quarta-feira, 9 de março de 2011

A maldição sem causa não se cumpre - Continuação testemunho

         Felizmente, para o bem da minha sanidade mental, somente fui chamado de volta à Catedral da Dor umas poucas vezes. Tratava-se de um lugar real, um templo astral ou um local de encontro criado pelos satanistas. Era como se alguma coisa, de uma tecnologia alienígena, tivesse sido inserida ao meu lado frontal.
Uma parte do metadu ser estava temerosa, e outra parte, excitada. Teria sido admitido no misterioso e augusto corpo dos Illuminatti? Se fora, o que isso significa para a minha busca de conhecimento e de poder do Ocultismo?
       Orion me chamou para ficar a sós comigo num quarto à parte, levantou as mãos e as agitou à moda daqueles antigos pregadores negros avivalistas, e disse: - Ouvi dizer que você viu a Luz! Para o meu espanto, sacou de dentro do seu bolso um papel, ou melhor, um pergaminho, que declarava ser eu um membro de primeiro grau dos Illuminatti. Explicou-me que iria mantê-o consigo até que eu atingisse níveis mais elevados e provasse, assim, dígno de ficar o papel. com a assinatura do mestre

O "Bode sem Chifre"
Explicou-me Orion que essa nova promoção por parte das altas patentes dava-me condições de copiar e
estudar mais páginas dos livros sinistros de Satanás e que teríamos de ter rituais de sangue com maior frequência. Você tem que se preparar para o Maior de Todos - Referia-me ao sacrifício chamado entre os praticantes do ocultismo, de le cabrit sans cornu - Em Francês, "O Bode sem Chifres", ou seja, um ser humano. Embora isso fosse um elemento do satanismo e do vodu que eu sempre tivesse procurado desconsiderar em minha mente, sabia ser uma terrível realidade. As assombrosas experiências por que passara naquela apavorante "catedral", porem, haviam-me marcado de um modo tremendo, como eu jamais poderia ter imaginado. Um sentimento abrasador, em que em mim nunca houve sentimento, brotou, então, dentro de mim. Meu interior foi quase todo tomado por uma excitação entre a perspectiva de dar uma vida humana em culto a satanás.
       Orion pôde ver, evidentemente, algo em meus olhos, pois sorriu tal como um gato que acaba de engolir um passarinho. Sentou-se ao meu lado do sofá. - Não se preocupe, meu irmaozinho, vamos iniciá-lo nisso com maiar facilidade! - Prometeu. - Não se preocupe. Muitos irmãos ficam nervosos na sua primeira vez. É mais ou menos como fazer sexo; a primeira vez é a mais complicada. Mas temos nossos métodos.
       - É necessário que você tenha uma candidato para a oblação que seja mais que disposto, quem sabe uma pessoa jovem, mas que tenha idade suficiênte, ou esteja dopada, a ponto de não gritar muito, que se ofereça de bom grado como uma dádiva ao mestre. Desse jeito, fica mais fácil. A pessoa se dá morrendo, Irmaozinho. Você não vê a hora de fincar o punhal no coração dela! - É como se dizem: a morte é a última viagem. É por isso que as pessoas evitam até o último momento!
      Fiquei conturbadamente incitado com as imagens que esse monólogo absurdo fez surgir em minha mente. Minha boca estava um tanto estranha, com que querendo alguma coisa - mas o que? Senti um gosto metálico na boca, como se tivesse acabado de tomar uma dose de LSD. Morte?
       Você viu esse cara que eu trouxe comigo? Meneci a cabeça em sinal de assentimento. - Seu nome não é importante agora. Esse sujeito é um mehum isto é, um simples ser humano que me procurou em Chicago. Ele quer dar um jeito na sua ex-mulher. Pagou-me em "dinheiro vivo" para fazer um trabalho psíquico contra ela. Parece que ela está lhe causando muitos problemas; tem a custódia dos filhos, mas é um tanto desiquilibrada.
      - Disse-me que daria a sua alma ao mestre se conseguíssemos uma maldadezinha feita à distancia. Entende o que eu quero dizer? - Sim. E qual é o meu papel, nesse caso? Vamos ter que fazer um ritual bem caprichado de destruição, incluindo o sacrifício de animal. Então quando a "ex" apagar, você terá parte do seu crédito. Todo mundo que você matar a serviço de satanás torna-se um sacrifício para o mestre. Não importa se for um esquartejamento num belo acidente de carro a 150 Km de distância daqui, ou alguém levado amarrado a um altar, se retorcendo todo, com um punhal apontado no pescoça. Torna-se carne morta e passa a pertencer ao mestre para sempre. E eu vou permitir que você tenha parte da recompensa!
      Num certo sentido, era verdade. Eu tinha me envolvido com "guerras"de magia, muito frequentes entre os feiticeiros da nossa região. Até mesmo os bruxos da linha "branca", como os da Wicca, crêem que têm o direito de se defender por meio da magia, quando atacados. Há uma doutrina bem difundida entre os participantes da Wicca, conhecida como Lei da Triplice Retorno. Como feiticeiro, a pessoa tem o direito ( até dever) de retornar de modo triplicado qualquer bem ou mal que lhe tenha sido feito. É a sua forma particular de concepção da doutrina do carma.
        Antes de eu ter conhecido a minha esposa, havia uma moça que estava treinando para sacerdotisa da Wicca. Tinha conseguido para ela algumas jóias de bruxaria, comprada, numa livraria ocultista de Milwaukee. Era um bem adornado colar, um anel e uma pulseira, toda de prata. Seria suas bigghes, ou "jóia oficial" da bruxaria, como se fosse a "jóia da coroa" do grupo de bruxaria local. Não era nada de muito caro ou requintado, mas tinha para mim um grande significado espiritual. Aquela jóia tinha sido consagrada num circulo de Deusa da Wicca, segundo as tradições.

 Apostasia?
Orion me pediu-nos que o deixássemos usar nossa capela de missa gnóstica e thelêmica, para o ritual de maldição. Sharon concordou, com alguma insistência, mas com certa relutãncia. No entanto, decidiu não participar do ritual. Fui conhecer o nosso "cliente" enquando Orion preparava o lugar do ritual. Sentei-me ao lado do sujeito, ele parecia está sob uma forte tensão, fumando um cigarro após outro. Tratava-se de um sujeito gentil. Sua aparência física fazia-me lembrar de algum artista de ópera italiana. O que ficou  claro é que tinha filhos do seu primeiro casamento e que a ex-mulher tinha a custódia deles eos ensinava a odiar o pai. Andy ( não esse seu verdadeiro nome) me disse, quase com lágrimas nos olhos, que já tinha feito de tudo, mediante todos os meios legais, para obter a guarda dos filhos, mas a mulher continuava detento esse direito. Ele tinha se casado de novo, era feliz com sua nova esposa, mas o fato de poder ver os seus filhos apenas por algumas horas a cada duas semanas estava acabando com ele. ´Tinha até mesmo considerado a possibilidade de contratar uma gangue e pagar aos bandidos para acabar com ela, mas teve medo dos riscos e possíveis consequências. Então, um dia entrando em uma livraria do ocultismo, no centro de Chicago, ouviu falar sobre um certo Orion, que tinha a habilidade de amaldiçoar pessoas até a morte. Aquilo lhe pareceu ser o modo mais seguro de resolver o sseu problema de voltar a ter a passe das crianças, sem nunca ser descoberto.
       Ele era filho de um Pastor Adventista do Sétimo Dia! Sem dúvida, se considerava um cristão. Sabia que o que estava por fazer seria considerado uma apostasia de sua fé, mas, para ele, não havia alternativa. Segundo alegava, havia se decepcionado com sua igreja por causa do legalismo e por causa da hipocrisia que havia( foi esta a expressão que usou). Se eu, na época, conhecesse melhor aquela igreja, teria percebido que ele não era um Adventista que levasse a sua fé a sério, pois fumar é algo totalmente proibido aos Advertistas. Senti pena dele. Perguntei quanto ele tinha pago a Orion pelos "nossos serviços", Ele disse que tinha sido 500 dolares. Surpreso, pensei comigo: "Nada mau para uma hora de trabalho num ritual.
      Mesmo não me sentindo totalmente a vontade, preparei Andy para a cerimônia em que ele fazia um pacto, depois da qual participaria do ritual da destruição. Uma parte do meu ser entrestecia-se por causa desse trágico homem e seu desespero por ter seus filhos de volta, sujeitando-se a um processo pelo qual, achava eu, conforme sua própria crença, iria lhe custar uma grande dor por toda a Eternidade. Ele não acreditava. como nós, que o inferno fosse um lugar de gloriosas orgias e rolar drogas. Para ele, certamente, o inferno era um lugar de tornmento.
O Ritual de Destruição
A cerimônia do pacto transcorreu, como sempre, sem nenhuma manifestação extraordinária. Em seguida, passamos diretamente para o ritual de amaldiçoamento. Andy tinha trazido uma foto da sua ex-esposa, e dela Orion havia feito uma boneca de barro. Tinha também conseguido alguns fios de cabelo da infeliz, retirados de uma velha escova. Essas duas coisas formavam o que o ocultismo chamam de "objeto de ligação".
       Orion pegou os fios de cabelos trazido por Andy e os prendeu na cabeça da boneca, enquanto cantava, em voz baixa, em "Enoquiano". O Enoquiano é uma lingua mágica do satanismo, sendo o Latim sua linguagem cerimônial.  Os verdadeiros praticante da magia sabem que o Enoquiano tem de ser falado de trás para a frente, para produzir o seu maior efeito. Isso é muito difícil de ser feito sem a assistência de um demônio. Eu tinha demônios que me davam condições de falar em várias linguas diferentes( Grego, Hebraico, Alemão, e latim), linguas que eu desconhecia, (exceto algumas reminiscência do Latim escolar). Eles também me capacitavam a falar ou cantar de trás para frente, tanto em Inglês como em Enoquiano, com bem pouco dificuldade.
       Então Orion começou a purificar a câmara do ritual, fazendo o sino soar nove vezes, borrifando os quatro quadrantes com "agua benta" de um borrifador cheio de urina, traçando pentagramas invertidos. invocou a presença e o poder de lúcifer para testemunhar a cerimônia. Sentir o poder de ferra dentro de mim aquecendo-se com um fogo negro. De uma caixa num dos cantos da câmara. Orion retirou um porquinho-da-india que ele tinha comprado numa loja de animais em Chicago. Consagrou então o bichinho a lúcifer e em seguida cortou sua garganta. Enquanto os jatos de sangue saíam do animalzinho, ele batizou a boneca com sangue, conforme o ritual de batismo católico romano, dando a ela o nome da ex-mulher de Andy. A foto dela estava fixada sobre a face de barro da boneca.
       Orion tinha instruido Andy a ficar irado quanto pudesse, lançando toda a sua ira e todo o seu ódio contra a sua ex-esposa. Nós estávamos alí para reforçar o poder do seu ódio, mas, uma vez que ele conhecia melhor, era ele quem poderia externar melhor todo o seu ódia naquela hora. Enquanto fazíamos reza enoquiana para abrir toda desolação e destruição, Andy pôs para fora toda a sua raiva e frustação que os anos passado tinham trazido à sua vida. Sentir então, que toda aquela ira se erigia em meu interior como se fosse um pequeno punhal apontado para a cabeça daquela boneca manchada de sangue que estava sobre o altar. O calor foi aumentando naquela câmara que vi gotas de suor  recorrerem em meu corpo e ensoparem o meu manto. Minha mente havia se tornado uma máquina de malignidade. Era como se um aço em brasa, derretido, fluísse pelas minhas veias, chegando até minhas mãos. Uma parte de mim estava amedrontada pelo que estava acontecendo, mas era uma parte bem pequena e que ficava cada vez menor. Todo o resto do meu ser estava excitado diante do poder de uma raiva frenética! Eu estava me tornando a "monstruosa máquina de aniquilação", e isso me dava um prazer! Meus dedos fecharam-se sobre a invisível garganta daquela mulher e, com um incrível poder, esmaguei sua traquéia como se fosse o talo de uma flor! Eu podia ouvir minha respiração ofegante, com uma fúria que crescia num delírio cada vez maior.
       Orion soltou, então, um grito agudo, cheio de ódio. Deviam ser os demônios, pois acho que ele não tinha por si mesmo, como fazer isso.  Atravessou a boneca de barro com a ponta da sua espada mágica e a ergueu diante do gigantesco símbolo de Baphomet colocado acima do altar, que contemplava tudo o que se passava. Proclamou, então em alta voz a maldição, junto com Andy ( que repetia com ele as palavras do ritual, conforme o livro). Orion num ato infernal derrubou então a boneca de barro sobre o altar rugindo e grunhindo, pedindo a Andy prosseguiu externando sua ira e frustação sobre a boneca. Pegou o punhal que estava sobre o altar e golpeou, cheio de maldade e com toda a ira e frustação, a  cabeça e o corpo da bonequinha, chorando com muita revolta, como se estivesse fora de si. Por fim, o que restou dela parecia mais um hamburguer de barro do que uma forma humana. Andy parou, então, quase sem forças, totalmente exausto.
      -  Shemhamforasch!  - berrou Orion ( repetinmos)
Esta palavra é tida como sendo de grande poder no satanismo. Dizem que é a palavra pro meio da qual o Senhor criou os céus e a terra, e satanás a roubou.
       Naquela noite, Orion e sua comitiva foram embora, certos de que a ex-esposa de Andy morreria em breve, e de um modo bem terrível!
       O interessante é que durante todo o ano que se seguiu não houve evidência alguma de que a maldição tivesse tido sucesso; a pior coisa que aconteceu com a mulher foi um resfriado. Aparentemente, era o primeiro fracasso de Orion (e num grau menor, meu também). Fizemos ainda vários rituais, mas a ex-mulher de Andy demonstrou ser inatingível!
       Foi nessa época que comecei a ter uma premonição de que havia poderes que ultrapassavam o poder de lúcifer. Apenas nãoconseguia imaginar que poderes seriam esses.

Notas
Naquela ocasião, eu ainda não sabia que os adventistas não acreditam num inferno eterno, mas na aniquilação total dos maus. Neste, e em diversos outros pontos importantes, carecem de uma base bíblica doutrinária. Todavia, pessoalmente, não os considero uma base bíblica doutrinária. Todavia. Pessoalmente, nãoconsidero uma seita, no mesmo sentido dos mórmons ou das testemunhas de Jeová. Muitos adventistas que conheçi parece-me novas criaturas em Cristo, apesar de se encontrarem presos ao seu estranho sistema legalista, que é quase um judaísmo.

Livro: lúcifer destronado - Confissões de um ex-satanista. Cap. 12
William & Sharon Schnoebellen

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