JESUS CRISTO NOS QUATROS EVANGELHOS
O exemplo acima
serve para ilustrar o que temos nos quatro evangelhos.
Em Mateus,
Cristo é apresentado como Filho de Davi, o Rei dos Judeus,
e tudo em sua narrativa é centrado nesta verdade. Isto explica porque o primeiro Evangelho começa descrevendo a realeza da
genealogia de Cristo, e porque no segundo capítulo é mencionada a vinda dos
magos do oriente perguntando: Onde está aquele
que é nascido rei dos Judeus? (Mateus 2:1), como também nos capítulos 5 até aos
7, temos o Sermão da Montanha, que na verdade, se trata de um manifesto real,
contendo a enunciação das leis do Seu Reino.
Em Marcos,
Cristo é retratado como Servo de Jeová, como um que, sendo em forma de
Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, tomando a forma de servo,
fazendo-se semelhante aos homens. Tudo neste segundo evangelho contribui para
este tema central e tudo o que não condiz com este tema é excluído. Isto
explica a razão de não termos o relato de nenhuma genealogia neste evangelho e
porque Cristo já é introduzido no início do seu ministério público (nada nos é
dito a respeito de sua vida anterior), e porque há mais milagres (obras de
serviço) detalhados aqui do que em outro evangelho.
Em Lucas, Cristo
é declarado Filho do Homem, estando ligado, porém contrastado
com os filhos dos homens. Tudo em sua narrativa serve para ilustrar isto.
Isto explica porque o
terceiro evangelho traça a Sua genealogia de volta a Adão, o primeiro homem (ao invés de Abraão, como em
Mateus), porque como homem perfeito Ele
é visto freqüentemente em oração, e porque os anjos são vistos ministrando para
Ele, ao invés de serem comandados por Ele, como visto em Mateus.
Em João,
Cristo é revelado como Filho de Deus, e tudo neste
quarto evangelho tem a finalidade de ilustrar e demonstrar este relacionamento
divino. Isto explica porque na abertura do
primeiro versículo nós somos levados de volta a um ponto antes do tempo se
iniciar, onde Cristo é retratado como o Verbo “no Princípio”, com Deus e Ele
mesmo sendo expressamente declarado ser Deus.
Porque nós temos aqui muitos dos seus títulos, como: O Unigênito do Pai, O
Cordeiro de Deus, A Luz do Mundo etc.; Porque nos é dito que a oração deve ser
feita em seu nome (João 14:13-14); Porque o Espírito Santo seria enviado pelo
Filho tanto quanto pelo Pai (João 14:26, 16:7).
É extraordinário
notar que as quatro apresentações de Cristo nos evangelhos foram indicadas de
maneira muito específica através do Velho Testamento.
Em Jeremias 23:5
Lemos: Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo
justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a
justiça na terra. Este verso cai como uma luva no Evangelho de Mateus.
Em Zacarias 3:8
Lemos: Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se
assentam diante de ti, porque são homens portentosos; eis que eu farei vir o
meu servo, o RENOVO. Este verso poderia ser o título do segundo Evangelho.
Em Zacarias 6:12
Lemos: E fala-lhe, dizendo:Assim diz o SENHOR dos Exércitos:Eis aqui o homem
cujo nome é RENOVO; ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do SENHOR.
Quão apropriadamente este verso se encaixa com a descrição de Lucas.
Em Isaías 4:2
Lemos: Naquele dia o renovo do SENHOR será cheio de beleza e de glória; e o
fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel.
Compare este
versículo com João 1:14: E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a
sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Em Êxodo 26:31 e 32
o Véu, composto de quatro cores e sustentado sobre quatro colunas: Depois farás
um véu de azul, e púrpura, e carmesim, e de linho fino torcido; com querubins
de obra prima se fará. E colocá-lo-ás sobre quatro colunas de madeira de
acácia, cobertas de ouro; seus colchetes serão de ouro, sobre quatro bases de
prata.
Em Hebreus
10:19 e 20 Lemos: Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo
sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto
é, pela sua carne,
Os quatro pilares
de madeira recoberta de ouro representam a humanidade e divindade de Cristo,
que são perfeitamente retratadas nos Evangelhos.
João 1:14: E o
Verbo se fez carne, e habitou (Tabernaculou) entre nós, e vimos a sua glória,
como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. Compare
Ezequiel 10:9 a 14 – com Apocalipse 4:6-9
Ezequiel 10:9 a 14: Então olhei, e eis quatro rodas junto aos
querubins, uma roda junto a um querubim, e outra roda junto a outro querubim; e
o aspecto das rodas era como a cor da pedra de berilo. E, quanto ao seu
aspecto, as quatro tinham uma mesma semelhança; como se estivesse uma roda no
meio de outra roda. Andando estes, andavam para os quatro lados deles; não se
viravam quando andavam, mas para o lugar para onde olhava a cabeça, para esse
seguiam; não se viravam quando andavam. E todo o seu corpo, as suas costas, as
suas mãos, as suas asas e as rodas, as rodas que os quatro tinham, estavam
cheias de olhos ao redor. E, quanto às rodas, ouvindo eu, se lhes gritava:Roda!
E cada um tinha quatro rostos; o rosto do primeiro era rosto de querubim, e o
rosto do segundo, rosto de homem, e do terceiro era rosto de leão, e do quarto,
rosto de águia.
Apocalipse 4:6-9: E
havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no
meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante
e por detrás. E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal
semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o
quarto animal era semelhante a uma águia voando. E os quatro animais tinham,
cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de
olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo:Santo, Santo, Santo, é
o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir. E, quando os
animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre
o trono, ao que vive para todo o sempre.
Os quatro animais
descritos em apocalipse (ou querubins) juntamente com a passagem de Ezequiel,
nos descrevem o caráter de Cristo retratado nos quatro Evangelhos. Leão,
Bezerro, Rosto como de Homem e Águia.
1. Leão – Rei dos
animais – é ideal para retratar a realeza de Cristo, assim como o Evangelho de
Mateus, Filho de Davi, Rei dos Judeus – Cristo é chamado de o Leão da Tribo de
Judá, a Raiz de Davi (Apoc. 5:5).
2. Bezerro ou Boi
Jovem - Este animal representa muito adequadamente a Cristo, assim como Ele é
representado no segundo Evangelho. Pois o boi era o principal animal utilizado,
pela nação de Israel, no serviço. Assim Cristo se fez servo de Jeová em nosso
favor.
3. Rosto de Homem –
Este animal corresponde ao terceiro Evangelho onde a humanidade de Cristo está
em evidência.
4. Águia Voando –
Quão significativo é isto! Os primeiros animais, Leão, Bezerro, Rosto de homem,
todos pertencem a terra, assim como os três primeiros evangelhos enfatizam a
Cristo no seu relacionamento terreno, mas este quarto querubim, está acima da
terra e contemplando os céus. A Águia é um pássaro que se eleva ao ponto mais
alto, simbolizando assim o caráter de Cristo descrito no Evangelho de João,
como Filho de Deus.
Assim também
podemos contemplar a sabedoria de Deus na seleção dos quatro escritores dos
evangelhos. Em cada um deles podemos ver a aptidão e peculiaridade para
cumprimento adequado de suas tarefas.
Mateus é o único
entre os quatro escritores dos Evangelhos que apresenta Cristo em um
relacionamento “oficial”, ou seja, como o Messias e Rei de Israel. Ele era o
único dos quatro que ocupava uma posição oficial (Mateus 9:9; 10:1-3), pois
Lucas era médico e João, pescador. Mateus era um cobrador de impostos
trabalhando para os Romanos.
Mateus apresenta
Cristo em conexão com o reino, como alguém que possui um título para reinar
sobre Israel. Quão apropriado era para aquele que ocupava uma posição oficial,
acostumado a olhar para um vasto império, receber esta tarefa. Os Romanos
designavam oficiais entre os próprios Judeus, para cobrarem impostos de seus
compatriotas, por isso eles eram mais odiados do que os próprios Romanos.
Sendo assim, ele
entendia muito bem o que era ser odiado sem causa, desprezado e rejeitado.
Finalmente, se Deus apontou este homem, cuja chamada o ligava aos Romanos,
temos então uma evidência clara da graça de Deus alcançando aos desprezados
gentios.
O Evangelho de
Marcos coloca diante de nós o Servo de Jeová, o trabalhador perfeito. O
instrumento escolhido para escrever este segundo Evangelho desempenhava uma
função que o capacitava para tal tarefa, pois ele não era um apóstolo, mas
antes, um servo de um dos apóstolos. II Timóteo 4:11: Só Lucas está comigo.
Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. Sendo
assim, aquele que retratou nosso Senhor como Servo de Deus, era um que
pessoalmente ministrava á outros!
O Evangelho de
Lucas trata com a Humanidade de nosso Senhor, apresentando-o como Filho do
Homem, relacionado com os homens, porém em profundo contraste com os mesmos.
Este Evangelho é um
dos que apresenta o relato mais completo da nascimento virginal de Cristo.
Também revela mais completamente do que outros o estado depravado e caído da
natureza humana. É o Evangelho mais “internacional” em seu escopo do que os
outros três, sendo maiormente dirigido aos Gentios do que aos Judeus.
Observe o quão
apropriado foi a escolha de Lucas para escrever este Evangelho. Ele não era
pescador e nem cobrador de impostos, mas um médico (Colossenses. 4:14), e como
tal, um estudante da natureza humana e um que sabia diagnosticar a estrutura
humana. Além de que, há uma boa razão para acreditarmos que Lucas não era
Judeu, mas Gentio, apresentando Cristo não como “Filho de Davi”, mas como
“Filho do Homem.”
O Evangelho de João
apresenta Cristo num caráter mais íntimo que todos os outros, retratando-o num
relacionamento Divino, mostrando que Ele era o Filho de Deus. Esta tarefa
exigia o chamado de um homem com alto grau de espiritualidade e também que
fosse intimo em seu relacionamento com nosso Senhor, alguém dotado de um
incomum discernimento espiritual. Certamente João, que estava mais próximo do
Salvador do que os outros doze, e era o discípulo amado, foi bem escolhido.
Quão apropriado era, para aquele que se reclinava no seio de Jesus, ser o
instrumento para retratá-lo como “O Unigênito Filho de Deus”, que está no seio
do Pai! Assim, podemos admirar e entender a multiforme sabedoria de Deus em
equipar estes quatro Evangelistas neste trabalho tão honroso.
Ao fecharmos esta
introdução, mais uma vez voltamos á questão: Porque quatro Evangelhos? Um
estudo mais apurado das Escrituras revela o fato de que alguns números terem
especial sentido ou significado, como por exemplo:
• 3 = Manifestação
• 4 = Número da
terra
• 6 = Número do
Homem
• 7 = Perfeição
• 8 = Novo Começo
O número quatro é
assim visto pelo fato de:
1. A terra ter
quatro pontos cardeais – Norte, Sul, Leste e Oeste
2. Termos quatro
estações no ano – Primavera, Verão, Outono e Inverno
3. Serem quatro os
elementos da Natureza – Fogo, Água, Terra e Ar
4. Houve quatro
Impérios Mundiais – Babilônia, Medos e Persas, Gregos e Romanos
5. As Escrituras
dividem os habitantes da terra em quatro classes – tribo, língua, povo, e nação
Apocalipse 5:9: E
cantavam um novo cântico, dizendo:Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus
selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de
toda a tribo, e língua, e povo, e nação.
Na parábola do
semeador, Cristo descreve os tipos de terreno em que as sementes caem como
sendo quatro tipos de solo.
Lucas 8:4-7: E,
ajuntando-se uma grande multidão, e vindo de todas as cidades ter com ele,
disse por parábola: Um semeador saiu a semear a sua semente e, quando semeava,
caiu alguma junto do caminho, e foi pisada, e as aves do céu a comeram; E outra
caiu sobre pedra e, nascida, secou-se, pois que não tinha umidade; E outra caiu
entre espinhos e crescendo com ela os espinhos, a sufocaram; E outra caiu em
boa terra, e, nascida, produziu fruto, a cento por um. Dizendo ele estas
coisas, clamava:Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
O Evangelho de Marcos – Cristo – Servo
Fazemos durante
este estudo umas poucas comparações entre Marcos e os outros Evangelhos a fim
de percebermos as diferenças já mencionas acima. Façamos então uma Breve
comparação entre Mateus e Marcos.
Mateus tem 28
capítulos - Marcos tem 16 capítulos
Mateus contém o
relato de muitas Parábolas - Marcos contém o relato de poucas Parábolas
Mateus apresenta
Cristo como Filho de Davi - Marcos Apresenta Cristo como Servo Perfeito de
Jeová
Mateus foi escrito
aos Judeus (Não exclusivamente) - Marcos foi escrito aos servos e trabalhadores
cristãos
Mateus mostra a
realeza da dignidade e autoridade de Cristo - Marcos mostra sua Mansidão e
Servicitude
Coisas Omitidas no Evangelho de Marcos
1. A genealogia de
Cristo
2. A concepção
Miraculosa de Cristo e Seu nascimento
3. O Sermão do
Monte (que retratam um Rei e as leis do seu Reino) – Um servo não tem reino
4. Marcos relata
quatro Parábolas, enquanto Mateus quatorze.
Não aparece em
Marcos as seguintes Parábolas:
o O senhor
assalariando empregados para a sua vinha
o As bodas do Filho
do Rei
o A Parábola dos
talentos – servo não tem recompensa
5. Não vemos
nenhuma ordem de Cristo aos seus anjos, apenas os vemos ministrando á Ele.
Marcos 1:13 E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia
entre as feras, e os anjos o serviam.
6. Não aparece a
expressão “Ai de vós” Mateus 23:13, pois a um servo não convém julgar ou
exercer juízo, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor
(II Timóteo 2:24).
Por isso em Mateus
21:12-17 vemos Jesus expulsando os cambistas, enquanto Marcos 11:11, não
descreve este incidente.
7. Ele (Cristo) não
é declarado Rei, salvo de forma indireta.
Em Mateus ele é
chamado de Emanuel (Mateus 21:9) - E a multidão que ia adiante, e a que seguia,
clamava, dizendo:Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor.
Hosana nas alturas!
Apenas “uma vez”,
no Evangelho de Marcos, Ele é declarado Filho de Davi. Marcos 11:9-10: E
aqueles que iam adiante, e os que seguiam, clamavam, dizendo: Hosana, bendito o
que vem em nome do Senhor; Bendito o reino do nosso pai Davi, que vem em nome
do Senhor. Hosana nas alturas.
Compare:
Mateus 16:28 com
Marcos 9:1
Mateus 16:28 - Em
verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte
até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.
Marcos 9:1 -
Dizia-lhes também:Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que
não provarão a morte sem que vejam chegado o reino de Deus com poder.
Em Mateus 8:25 Ele
é Chamado de Senhor - Em Marcos 4:38 Ele é chamado de Mestre
Em Mateus 16:22
Pedro o repreende, mas o chama de Senhor - Em Marcos 8:32 Pedro o repreende,
mas não o chama de Senhor
Em Mateus 26:22 No
anúncio da traição aparece a palavra “Senhor” - Em Marcos 14:19 No anúncio da
traição não aparece a palavra “Senhor”
8. Seus sofrimentos
- Marcos 14:34: E disse-lhes:A minha alma está profundamente triste até a
morte; ficai aqui, e vigiai. São poucos os relatos e circunstâncias descritas
em Marcos referentes ao Seu sofrimento, pois um servo só tem a Deus á quem
recorrer.
Não vemos Pilatos
declarando-o inocente. Não vemos a esposa de Pilatos aconselhando-o a não se
envolver no julgamento do “Homem Justo”. Mateus 27:19: E, estando ele assentado
no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer:Não entres na questão desse justo,
porque num sonho muito sofri por causa dele.
Não vemos Judas
declarando (Mateus 27:4) que traíra o sangue inocente.
Não vemos as
mulheres chorando por Ele no local da execução (Lucas 23:27)
As palavras do
ladrão arrependido são omitidas, compare:
Lucas 23:41-42:E
nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam;
mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus:Senhor, lembra-te de mim, quando
entrares no teu reino.
Marcos 15:27-28 - E
crucificaram com ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda. E
cumprindo-se a escritura que diz:E com os malfeitores foi contado.
As Palavras “Está
consumado” – João 19:30 são omitidas, pois um servo não dá o seu trabalho por
encerrado! É o seu Senhor quem define a hora que ele deve encerrar o seu
trabalho.
Características do Evangelho de Marcos
1- A introdução dos
Evangelhos de Mateus, Lucas e João é longa, enquanto no Evangelho de Marcos ela
é totalmente diferente.
Mateus relata de
Cristo: Sua Genealogia, nascimento, visita e homenagem dos sábios, a fuga para
o Egito, Seu Batismo e tentação. Somente entra no ministério público de Cristo
a partir do capítulo 14.
Marcos apresenta um
breve relato do seu Batismo e tentação, passando a relatar Seu ministério
público a partir do versículo 14. Seus trinta anos de vida se passam em
silêncio.
Marcos apresenta-o
realmente como Servo.
2- Marcos inicia
com “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” – não começa com
“Evangelho do Reino”. A palavra evangelho aparece 12 vezes nos quatro evangelhos,
sendo que oito delas aparecem somente em Marcos.
Cabe ao servo levar
as Boas Novas!! I Coríntios 9:16-19.
3- A palavra
“EUTHEOS" (Logo, imediatamente) é mencionada freqüentemente, demonstrando
sua prontidão e urgência em servir e cumprir sua missão.
Marcos 1:10, 12, 19
a 21, 29, 31, 43 – Ele estava ocupado com os negócios de seu Pai.
Efésios 5:15-17;
Colossenses 4:6.
4- Também vemos com
freqüência a palavra “E” (Kai): Capítulos 2, 3, 4, e 5 – Uma conjunção que liga
as partes de um discurso. Seu serviço era completo, perfeito e sem
interrupções. Mostra a continuidade do seu trabalho. Não se cansava de fazer o
bem. Servia a tempo e fora de tempo. II Timóteo 4:1-5, Hebreus 13:16, Tiago
4:17, Tito 3:14, Gálatas 6:9-10.
5- Marcos relata
mais milagres do que Mateus, pois serviço consiste mais em obras do que em
discurso.
A primeira Parábola
é a do Semeador. Marcos 4:3-20 - Salvador indo adiante com a Palavra.
A segunda Parábola
é a da Semente que é lançada, cresce e é colhido então seu fruto. Marcos
4:26-29.
A terceira Parábola
é a do Grão de Mostarda. Marcos 4:30-32.
A quarta Parábola é
a dos Vinhateiros que maltratam os servos do Senhor da vinha e acabam por matar
seu filho.
Todas falam de
servir! As três primeiras mostram o trabalho e serviço de semear, enquanto a
última, o de colher.
6- No Evangelho de
Marcos as mãos de Cristo são frequentemente mencionadas, retratando Seu
serviço. Marcos 1:31,41; 5:41; 7:32; 8:22-25; 9:27; João 10:28. Mostra que os
Salvos estão em Suas mãos
7- Marcos também
menciona “os olhos” do Servo Perfeito - Sempre atentos! Marcos 3:5, 34-35;
8:33; 10:21; 11:11 ---- Provérbios 29:7
A Maneira como Cristo Servia
1. Sem nenhuma
ostentação - Marcos 1:36-38. Não desejava ser um ídolo popular. Quando somos
bem recebidos e nós tornamos o centro das atenções, desejamos permanecer ali.
Marcos 1:37-38 -
“Todos te buscavam” - Cristo Responde:Vamos às aldeias vizinhas. Vs 44 - Não
digas nada a ninguém. João 5:41 - Eu não recebo glória dos homens.
Quando começamos a
receber “honra” pelo que Deus tem feito através de nós, talvez seja tempo de
sairmos ou mudarmos para outro lugar. Por isso vemos Cristo nas casas, ou de
casa em casa. Marcos 1:45; 3:20; 7:17- 36; 8:26; 9:28- 33. O servo não se
exalta pelo que faz!
2- Cristo servia
com grande compaixão.
A. Compare Marcos
1:30-31 com Lucas 4:38-39 (Sogra de Pedro). E chegando-se a ela, tomou-a pela
mão e levantou-a.
B- Compare Marcos
9:27 com Lucas 9:42 (Menino Possesso). Tomando-o pela mão, o ergueu.
C- Compare Marcos
9:36 e 10:13-16 com Mateus 18:2 e 19:13-15 (Criança). Tomando-o nos seus
braços.
3- Cristo enfrentou
Grande Oposição. Marcos 2:6-7; 16; 24 - 3:2; 6; 22 - 5:17; 40 - 6:3; 5 - 7:1-2
- 8:11 - 10:2 - 11:18; 27-28 - 12:13; 18; 28 - 14:1.
Os servos de Cristo
também encontrarão oposição. É um sinal de que estão trabalhando!
4. Cristo serviu
com muito Sacrifício. Marcos 3:20 - 4:35-38 - 6:31 - Atos 20:24
5. Cristo serviu de
uma maneira Organizada. Marcos 6:7, 39-40. I Coríntios 14:33
6. Cristo serviu
com Prontidão de Amor. Marcos 1:41 - 6:34 - 8:1 - 10:21
7. O Serviço de
Cristo era precedido de Oração. Marcos 1:35
Marcos 16:20 -
Últimas palavras sobre o servo: Cooperando - I Cor. 15:58
Nota: Extraído do
Livro “Why Four Gospels” A.W.Pink
Autor: Pr Eduardo
Alves Cadete
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br
CAP 02 - OUTRO EVANGELHO
Satanás não é um inovador, mas um
imitador. Deus tem seu Filho unigênito - o Senhor Jesus? Tal qual Satanás tem
"o filho da perdição" (II Tessalonicenses 2:3). Há uma Santa
Trindade? Há de igual modo uma trindade do mal (Apocalipse 20:10). Lemos sobre
os "filhos de Deus"? Do mesmo modo lemos também sobre "os filhos
do maligno" (Mateus 13:38). Deus opera nestes que foram citados de modo a
determinar e fazer a Sua vontade? Então somos informados que Satanás é "o
espírito que agora opera nos filhos da desobediência" (Efésios 2:2). Há o
"mistério da piedade" (I Timóteo 3:16)? Há também o "mistério da
injustiça" (II Tessalonicenses 2:7). Aprendemos que Deus através de Seus
anjos "assinala" os Seus servos nas suas testas (Apocalipse 7:3)?
Assim também aprendemos que Satanás através de seus agentes assinala nas testas
os seus devotos (Apocalipse 13:16). É-nos dito que "o Espírito penetra
todas as coisas, ainda as profundezas de Deus" (I Coríntios 2:10)? Então
Satanás também provê suas "coisas profundas" (grego de Apocalipse
2:24). Cristo faz milagres? De igual modo Satanás também pode fazê-los (II
Tessalonicenses 2:9). Cristo está sentando sobre um trono? Também Satanás o
está (Apocalipse 2:13). Cristo tem uma Igreja? Então Satanás tem a sua
"sinagoga" (Apocalipse 2:9). Cristo é a Luz do mundo? Então o próprio
Satanás "se transfigura em anjo de luz" (II Coríntios 11:14). Cristo
designou "apóstolos"? Então Satanás tem seus apóstolos também (II
Coríntios 11:13). E isto nos leva a considerar o "Evangelho de
Satanás".
Satanás é o maior dos falsificadores.
O Diabo está agora ocupado em trabalhar no mesmo campo no qual o Senhor semeou
a boa semente. Ele está buscando evitar o crescimento do trigo através de outra
planta, o joio, o qual é muito próximo do trigo em aparência. Em uma frase: por
meio da falsificação ele está buscando neutralizar a Obra de Cristo. Por essa
razão, como Cristo tem um Evangelho, Satanás tem um evangelho também; sendo
este uma astuta falsificação do primeiro. O evangelho de Satanás se parece tão
proximamente com aquele que ele imita, que multidões de não salvos são
enganadas por ele.
É a este evangelho de Satanás que o
apóstolo se referia quando disse aos Gálatas: "Maravilho-me de que tão depressa
passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; O
qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o
evangelho de Cristo" (Gálatas 1:6-7).
Este falso evangelho estava sendo proclamado já nos dias do apóstolo, e a mais
terrível maldição foi proclamada sobre aqueles que o pregam. O apóstolo
continua: "Mas,
ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que
já vos tenho anunciado, seja anátema".
Com o auxílio de Deus, nos
esforçaremos agora para expor, ou melhor, para desmascarar este falso
evangelho:
O evangelho de Satanás não é um
sistema de princípios revolucionários, nem ainda é um programa de anarquia. Ele
não promove a luta e a guerra, mas objetiva a paz e a unidade. Ele não busca
colocar a mãe contra sua filha, nem o pai contra seu filho, mas busca nutrir o
espírito de fraternidade, por meio do qual a raça humana deve ser considerada
como uma grande "irmandade". Ele não procura deprimir o homem
natural, mas aperfeiçoá-lo e erguê-lo. Ele advoga a educação e a cultura e apela
para "o melhor que está em nosso interior" - Ele objetiva fazer deste
mundo uma habitação tão confortável e apropriada, que a ausência de Cristo não
seria sentida, e Deus não seria necessário. Ele se esforça para deixar o homem
tão ocupado com este mundo, que não tem tempo ou disposição para pensar no
mundo que está por vir. Ele propaga os princípios do auto-sacrifício, da
caridade, e da boa-vontade, e nos ensina a viver para o bem dos outros, e a
sermos gentis para com todos. Ele tem um forte apelo para a mente carnal, e é
popular com as massas, porque deixa de lado o fato gravíssimo de que, por
natureza, o homem é uma criatura caída, apartada da vida com Deus, e morta em
ofensas e pecados, e que sua única esperança reside em nascer novamente.
Contradizendo o Evangelho de Cristo,
o evangelho de Satanás ensina a salvação pelas obras. Ele inculca a
justificação diante de Deus em termos de méritos humanos. Sua frase sacramental
é "Seja bom e faça o bem"; mas ele deixa de reconhecer que lá na
carne não reside nenhuma boa coisa. Ele anuncia a salvação pelo caráter, o que
inverte a ordem da Palavra de Deus - o caráter como fruto da salvação. São
muitas as suas várias ramificações e organizações: Temperança, Movimentos de
Restauração, Ligas Socialistas Cristãs, Sociedades de Cultura Ética, Congresso
da Paz1 estão
todos empenhados (talvez inconscientemente) em proclamar o evangelho de Satanás
- a salvação pelas obras. O cartão da seguridade social substitui Cristo;
pureza social substitui regeneração individual, e, política e filosofia
substituem doutrina e santidade. A melhoria do velho homem é considerada mais
prática que a criação de um novo homem em Cristo Jesus; enquanto a paz
universal é buscada sem que haja a intervenção e o retorno do Príncipe da Paz.
Os apóstolos de Satanás não são
taberneiros e traficantes de escravas brancas, mas são em sua maioria ministros
do evangelho ordenados. Milhares dos que ocupam nossos modernos púlpitos não
estão mais engajados em apresentar os fundamentos da Fé Cristã, mas têm se
desviado da Verdade e têm dado ouvidos às fábulas. Ao invés de magnificar a
enormidade do pecado e estabelecer suas eternas conseqüências, o minimizam ao
declarar que o pecado é meramente ignorância ou ausência do bem. Ao invés de
alertar seus ouvintes para "escaparem da ira futura", fazem de Deus
um mentiroso ao declarar que Ele é por demais amoroso e misericordioso para
enviar quaisquer de Suas próprias criaturas ao tormento eterno. Ao invés de
declarar que "sem derramamento de sangue não há remissão", eles
meramente apresentam Cristo como o grande Exemplo e exortam seus ouvintes a
"seguir os Seus passos". Deles é preciso que seja dito: "Porquanto, não conhecendo
a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se
sujeitaram à justiça de Deus" (Romanos 10:3).
A mensagem deles pode soar muito plausível e seu objetivo parecer muito
louvável, mas, ainda sobre eles nós lemos: - "Porque tais falsos apóstolos são
obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é
maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito,
pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos
quais será conforme as suas obras" (II Coríntios 11:13-15).
Somando-se ao fato de que hoje centenas
de igrejas estão sem um líder que fielmente declare todo o conselho de Deus e
apresente Seu meio de salvação, também temos que encarar o fato de que a
maioria das pessoas nestas igrejas está muito distante de conseguir descobrir a
verdade por si mesma. O culto doméstico, onde uma porção da Palavra de Deus era
costumeiramente lida diariamente, é agora, mesmo nos lares de Cristãos
professos, basicamente uma coisa do passado. A Bíblia não é exposta no púlpito
e não é lida no banco da igreja. As demandas desta era agitada são tão
numerosas, que multidões têm pouco tempo, e ainda menos disposição, para fazer
uma preparação para o encontro com Deus. Por essa razão, a maioria, aqueles que
são negligentes o bastante para não pesquisarem por si mesmos, são deixados à
mercê dos homens a quem pagam para pesquisar por eles; muitos dos quais traem a
verdade deles, por estudar e expor problemas sociais e econômicos ao invés dos
Oráculos de Deus.
Em Provérbios 14:12 lemos: "Há um caminho que ao
homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte". Este "caminho" que termina em
"morte" é a Ilusão do Diabo - o evangelho de Satanás - um caminho de
salvação através da realização humana. É um caminho que "parece
direito", o qual, é preciso que se diga, é apresentado de um modo tão
plausível que ganha a simpatia do homem natural; é pregado de forma tão
habilidosa e atrativa, que se torna recomendável à inteligência dos seus
ouvintes. Por incorporar a si mesmo terminologia religiosa, algumas vezes apela
para a Bíblia como seu suporte (sempre que isto se ajusta aos seus propósitos),
mantém diante dos homens ideais elevados, e é proclamado por pessoas que têm
graduação em nossas instituições teológicas, e incontáveis multidões são
atraídas e enganadas por ele.
O sucesso de um falsificador de
moedas depende em grande medida de quão proximamente a falsificação lembra o
artigo genuíno. A heresia não é uma total negação da verdade, mas sim, uma
deturpação dela. Por isto é que uma meia verdade é sempre mais perigosa que uma
completa mentira. É por isso que quando o Pai da Mentira assume o púlpito, não
é seu costume claramente negar as verdades fundamentais do Cristianismo, antes
ele tacitamente as reconhece, e então procede de modo a lhes dar uma
interpretação errônea e uma falsa aplicação. Por exemplo, ele não seria tão
tolo de orgulhosamente anunciar sua descrença em um Deus pessoal; ele dá a Sua
existência como certa, e então apresenta uma falsa descrição da Sua natureza.
Ele anuncia que Deus é o Pai espiritual de todos os homens, que as Escrituras
claramente nos dizem que nós somos: "filhos de Deus pela fé em Cristo
Jesus" (Gálatas 3:26), e que "a todos quantos o receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus" (João 1:12). E mais adiante, ele declara que Deus é por demais
misericordioso para em algum momento enviar qualquer membro da raça humana no
Inferno, mesmo havendo o próprio Deus dito que: "aquele que não foi achado escrito no
livro da vida foi lançado no lago de fogo" (Apocalipse 20:15). Novamente, Satanás não seria tão tolo, a ponto de
ignorar a figura central da história humana - o Senhor Jesus Cristo; ao
contrário, seu evangelho O reconhece como sendo o melhor homem que já viveu. A
atenção é então levada para os Seus feitos de compaixão e para as Suas obras de
misericórdia, para a beleza de Seu caráter e a sublimidade de Seu ensino. Sua
vida é elogiada, mas Sua morte vicária é ignorada, a importantíssima obra
reconciliadora da cruz não é mencionada, enquanto Sua triunfante e corpórea ressurreição
dos mortos é considerada como uma crendice de uma época de muita superstição. É
um evangelho sem sangue, e apresenta um Cristo sem cruz, que é recebido não
como Deus manifesto em carne, mas meramente como o Homem Ideal.
Em II Coríntios 4:3 temos uma
passagem que derrama muita luz sobre o nosso presente tema. Lá nos é dito que: "se ainda o nosso
evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o
deus deste século [Satanás] cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes
não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de
Deus". Ele cega as mentes dos não crentes
ao esconder a luz do Evangelho de Cristo, e faz isto substituindo-o pelo seu
próprio evangelho. Apropriadamente ele é chamado de "o Diabo, e Satanás, que
engana todo o mundo" (Apocalipse 12:9).
Em meramente apelar para "o melhor que está no homem", e ao
simplesmente exortá-lo a "seguir uma vida de retidão" ele está
criando uma plataforma genérica sobre a qual pessoas com qualquer matiz de opinião
podem se unir e proclamar uma mensagem comum.
Novamente citando Provérbios 14:12 - "Há um caminho que ao
homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte". Tem sido dito com considerável grau de verdade
que o caminho para o Inferno está pavimentado com boas intenções. Haverá muitos
no Lago de Fogo que recomendaram suas vidas com boas intenções, decisões
honestas e ideais elevados - aqueles que foram justos em seus procedimentos,
corretos em suas transações e caridosos em todos os seus caminhos; homens que
se orgulharam da sua integridade, mas que buscaram justificar a si mesmos
diante de Deus por sua própria justiça; homens que foram morais,
misericordiosos e generosos, mas que nunca viram a si mesmos como culpados,
perdidos, pecadores merecedores do inferno, necessitados de um Salvador. Este é
o caminho que "parece direito". Este é o caminho que recomenda a si
mesmo à mente carnal e se faz atraente às multidões de iludidos dos dias
atuais. A Ilusão do Diabo é que nós podemos ser salvos por nossas próprias
obras, e justificados por nossos próprios feitos; enquanto que, Deus nos diz em
Sua Palavra: "pela
graça sois salvos, por meio da fé... Não vem das obras, para que ninguém se
glorie". E também: "Não pelas obras de
justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos
salvou..."
Há alguns anos atrás, conheci um
homem que era um pregador leigo e um entusiasmado "obreiro Cristão".
Por mais de sete anos este amigo esteve engajado na pregação pública e em
atividades religiosas, mas com base em certas expressões e frases que usava, eu
duvidava que este amigo fosse um homem renascido. Quando começamos a
questioná-lo, descobrimos que ele foi muito mal instruído nas Escrituras e
tinha somente uma vaga concepção da Obra de Cristo pelos pecadores. Por um
tempo procuramos apresentar-lhe o caminho da salvação, de uma maneira simples e
impessoal, e a encorajar nosso amigo a estudar a Palavra por Ele mesmo, na
esperança de que se ele estivesse ainda sem a salvação, Deus se agradaria em
revelar o Salvador de que necessitava.
Uma noite, para nossa alegria, aquele
que tinha pregado o Evangelho (?) por tantos anos, confessou que havia
encontrado a Cristo na noite anterior. Ele admitiu (para usar suas próprias
palavras) que estava apresentando um "Cristo ideal", mas não o Cristo
da Cruz. Acredito que haja milhares como este pregador, os quais, talvez,
tenham crescido na Escola Dominical, foram instruídos sobre o nascimento, a
vida, e os ensinos de Jesus Cristo, crêem na historicidade de Sua pessoa, intermitentemente
se esforçam para praticar Seus preceitos, e pensam que isto é tudo o que é
necessário para a sua salvação. Frequentemente, estas pessoas quando atingem a
maturidade vão para o mundo, e se deparam com o ataque dos ateístas e infiéis,
e lhes é dito que uma pessoa tal qual Jesus de Nazaré nunca viveu. Mas, as
impressões dos dias da mocidade não são facilmente apagadas, e eles permanecem
firmes em sua declaração de que "crêem em Jesus Cristo". Apesar
disso, quando sua fé é examinada, muito frequentemente descobre-se que ainda
que creiam em muitas coisas sobre Jesus Cristo, eles de fato não crêem Nele.
Crêem com seu intelecto que tal pessoa viveu (e, porque crêem desta forma
imaginam, então, que estão salvos), mas nunca baixaram as armas em sua luta
contra Ele, rendendo-se a Ele, nem verdadeiramente creram com seu coração Nele.
A simples aceitação de uma doutrina
ortodoxa sobre a pessoa de Cristo, sem o coração ter sido ganho por Ele, e a
vida ter sido devotada a Ele, é outra etapa deste caminho "que ao homem
parece direito", mas que cujo fim "são os caminhos da morte",
ou, em outras palavras, é outro aspecto do evangelho de Satanás.
E agora, onde você está? Você está no
caminho "que parece direito", mas que termina em morte; ou, está no
Caminho Estreito que conduz à vida? Você realmente abandonou o Caminho Espaçoso
que conduz à perdição? Tem o amor de Cristo criado, em seu coração, aversão e
horror a tudo o que Lhe desagrada? Você está desejoso de que Ele possa
"reinar sobre" você? (Lucas 19:14) Você está confiando inteiramente
na justiça e no sangue de Cristo para a sua aceitação junto a Deus?
Aqueles que estão confiando em uma
forma exterior de religiosidade, tal qual o batismo ou a "crisma"
(confirmação), aqueles que são religiosos porque isto é considerado como uma
marca de respeitabilidade; aqueles que freqüentam alguma Igreja ou Congregação
porque está na moda fazer isto; e, aqueles que se unem a algumas Denominações
porque supõem que este seja um passo que os capacitará a se tornarem Cristãos,
estão no caminho que "termina em morte" - morte espiritual e eterna.
Mesmo sendo puros os nossos motivos, mesmo sendo nobres as nossas intenções,
mesmo sendo bem intencionados os nossos propósitos, mesmo sendo sinceros os
nossos esforços, Deus não nos reconhecerá como Seus filhos, até que aceitemos o
Seu Filho.
Uma forma ainda mais ilusória do
Evangelho de Satanás está levando os pregadores a apresentar o sacrifício
reconciliador de Cristo, e então dizer à sua audiência que tudo o que Deus
requer deles é que "creiam" no Seu Filho. Por meio disto milhares de
almas impenitentes são iludidas, e passam a pensar que foram salvas. Mas Cristo
disse: "se não
vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis" (Lucas 13:3). "Arrepender-se" é odiar o pecado,
entristecer-se por causa dele, e desviar-se dele. É o resultado do Espírito
tornando o coração contrito diante de Deus. Nada, exceto um coração quebrantado
pode crer de modo salvífico no Senhor Jesus Cristo.
Mais uma vez, milhares estão sendo
enganados, ao serem levados a supor que "aceitaram a Cristo" como seu
"Salvador pessoal", sem primeiro O terem recebido como seu SENHOR. O
Filho de Deus não veio aqui para salvar Seu povo nos seus pecados, mas
"dos seus pecados" (Mateus 1:21). Para ser salvo dos pecados, é preciso
deixar de ignorar e de tentar despistar a autoridade de Deus, é abandonar o
curso de vida de acordo com a própria vontade e a satisfação pessoal, é
"deixar o nosso caminho" (Isaías 55:7). É nos render à autoridade de
Deus, nos entregar ao Seu domínio, e ceder a nós mesmos para que sejamos
controlados por Ele. Aquele que nunca tomou o jugo de Cristo sobre si, que não
busca verdadeira e diligentemente agradá-Lo em todos os detalhes da vida, e
ainda supõe que está "confiado na Obra Consumada de Cristo" está
iludido pelo Diabo.
No sétimo capítulo de Mateus há duas
passagens que nos mostram os resultados aproximados do Evangelho de Cristo e da
falsificação de Satanás. Primeiro, nos versos 13-14: "Entrai pela porta
estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e
muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o
caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem". Depois, nos versos 22-23: "Muitos me dirão naquele
dia: Senhor, Senhor, não profetizamos [pregamos] nós em teu nome? e em teu nome
não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então
lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que
praticais a iniqüidade". Sim, meu caro
leitor, é possível trabalhar em nome de Cristo, ou mesmo pregar em seu nome, e
também o mundo nos conhecer, e a Igreja nos conhecer, e ainda assim sermos
desconhecidos ao Senhor! Quão necessário é então descobrir onde nós estamos;
examinar a nós mesmos e ver se nós estamos na fé; medir a nós mesmos pela
Palavra de Deus e ver se estamos sendo enganados por nosso astuto Inimigo,
descobrir se estamos construindo nossa casa sobre a areia, ou se ela está
erigida sobre a Rocha que é Jesus Cristo.
Que o Espírito Santo examine nossos
corações, quebrante nossa vontade, destrua a nossa inimizade contra Deus, opere
em nós um arrependimento profundo e verdadeiro, e fixe nosso olhar no Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo.
1 NT. Estes
movimentos ou já desapareceram completamente, ou não tem mais a expressão que
tinham à época em que este estudo foi escrito. Sendo hoje substituídos por
estruturas como o Movimento Ecumênico, a Nova Era, etc.
Tradução:
Walter Andrade Campelo
Fonte: Site Luz par
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