segunda-feira, 22 de agosto de 2011


O homem não regenerado

O Senhor Jesus afirmou que qualquer pessoa não regenerada que só tenha nascido uma vez (ou seja, nascida só de homem) é carne e por conseguinte vive no mundo da carne. Quando não éramos ainda regenerados, vivíamos «nas paixões de nossa carne, seguindo os desejos do corpo e da mente, e fomos por natureza filhos da ira, como o resto da humanidade», porque «não são os filhos da carne que são filhos de Deus» (Ef. 2:3; Rm. 9:8). Um homem cuja alma pode ceder às paixões do corpo e cometer muitos pecados indescritíveis pode estar tão morto para Deus (Ef.2:1) — «mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne» (Cl. 2:13) — que pode não ter consciência de sua pecaminosidade. Ao contrário, pode inclusive estar orgulhoso, considerando-se melhor que outros. Falando francamente, «enquanto vivíamos na carne, nossas paixões pecaminosas, despertadas pela lei, trabalhavam em nossos membros para gerar fruto para morte» pela simples razão de que fomos «carnais, ligados ao pecado». Por isso com nossa carne «servíamos à lei do pecado» (Rm. 7:5,14, 25).
Embora a carne seja extremamente forte pecando e seguindo o desejo egoísta, é extremamente fraca em relação à vontade de Deus. O homem não regenerado é incapaz de cumprir a vontade de Deus, sendo «debilitado pela carne». E a carne é «hostil a Deus; não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser» (Rm. 8:3, 7).
Entretanto, isto não quer dizer que a carne é alheia por completo às coisas de Deus. Ocasionalmente os carnais fazem todo o esforço possível para observar a lei. Além disso, a Bíblia nunca fala dos carnais como sinônimos de infratores da lei. Simplesmente determina que «pelas obras da lei nenhuma carne será justificada» (Gl. 2:16). É obvio que para os carnais o não observar a lei não é nada insólito. Simplesmente prova que são da carne. Mas agora que Deus decretou que o homem não será justificado pelas obras da lei mas sim pela fé no Senhor Jesus (Rm. 3:28), os que tentam seguir a lei só revelam sua desobediência a Deus, procurando estabelecer sua própria justiça em lugar da justiça de Deus (Rm. 10:3). Além disso, isto revela que pertencem à carne. Para resumir, «os que estão na carne não podem agradar a Deus» (Rm. 8:8), e este «não podem» sela o destino dos carnais.
Deus considera a carne totalmente corrompida. Está tão estreitamente ligada com as paixões, que a Bíblia freqüentemente se refere às paixões da carne» (2:18). Embora Seu poder seja grande, mesmo assim Deus não pode transformar a natureza da carne em algo que lhe agrade. O próprio Deus afirma: «Meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne» (Gn. 6:3).
A corrupção da carne é tal que inclusive o Espírito Santo de Deus não pode, por muito que lute contra a carne, conseguir que deixe de ser carnal. O que nasce da carne é carne. Desgraçadamente, o homem não compreende a Palavra de Deus e por isso tenta continuamente melhorar e reformar sua carne. Entretanto, a Palavra de Deus permanece para sempre. Por causa da tremenda corrupção da carne, Deus adverte seus santos que odeiem «inclusive a túnica manchada pela carne» (Jd. 23).
Como Deus sabe avaliar a autêntica condição da carne, declara que é imutável. Qualquer pessoa que tenta melhorá-la com atos de humilhação pessoal ou tratamento severo ao corpo fracassará por completo. Deus reconhece a impossibilidade de que a carne seja trocada ou melhorada. Por isso, ao salvar ao mundo não tenta modificar a carne do homem. Em lugar disso dá ao homem uma vida nova para ajudá-lo a dar morte à carne. A carne tem que morrer. Esta é a salvação.

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