 1.8,9).
Muitas igrejas, que ninguém conhece suas origens históricas, até começam pela Bíblia, para enganar as pessoas carentes da Palavra de Deus, mas logo depois abandonam a Palavra e seguem palavras, ideias e posturas de líderes que, mesmo parecendo pastores, no íntimo, são lobos devoradores (Mt 7.15).
Por essas e outras atitudes é que muitas pessoas têm erradamente abandonado a filiação a uma igreja local, e andam “batendo de porta em porta”(Hb 10.25).
É preciso também estar alerta a uma nova moda que diz que o importante para a vida é ter uma ou várias experiências místicas. Tais pessoas se julgam num estado de paz interior e dizem que esse estado já é o céu – um estado de espírito, não um lugar; muito diferente do que a Bíblia nos diz (Mt 25.41). Vivem em busca de emoções espirituais e só.
Outra tendência é a do “culto em casa” para os acomodados da fé ou para os revoltados com a igreja. Agora, com a moda das igrejas televisivas, as pessoas escolhem o culto programado que mais lhes agrada, assistem no horário que bem desejarem, não precisam sair de casa, gastar dinheiro com transporte, se cansar, sustentar aquele ministério, ter normas a seguir etc. Só isso já dá sentido à vida. É uma fé que se basta. Os que assim agem, esquecem-se que culto é serviço prestado a Deus (Ap 2.19), é comunhão com a igreja local (At 11.26; 14.27; Hb 2.12) e treinamento para viver na eternidade (Ap 7.9,10).
Ter fé em Deus é imprescindível para a vida. Acreditar e investir na fé são privilégios divinos.

Para pensar e agir
• Os tempos são difíceis, mas precisamos lutar contra “os descartáveis” d

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